quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Processamento sustentável de peixe: relatos de casos em indústrias

 


A EMBRAPA lançou recentemente um livro com o tema "Processamento de peixes: aspectos gerais", um livro fundamental para o entendimento sobre o processamento de peixes, bem como as técnicas utilizadas para a manutenção e controle da qualidade dos produtos de origem aquática. 

Resumo: A influência do processamento e da manipulação no padrão microbiológico de filés: estudos de caso com salmão-do-atlântico (Salmo salar) e dourado-do-mar (Coryphaena hippurus). Água de glaciamento em indústria de pescado: uma reflexão sobre o controle de qualidade. Caracterização e minimização do uso de água em indústria de processamento de peixes: estudo de caso (grupo siluriformes e grupo redondos). Caracterização de efluentes de indústria de processamento de peixes nativos: estudo de caso. Gerenciamento hídrico e de resíduos em indústria de processamento de peixes: estudo de caso (atum e sardinha). Caracterização dos efluentes como ferramenta na implementação de medidas de minimização, segregação, tratamento e reúso de efluentes: estudo de caso com processamento de tilápia, sardinha e atum.

Informações: LUIZ, D. de B.; SANTOS, V. R. V. dos. Processamento sustentável de peixe: relatos de casos em indústrias. Brasília, DF: Embrapa, 2024. 239 p.

Download do livro AQUI.


sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Tilápia sustentável: práticas inovadoras otimizam a aquicultura capixaba

Na fazenda aquícola Santa Rita, município de Linhares, tecnologia e sustentabilidade caminham juntos. O sistema de produção é monitorado por um software que controla todos os processos.

A tilápia é uma das espécies de peixes mais cultivadas no Brasil, e no Espírito Santo não é diferente. A produção de tilápia em 2022 cresceu 15,73% e chegou a 5.411 toneladas, colocando o Espírito Santo como 11º maior produtor de tilápia do Brasil. O município de Linhares é responsável por 36% da produção estadual, e está em 44º lugar na produção nacional de tilápia entre os 2.612 municípios produtores, segundo a Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (GDN/SEAG).

Com condições climáticas favoráveis para a aquicultura, disponibilidade de recursos hídricos e terras adequadas para a piscicultura, a cultura torna-se uma opção de diversificação da renda do produtor nas propriedades rurais do Espírito Santo.

“Cerca de 4.900 estabelecimentos agropecuários têm produção dessa espécie, dos quais 70% são da agricultura familiar, portanto, é um arranjo importante. A tilápia corresponde por 99% da produção da piscicultura e gerou mais de R$ 54,3 milhões de renda rural no ano passado. Vale lembrar que a piscicultura ainda se recupera da seca de 2015, que teve influência direta na disponibilidade hídrica, tanto para irrigação das lavouras quanto para a produção de peixes. Mas estamos avançando com mais eficiência no uso de tecnologias sustentáveis no cultivo”, pontuou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.

No Estado, a tilápia é cultivada utilizando vários sistemas de produção, incluindo tanques, gaiolas e sistemas de recirculação de água (RAS). Os tanques são uma escolha comum devido ao seu custo-benefício e adequação para a tilápia. Muitos agricultores no Espírito Santo utilizam tanques para criar tilápias. Lagoas são construídas, abastecidas com alevinos de tilápia e gerenciadas para garantir um crescimento ideal.

A gestão da qualidade da água, a alimentação e o controle de doenças são aspectos essenciais do cultivo em tanques. As tilápias são onívoras e podem prosperar com uma variedade de alimentos. Rações comerciais para tilápia são comumente usadas e os agricultores garantem que os peixes recebam uma dieta balanceada para apoiar seu crescimento e desenvolvimento.

Vagner Fiorot Fereguetti é produtor de tilápia há 20 anos. Na propriedade, tecnologia e sustentabilidade caminham juntas. Ele comentou que conta com um sistema de produção monitorado por um software que controla todos os processos, incluindo todo o consumo de ração usada no cultivo do peixe, assim como o controle de qualidade da água.

“Já somos produtores de tilápia há 20 anos, foram muitos desafios, hoje temos um entreposto de abate com inspeção SIM /SUSAF, e a tilápia não é a única, mas é a principal fonte de renda de nossas famílias. Estamos sempre buscando conscientizar o consumidor em buscar um produto de qualidade, sustentável e de máxima segurança alimentar. É um orgulho ser reconhecido hoje por ter um dos melhores filés de tilápia do Estado”, ressaltou o produtor.

Ainda segundo o produtor, toda a cadeia de produção desde o início com alevinos até o abate e venda o trabalho é realizado pela família e alguns colaboradores, gerando emprego e renda para aproximadamente 20 pessoas envolvidas no processo.

Com um consumidor cada vez mais preocupado com a origem e a sustentabilidade dos alimentos que consome, a tilápia é muitas vezes vista como uma escolha mais sustentável em comparação com algumas outras espécies de peixes devido ao seu rápido crescimento e eficiência no uso de recursos. Fonte saudável de proteínas magras, baixa em gordura e rica em nutrientes como ômega-3, vitaminas e minerais essenciais, os benefícios nutricionais impulsionam ao seu consumo e a sua comercialização no mercado.

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) fomenta a atividade e auxilia o produtor a desenvolver a piscicultura no Estado, comenta a agente de extensão rural do Incaper na área de Aquicultura, Lucimary Ferri. “A piscicultura é uma opção de diversificação da renda do produtor na propriedade e a tilápia representa 90% da produção de piscicultura no Estado. A maioria das propriedades rurais têm tanque de irrigação, água e podem fazer um viveiro, um tanque específico para cultivar o peixe. É um alimento saudável”, ressaltou.

O Espírito Santo também exporta tilápia. De janeiro a agosto deste ano, o Estado exportou quase duas toneladas de tilápias, o que gerou mais de US$ 7 mil dólares. A tilápia capixaba chegou a 14 países, sendo as Ilhas Marshall as maiores importadoras com 30%, seguido pela Libéria (25%), Panamá (10%) e Cingapura (10%).


Produção Sustentável
A produção sustentável de tilápia envolve práticas que minimizam o impacto no meio ambiente, promovem o bem-estar animal, oferecem à comunidade local a proteção econômica a longo prazo. Aqui estão alguns exemplos de práticas sustentáveis na produção de tilápia:

Sistemas de Recirculação Água (RAS): utilização de sistemas de recirculação aquática, que reciclam e purificam a água, reduzindo a quantidade de água necessária para a produção e minimizando o risco de poluição.

Policultura: Combinar a produção de tilápia com outras espécies, como vegetais ou crustáceos, criando um ecossistema equilibrado que otimiza o uso de recursos e reduz os resíduos.

Alimentação Sustentável: Utilização de rações balanceadas e sustentáveis, feitas com ingredientes de fontes responsáveis, minimizando a pressão sobre os ecossistemas naturais.

A temperatura, a qualidade da água e as condições ambientais desempenham um papel crucial no desenvolvimento da produção.

Informações à Imprensa:

Assessoria de Comunicação da Seag
Priscila Contarini
(27) 3636-3700/ (27) 99645-4694
comunica.seag@gmail.com

Fonte: https://www.es.gov.br/.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Mutirão solta 150 mil peixes em municípios de Sergipe

 

Foto: Carlos Alberto Coutinho / TG

Os festejos de Bom Jesus dos Navegantes no Baixo Rio São Francisco, em Sergipe, tiveram um toque especial. Um mutirão de repovoamento de espécies nativas soltou 150 mil peixes em três municípios da região neste fim de semana.

No sábado (20/01/24), 50 mil alevinos e pós-larvas de curimatã, pacamã e camarão-pitu foram lançados no Rio São Francisco em Gararu. Já no domingo (21/01/24), mais 100 mil alevinos das mesmas espécies foram soltos em Santana do São Francisco e em Ilha das Flores, com cada município recebendo 50 mil espécimes.

Realizadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), as ações de repovoamento, chamadas regionalmente de peixamentos, visam recompor e manter os estoques pesqueiros na Bacia do São Francisco. Realizado em parceria com as prefeituras locais, esse processo contribui para a economia da região, ao manter a pesca nos locais beneficiados.

Fonte: www.agrolink.com.br/.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Da cooperação à liderança: Paraná é referência com 40% da produção nacional de tilápia

Alavancada pelas cooperativas, produção de tilápias do Paraná ganha o mundo. Foto: Jonathan Campos/Agência de Notícias do Paraná.

A produção de tilápias no Paraná contrariou recomendações técnicas, alertas para riscos de cultivo de uma espécie originária de região tropical da África e sobre as diferenças nas condições climáticas no estado. Teve ainda quem apontasse os desafios de mercado para aceitação do produto, além do desconhecimento sobre o manejo, quando os primeiros exemplares que desembarcaram em território paranaense, há cerca de 50 anos.

Com a introdução da espécie no estado, a partir do litoral, com incentivos firmados pela extensão rural, a produção avançou até ganhar escala comercial. “Foi difícil e desafiador, mas ganhou proporções e reconhecimento. O Paraná se transformou em uma referência não apenas para o Brasil neste cultivo”, comenta Taciano Maranhão, Engenheiro de Pesca que é um dos pioneiros nos estudos e no cultivo da espécie no Paraná.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta para uma produção que totaliza 161,5 milhões de exemplares do peixe, consolidando crescimento de 75% no plantel, no período de 2017 a 2022. No último ano, o Paraná contava com 92,4 milhões de tilápias.

“Era evidente que teria que evoluir para transformação da matéria-prima destinada à indústria, e o oeste do Paraná teve um papel importante nesta tendência. Em 2005, a Copacol, tradicional cooperativa do agro com grãos, aves e suínos, fez um estudo de alternativas de atividades para os seus cooperados, para terem uma renda complementar. Por análise de plano de negócio, nos aspectos econômicos e de estratégia, elencaram a piscicultura. Deu muito certo”, evidencia o veterinário Rui Donizete Teixeira.

A Copacol Aquicultura nasceu em 2008 a partir de um complexo verticalizado com indústria de processamento, fábrica de ração e centro de produção de alevinos. “E com o compromisso de compra da produção de matéria-prima dos cooperados. Foi nesse momento que efetivamente começou o processo industrial em cooperativa”, completa Teixeira.

E essa liderança isolada na produção deixou o Paraná muito a frente do segundo colocado, o estado de São Paulo. Foi do estado vizinho que a inspiração chegou para a produção paranaense, nos anos de 1980 e 1990. Por lá, a produção alcançou um número próximo de 53 milhões de exemplares em 2022.

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domingo, 7 de janeiro de 2024

Governo Federal lança programa para impulsionar o setor e fortalecer a politica aquícola

O ProAqui vem para promover a expansão produtiva, comercial e competitividade da aquicultura brasileira


No primeiro ano de gestão, a Secretaria Nacional de Aquicultura realizou um extenso trabalho de reconhecimento e análise das demandas do setor, visando desburocratizar e impulsionar o avanço da aquicultura. Como resultado desse trabalho, foi criado o Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura - ProAqui.

O principal objetivo do ProAqui é fortalecer institucionalmente a política aquícola, promovendo a melhoria da governança e o estabelecimento de estratégias para a expansão produtiva e comercial com competitividade. Para alcançar esse objetivo, o programa conta com o envolvimento e a articulação das entidades do setor aquícola, da sociedade civil e do Governo.

A criação do ProAqui foi estabelecida pelo Decreto nº 11.852, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2023, que considerou amplamente o Plano Nacional de Desenvolvimento da Aquicultura (PNDA). O PNDA, elaborado em 2022, coletou demandas e debates de diversas partes do setor aquícola, como associações de produtores, universidades, gestores, movimentos sociais e aquicultores.

Destaca-se no Decreto a previsão do art. 4º, que estabelece que as 15 ações prioritárias orientarão a elaboração do plano nacional, sempre ouvindo as entidades representativas do setor aquícola e da sociedade civil. Dessa forma, a efetivação do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável ocorrerá de forma colaborativa, com a participação social, proporcionando maior visibilidade da importância da Aquicultura para o país. Além disso, fortalecerá a confiabilidade internacional em nosso pescado, demonstrando nossas propostas ao mercado externo e aos investidores.

A instituição do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura marca um importante avanço na valorização da produção de organismos aquáticos no desenvolvimento do país. Sua relevância é especialmente destacada quando se considera o futuro da segurança alimentar e nutricional dos brasileiros em relação às fontes de proteína.

Com maior respaldo institucional e estratégico, a Secretaria Nacional de Aquicultura inicia o exercício de 2024 com foco em consolidar, qualificar e impulsionar o crescimento do setor aquícola brasileiro. O programa ProAqui representa um marco na sensibilização para a importância da aquicultura e no desenvolvimento sustentável do país.

Fonte: www.gov.br/mpa/

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Curso EAD: Bem-estar na Aquicultura de Camarão

 


Você trabalha na indústria da carcinicultura? Ou é estudante da área de aquicultura? Então esse treinamento online gratuito é para você!

Os cursos on-line de bem-estar do camarão irão orientá-lo sobre como implementar práticas de bem-estar em sua rotina diária, desde o incubatório até o abate.

Você terá acesso a cursos sobre indicadores de bem-estar do camarão, nutrição, saúde, meio ambiente, comportamento e abate humano. Após concluir cada curso, você tem a opção de fazer um teste final e obter um certificado gratuito de conclusão.


Introdução


Neste curso, apresentaremos os indicadores de bem-estar relacionados à saúde, nutrição, meio ambiente e comportamento. Também mostraremos como pontuar cada indicador de bem-estar usando um sistema de escores de três níveis: escore 1 – bom; escore 2 – moderado, escore 3 – ruim.


Conteúdo do Curso

  • O que são indicadores de bem-estar?
  • Indicadores nutricionais
  • Indicadores ambientais
  • Indicadores de saúde
  • Indicadores comportamentais
Acesse o curso: AQUI.

domingo, 15 de outubro de 2023

Curso online: Como criar ostras, vieiras e mexilhões - Instituto de Pesca

 


Data: 10 de novembro

Horário: 9h às 17h

Público-alvo: produtores, estudantes, técnicos da área e público em geral.

Inscrição: clique aqui.

Vagas: 25 

Investimento: R$ 150,00.

*Para estudantes e maiores de 60 anos, preço promocional de R$ 100,00.

 

Resumo: O curso se destina ao público leigo apreciador do consumo de moluscos e interessado em conhecer um pouco mais sobre como são produzidos as ostras, mexilhões e vieiras, as vantagens do seu consumo e os cuidados que se deve ter ao comprar ou consumi-los. Também é direcionado a produtores ou que desejam iniciar o seu cultivo e gostariam de conhecer um pouco mais sobre esses moluscos e o seu mercado. 


Coordenação: Dr. Helcio L. A. Marques (Pesquisador Científico - IP)                       

Informações: Caso tenha alguma dúvida ou dificuldade em relação à inscrição, entre em contato com a Fundag pelo e-mail: eduardo.freitas@fundag.br ou pelo telefone: (19) 3739-8035. 

Dúvidas em relação ao curso, entre em contato com o Prof. Dr. Helcio, coordenador do curso, pelo telefone (19) 99604-2601.

Programação

09h – Apresentação do curso e dos participantes


09h15 – Biologia de ostras


09h45 – Aspectos da criação de ostras


10h30 – Biologia de vieiras


11h – Aspectos da criação de vieiras


12h às 14h - Intervalo


14h – Biologia de mexilhões


14h30 – Aspectos da criação de mexilhões


16h – Aspectos sanitários da criação, comercialização e consumo de moluscos


17h – Encerramento

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Com crescimento expressivo em SP, piscicultura brasileira comemora aumento nas exportações

Cadeia bem estruturada faz tilápia ser a líder em produção e vendas externas do país

Tilápias. Foto: Vecteezy.com

O Brasil se destaca como um dos países com um imenso potencial de expansão na piscicultura em águas continentais na escala global. Esse cenário favorável não apenas decorre da sua vasta reserva de água doce, que é a maior do mundo, mas também se justifica pela abundante oferta de grãos para a produção de rações e pela presença de uma cadeia produtiva já bem estruturada.   

Um estudo realizado pela Embrapa Pesca e Aquicultura, em colaboração com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), revelou que o faturamento das exportações da indústria de piscicultura do Brasil aumentou em 15% durante o ano de 2022, atingindo um total de U$S 23,8 milhões. Esse desempenho representa o maior marco histórico alcançado pelo setor.  

A espécie de peixe mais significativa em termos de vendas para outros países é a tilápia (Oreochromis niloticus), que teve um notável crescimento de 28% nas exportações em comparação ao ano de 2021, atingindo um montante total de 23,2 milhões de dólares. Quarto colocado nacional entre os estados com maior participação nas exportações de tilápia, São Paulo registrou, em 2022, crescimento de 127% em relação ao ano anterior - o maior aumento observado. A liderança é do Paraná, que contribuiu com 58% do valor total exportado, seguido por Mato Grosso do Sul, responsável por 18%, e Bahia, com uma participação de 11%. Nacionalmente, as projeções indicam que as vendas continuarão a crescer em 2023, com expectativas otimistas tanto para o mercado interno quanto para o externo, com destaque para as exportações de tilápia inteira e filés congelados.   


Aumento na produção de peixes de cultivo 

No ano de 2022, a produção de peixes de cultivo no Brasil alcançou a marca de 860.355 toneladas, resultando em uma receita estimada de aproximadamente R$ 9 bilhões. Nos últimos anos, o setor registrou um aumento significativo, de 48,6%, passando de 578.800 toneladas em 2014 para o montante atual. Essa atividade econômica gera ainda cerca de 3 milhões de empregos diretos e indiretos, segundo os dados fornecidos pela Peixe BR.  

O Brasil ocupa o quarto lugar entre os maiores produtores globais de tilápia, sendo a espécie responsável por abranger 64% da produção total do país. Os peixes nativos, com destaque para o tambaqui, contribuem com 31% do total produzido nacionalmente, enquanto outras variedades representam 5%.  

Ainda conforme a Peixe BR, São Paulo é atualmente o segundo maior produtor nacional tanto de peixes de cultivo em geral, com 83.400 t, quanto de tilápia, com 77.300 t produzidas em 2022. Nos dois quesitos a liderança é do Paraná, com uma produção total de 194.100 t de peixes de cultivo no ano passado.  

Segundo a diretora-geral do Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, Cristiane Rodrigues Pinheiro Neiva, o aumento da produção, principalmente da tilápia, gera benefícios para cadeia de valor da piscicultura. Isto se dá pelo incremento de empresas e produtores interessados na produção da espécie, seja em reservatórios no modelo de tanque-rede, seja pela produção de alevinos em viveiros escavados, seja na utilização de novas tecnologias de produção. “No Instituto de Pesca, esta espécie vem sendo amplamente estudada, principalmente em relação aos aspectos de sua sanidade, com objetivo maior de produção de vacinas; desenvolvimento de kits de diagnóstico de doenças emergentes; probióticos e prebióticos; e desenvolvimento de rações que possam melhorar e baratear o custo final de produção”, ressalta Cristiane. 

Fonte: www.pesca.sp.gov.brPor Adressa Claudino – Instituto de Pesca.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Descoberta de pesquisadores da UFLA oferece solução inédita para o processo de produção de tilápias

 

Exemplar de tilápia. Foto: UFLA.

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) patentearam uma tecnologia que oferece diversas vantagens para os produtores de tilápias. Essa técnica diminui os custos de criação, possibilitando uma mercadoria mais barata, reduz os impactos ambientais, despejando menor quantidade de resíduo químico nos tanques de produção, e melhora a qualidade do produto final, diminuindo a chance de acúmulo de hormônio na carne do pescado. Aperfeiçoando o método de reversão sexual, que já é comumente empregado na indústria, essa nova formulação conseguiu obter todos esses benefícios.

Elaborada em laboratório, ela tem o potencial de transformar a indústria da aquicultura no Brasil e no mundo. Por meio dessa tecnologia, a substância química responsável pela masculinização de peixes, a metiltestosterona, é encapsulada em uma molécula de ciclodextrina. O produto dessa junção, chamado cientificamente de complexo de inclusão, ao se dissolver mais lentamente em água, diminui a demanda hormonal, conforme evidenciaram os testes in vitro, possibilitando a redução de custos, menor degradação ambiental e um produto mais saudável.

Segundo a professora Luciana de Matos Alves Pinto, uma das inventoras, com o apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica da UFLA (Nintec), esse novo método, patenteado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), começará a ser oferecido a empresas e a indústrias do setor da aquicultura. O objetivo é apresentar todas as vantagens dele em comparação ao uso da metiltestosterona pura, ou seja, a forma não encapsulada.

Mas, qual é o propósito de reverter o sexo da tilápia? Os motivos são diversos. Os peixes machos são mais resistentes a doenças, menos agressivos, apresentam uma maior uniformidade de tamanho na coleta final e crescem mais rápido. Existem várias maneiras de realizar a reversão sexual dessa espécie. A técnica mais utilizada é a com hormônio. Nela, adiciona-se o hormônio masculinizante na ração dos peixes, quando eles são ainda muito jovens. Com o tempo, crescem machos. A tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores da UFLA melhora esse método diminuindo a demanda total do hormônio responsável pela reversão.

Os peixes produzidos com essa técnica são mais saudáveis para consumo humano, o que é um grande atrativo para clientes preocupados com a qualidade dos alimentos. A redução dos impactos ambientais também é um ponto positivo, ao diminuir a quantidade de resíduos químicos despejados nos tanques de produção. O preço mais baixo também é uma vantagem. Todos esses benefícios, conforme explica a pesquisadora Luciana, “poderão impulsionar ainda mais o mercado de tilápias”.

A pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Agroquímica pela orientação da professora Luciana de Matos Alves Pinto, com o então mestrando Lucas Bragança de Carvalho. Além deles, o professor Luis David Solis Murgas, a professora Ana Paula Peconick, ambos da UFLA, o professor Tiago Venâncio, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e a mestranda Aline Ferreira Souza de Carvalho contribuíram em diferentes partes do estudo que resultou nessa nova tecnologia de reversão sexual de peixes. Todos eles são inventores dessa patente registrada pela UFLA.

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.