sábado, 27 de setembro de 2025

Portaria do Ministério da Pesca e Aquicultura padroniza nomes de peixes para rotulagem

 


O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) publicou a Portaria nº 532/2025, que traz uma novidade importante para o setor pesqueiro e aquícola: a padronização dos nomes científicos e comuns das espécies de peixes de interesse comercial a serem utilizados na rotulagem de produtos destinados ao comércio nacional.

A medida tem como principal objetivo garantir clareza e transparência na identificação dos produtos de origem pesqueira, evitando confusões na comercialização e fortalecendo a confiança dos consumidores. A lista oficial de espécies e seus respectivos nomes, foi organizada pelo Departamento da Indústria do Pescado/MPA, sendo agora a referência oficial a ser seguida por pescadores, produtores, comerciantes e indústrias de processamento.

Segundo a Portaria, os rótulos de peixes e derivados devem conter obrigatoriamente o nome comum da espécie, garantindo que o consumidor saiba exatamente o produto que está adquirindo. Essa padronização também favorece o controle de origem, a rastreabilidade e a qualidade dos pescados comercializados.

Com a publicação desta norma, ficam revogadas:

  • a Instrução Normativa nº 53, de 1º de setembro de 2020, do Ministério da Agricultura e Pecuária;
  • a Portaria nº 570, de 23 de março de 2023, também do MAPA.

Esse é um passo importante para o setor, pois harmoniza a nomenclatura oficial, moderniza a legislação e traz mais segurança para toda a cadeia produtiva do pescado.

👉 Para acessar a lista completa de espécies e conferir a Portaria MPA nº 532/2025 na íntegra, clique no link oficial:

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Nova tecnologia acelera mapeamento automático de viveiros escavados no Brasil

Sistema de viveiros escavados é o mais utilizado na produção de peixes no Brasil. Na foto acima, um exemplo de viveiro escavado no estado do Tocantins

Foto: Clenio Araújo.

A Embrapa e parceiros, por meio da Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (UMIPI) Oeste Paranaense, estão utilizando nova metodologia para mapear automaticamente viveiros escavados, sistema de produção que prevalece no Brasil. A técnica foi aplicada no Paraná, principal estado produtor e exportador de peixes do País. A solução concilia o uso de imagens de satélite de alta resolução, índices espectrais, classificação orientada a pixels com Random Forest (um algoritmo classificador de aprendizado de máquina) e filtros de atributos geométricos. Assim, foi possível obter dados inéditos em larga escala sobre a aquicultura brasileira. Os detalhes do estudo foram recentemente publicados na revista internacional Aplicações de Sensoriamento Remoto: Sociedade e Meio Ambiente e podem ser acessados aqui.

“No estudo realizado, conseguimos automatizar o processo de mapeamento com um índice de 90% de acerto,” conta a geógrafa Marta Ummus, da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), que participou da pesquisa. “Isso não significa dizer que não é necessária uma validação humana (a máquina não vai substituir as pessoas), mas que reduzimos 90% de nossos esforços para o mapeamento. Trata-se de um trabalho pioneiro no Brasil”, completa. Segundo ela, até agora as metodologias usadas baseiam-se em interpretação visual de imagens de satélite ou em métodos semiautomáticos, que geram grandes massas de dados para validação dos algoritmos, mas costumam ser mais trabalhosos e demandar mais especialistas nesse processo.

O artigo relata que a metodologia foi implementada na plataforma Google Earth Engine (GEE) e utilizou imagens de satélite do programa Iniciativa Internacional da Noruega para o Clima e Florestas (NICFI). O processo envolveu classificação orientada a pixels de imagens de satélite e a utilização do algoritmo Random Forest (RF) para classificação, com base em 1,2 mil amostras de treinamento. “Propusemos uma metodologia inédita no País para mapear, de forma automática, áreas de piscicultura em viveiros escavados. Diferentemente de outros países, principalmente asiáticos, o Brasil não contava com uma metodologia que extraísse os viveiros escavados para áreas continentais interiores”, acrescenta Bruno Silva, pesquisador do Biopark Educação na Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Umipi) do Oeste do Paranaense.

40% dos viveiros paranaenses estão na região de Curitiba e no Oeste do estado

A pesquisa localizou 42.369 tanques de aquicultura (em 13.514 empreendimentos aquícolas), que somam 11.515 hectares de lâmina d’água. Aproximadamente 40% dessas estruturas ficam em duas (Oeste e Metropolitana de Curitiba) das dez mesorregiões analisadas e ocupam 40% da superfície de água utilizada pelos aquicultores paranaenses.

Na mesorregião Oeste, onde se concentram os principais municípios produtores do Paraná (com destaque para Nova Aurora, Palotina, Toledo e Assis Chateaubriand), estão 24% dos viveiros. Além disso, há por ali uma infraestrutura de produção já estabelecida, com cooperativas agroindustriais compondo a cadeia produtiva de valor. Certamente, esses dados estão relacionados e explicam parte do sucesso da atividade.

Na outra ponta, estão as mesorregiões Centro-Oriental (com 6% da área e da quantidade de tanques), Noroeste (que responde por 5%) e Centro-Oeste (com 4%). Juntas, quase equivalem aos 16% da mesorregião Metropolitana de Curitiba. Destacam-se, ainda, as mesorregiões Sudeste e Sudoeste, que somam 17% de tanques destinados. Essa divisão considerada no estudo é a definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outro dado obtido por meio do mapeamento feito pela Embrapa e por parceiros mostra que, dos 5.621 empreendimentos aquícolas paranaenses, mais da metade estão na mesorregião Oeste, que conta com 2.884 (ou mais de 51% do total). Já a mesorregião Sudoeste tem 14% do total desses empreendimentos. Ou seja, quase dois terços (cerca de 65%) da atividade aquícola no Paraná em viveiros escavados concentram-se nessas duas mesorregiões. Nas demais, a atividade ainda não se encontra no mesmo estágio de desenvolvimento.

Parcerias a fim de expandir para outros estados

Com os bons resultados obtidos no principal estado piscicultor do Brasil, a ideia é expandir a metodologia para mapeamento automático de viveiros escavados para outras regiões. Ummus cita que isso já vem ocorrendo em Rondônia, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Tocantins. “Certamente, vamos expandir esses mapeamentos para outros estados. Para isso, é fundamental estabelecermos parcerias com instituições públicas estaduais, uma vez que o conhecimento local é essencial para o refinamento do algoritmo desenvolvido e para a difusão dessa tecnologia”, projeta.

Ainda segundo a geógrafa da Embrapa, “o mapeamento automático proporciona uma maior celeridade na disponibilização das informações. A aquicultura é um fenômeno espacial e dinâmico. Por isso, é fundamental provermos dados atualizados e em tempo oportuno para subsidiar e aumentar a assertividade dos processos decisórios tanto para instituições públicas quanto para a iniciativa privada”. A geração e a disponibilização de dados para governos e outras instituições públicas e para empresas do setor privado estão entre os maiores benefícios do trabalho, que pode ser consultado aqui do Centro de Inteligência e Mercado em Aquicultura (CIAqui).

Silva enxerga um cenário bastante favorável e dá exemplos da aplicação dessa solução. “Essas informações possibilitam ao produtor entender o contexto no qual ele se insere numa determinada região, como está o seu entorno em termos de concentração e densidade da atividade aquícola. Em relação aos gestores, é um estudo de base crucial, que norteará esforços para gerir melhor recursos hídricos e demais recursos ambientais; reconhecer onde a piscicultura está pressionando o contexto ambiental; avaliar áreas com menor espaço destinado à piscicultura, direcionar de forma mais assertiva futuros investimentos em infraestrutura ou recursos humanos”, detalha.

Esse trabalho foi feito em parceria entre a Embrapa, o Biopark e o Biopark Educação, com apoio da Fundação Araucária e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Recentemente, o projeto foi renovado e, com isso, novas perspectivas de expansão se abriram. Mais informações podem ser obtidas diretamente com a geógrafa Marta Ummus pelo e-mail: marta.ummus@embrapa.br.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Embrapa apresentará lançamentos e tecnologias no IFC 2025

Lançamentos, tecnologias e muita informação: é o que a Embrapa levará para o evento de aquicultura. Foto: Jefferson Christofoletti

Entre os dias 02 e 04 de setembro, Foz do Iguaçu (PR) será palco de um dos maiores encontros da aquicultura e pesca da América Latina: o International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC 2025). Mais uma vez, a Embrapa marcará presença levando lançamentos, tecnologias e palestras exclusivas que prometem impulsionar o futuro da aquicultura no Brasil.

Novidades que prometem transformar a piscicultura

Terpenia Acqua

Um dos grandes destaques será o lançamento do Terpenia Acqua, no dia 03 de setembro, durante o painel “Nutrição e manejo alimentar de tilápias – Soluções e medidas para melhorar a eficiência e a rentabilidade”.

Desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/SP) em parceria com a Unicamp, a UFSCar e a empresa Terpenia Bioinsumos, o produto foi formulado para ser incorporado à ração dos peixes.
👉 Seu diferencial: além de estimular o crescimento da tilápia, reforça o sistema imunológico, tornando os animais mais resistentes às doenças mais comuns na piscicultura.

Aquacompete – Trilha de Aprendizado

Outro lançamento inovador será o Aquacompete, uma trilha de aprendizado com três cursos voltados para extensionistas, técnicos da indústria aquícola e profissionais ligados a empresas exportadoras.

O objetivo é simples e estratégico: aumentar a competitividade do setor e ajudar produtores a acessarem mercados cada vez mais exigentes.
O primeiro curso, “Aquicultura Competitiva e Mercado Externo”, já está disponível. Os próximos serão lançados até dezembro no e-Campo da Embrapa.

Como explica Renata Melon, veterinária da Embrapa Pesca e Aquicultura:

“Nesta primeira etapa, discutimos os fatores de competitividade, a importância de arranjos produtivos e as tendências do mercado mundial. Nos próximos cursos, avançaremos para protocolos de autocontrole e integração entre os elos da cadeia”.

Tendências da Aquicultura no Brasil

Durante o evento, será apresentado o estudo “Tendências da Aquicultura no Brasil – um levantamento participativo”, que aponta caminhos para o setor nos próximos dez anos.

Com base em entrevistas, oficinas e questionários aplicados entre junho e novembro de 2023, o levantamento reuniu 89 especialistas de universidades, instituições de pesquisa, setor produtivo e órgãos governamentais.
Os pilares destacados são claros: sustentabilidade, inovação e fortalecimento da cadeia produtiva.

Sistema de Bioflocos (BFT)

A Embrapa também mostrará no estande o Sistema de Bioflocos (BFT), tecnologia que reutiliza a água e melhora a qualidade do cultivo por meio de comunidades microbianas.

✅ Vantagens:

  • Reduz a necessidade de renovação da água;

  • Gera biomassa microbiana que serve de alimento complementar aos peixes;

  • Contribui para a prevenção de doenças e tratamento de resíduos;

  • É ambientalmente sustentável e diminui os custos com ração.

Um Dia de Campo sobre Bioflocos será realizado no dia 04 de setembro, na Itaipu Binacional.

Plataforma AquaPlus

Outro destaque será a apresentação da Plataforma AquaPlus, desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF).

Trata-se de um conjunto de soluções práticas e inovadoras para o manejo e melhoramento genético de espécies aquícolas – entre elas o camarão cinza (Litopenaeus vannamei).

A plataforma utiliza análises in silico (realizadas no computador) a partir de amostras testadas, oferecendo informações personalizadas para produtores que buscam elevar a eficiência da produção.

Palestras imperdíveis

Além das novidades tecnológicas, a Embrapa também participará da programação científica do IFC 2025 com palestras de peso, entre elas:

  • Edição genômica e produção de super machos na piscicultura;

  • Terpenia Acqua – Bioinsumo para saúde e crescimento de tilápias;

  • Ações de apoio às exportações da aquicultura da Embrapa Pesca e Aquicultura;

  • Rede Nacional de Pesquisa e Monitoramento Ambiental da Aquicultura em águas da União.

Haverá ainda o primeiro encontro presencial da Rede de Multiplicadores em Aquicultura.

O IFC 2025 e o futuro da aquicultura

O International Fish Congress & Fish Expo Brasil se consolidou como um dos maiores fóruns de debate da aquicultura e pesca da América Latina. Este ano, além de discutir o papel do pescado como fonte sustentável de proteína, o evento abordará desafios urgentes, como a taxação de 50% sobre as exportações para os Estados Unidos, até então o principal destino da tilápia brasileira.

Com a participação de especialistas, empresas e autoridades nacionais e internacionais, o IFC 2025 será um espaço essencial para identificar oportunidades, superar obstáculos e desenhar o futuro da aquicultura brasileira.


📌 Fonte: Embrapa

domingo, 10 de agosto de 2025

Tilápia geneticamente editada promete revolucionar a piscicultura brasileira

 


A piscicultura nacional está prestes a dar um salto tecnológico sem precedentes. A Brazilian Fish, maior produtora de tilápia em tanques-rede do Brasil, anunciou o desenvolvimento da primeira tilápia geneticamente editada do país. A novidade promete aumentar o rendimento de carcaça, reduzir o tempo de cultivo e melhorar a eficiência alimentar, oferecendo mais competitividade e sustentabilidade para o setor.

O projeto é fruto de uma parceria estratégica com o Center for Aquaculture Technologies (CAT), dos Estados Unidos, e utiliza ferramentas de edição genética de alta precisão para alterar características específicas da espécie tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). A técnica acelera resultados que, por métodos convencionais de melhoramento genético, levariam até 20 anos — agora alcançados em cerca de um ano.


Como funciona a edição genética

A tecnologia aplicada atua sobre genes de interesse, neste caso a miostatina, responsável por controlar o crescimento muscular. Ao ajustar essa característica, é possível obter peixes que crescem mais rápido, aproveitam melhor a ração e geram maior rendimento de filé.

Os trabalhos envolveram:

  • Indução reprodutiva e fertilização in vitro;

  • Produção de ovos com variações genéticas precisas;

  • Dois anos de estudos e testes até a obtenção dos primeiros exemplares;

  • Monitoramento seguro em instalações específicas para avaliação de desempenho e genética.

Atualmente, os peixes já nasceram e estão em fase de avaliação. O ciclo até a reprodução leva cerca de 7 a 8 meses, e a expectativa é que o produto comercial chegue ao mercado em aproximadamente 24 meses.


Ganhos esperados para o produtor

Os benefícios projetados pela Brazilian Fish incluem:

Segundo Ramon Amaral, CEO da Brazilian Fish, a meta é tornar a tilápia uma proteína mais acessível, competindo de forma mais equilibrada com outras carnes no mercado.


Regulamentação e segurança

O projeto é regulamentado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e segue todas as normas de segurança, possuindo Certificado de Qualidade em Biossegurança e passando por avaliações periódicas. Vale destacar que a variação genética obtida poderia ocorrer naturalmente, mas o processo biotecnológico permite alcançar os resultados de forma muito mais rápida e precisa.


O que isso significa para a piscicultura brasileira

Para o produtor, essa inovação pode representar mais produtividade com menos custo, maior retorno econômico e possibilidade de competir em mercados mais exigentes. Para o consumidor, significa acesso a um peixe de qualidade, com preço mais competitivo e produzido de forma sustentável.

A tecnologia ainda está em fase de testes, mas os avanços indicam que a piscicultura brasileira está caminhando para um novo patamar de eficiência e inovação, abrindo portas para que o país se consolide como um dos principais polos mundiais na produção de tilápia.


Fontes:

terça-feira, 29 de julho de 2025

Curso Gratuito: Boas Práticas na Criação de Peixes de Cultivo

 


Você atua ou tem interesse na piscicultura e quer melhorar seus resultados na produção de peixes? Então este curso é para você!

Seja bem-vinda(o) ao curso sobre Boas Práticas na Criação de Peixes de Cultivo, uma formação online gratuita e de alta qualidade elaborada por técnicos especializados. Aqui você terá acesso a conteúdos atualizados que ajudam produtores e profissionais a tornarem seus sistemas mais produtivos, sustentáveis e seguros.

🔍 Por que fazer este curso?
Ao aplicar as boas práticas no cultivo de peixes, você poderá:

  • Aumentar a eficiência e a produtividade da criação;

  • Melhorar a qualidade do produto final, atendendo às exigências de mercado e consumidores;

  • Promover o bem-estar animal e a segurança alimentar;

  • Reduzir impactos ambientais e riscos sanitários.

🎯 Objetivo Geral:
Compartilhar recomendações práticas e técnicas para a produção de peixes com base nas boas práticas aquícolas, fortalecendo o desempenho zootécnico e a sustentabilidade dos empreendimentos.

📚 Conteúdo do curso:

  • Bem-estar animal: introdução, indicadores e protocolos

  • As cinco liberdades dos peixes

  • Enriquecimento ambiental

  • Sanidade e principais bacterioses

  • Biosseguridade e resistência bacteriana

  • Qualidade da água (física e química)

  • Planejamento de instalações e construções

  • Gaiolas flutuantes

  • Nutrição e fisiologia digestiva dos peixes

  • Muito mais!

📥 Acesse agora o curso completo gratuitamente:

📘 Manual gratuito para download:

🌱 A capacitação é um dos pilares para o sucesso na aquicultura. Aproveite essa oportunidade e compartilhe com outros produtores, estudantes e técnicos que atuam na área!

terça-feira, 22 de julho de 2025

🎣 Embrapa lança curso sobre Aquicultura Competitiva e Acesso ao Mercado Externo 🌍

 


Você que é técnico, extensionista, responsável por agroindústrias ou atua na cadeia da aquicultura e quer alavancar a competitividade da sua produção, esta é a sua oportunidade! A Embrapa Pesca e Aquicultura acaba de lançar o curso “Aquicultura Competitiva e Mercado Externo”, primeira etapa da trilha de capacitação AQUACOMPETE.

O objetivo é claro: capacitar profissionais para que a aquicultura brasileira alcance novos mercados, incluindo os internacionais mais exigentes.

📘 Objetivo do Curso:
Capacitar técnicos que atuam no setor para aplicar estratégias que garantam a conformidade do pescado cultivado com as exigências de mercado, com foco em competitividade, eficiência produtiva e qualidade da matéria-prima.

O conteúdo é apresentado de forma conceitual e em formato de diálogos, tornando o aprendizado mais dinâmico e prático, com foco total na realidade do setor aquícola.

💰 Investimento: R$ 250,00
📅 Os próximos cursos da trilha ficarão disponíveis até dezembro!

📥 Acesse agora pela plataforma e-Campo da Embrapa:

📩 Mais informações: https://e-campo.sede.embrapa.br/

🔗 Quer mais opções de cursos EAD em aquicultura e áreas afins?
Acesse nossa página e confira a lista completa:

🚀 Capacite-se e leve a aquicultura brasileira para o mundo!

sexta-feira, 18 de julho de 2025

🧬 ISKNV: O vírus silencioso que ameaça a tilapicultura brasileira



A tilapicultura, uma das atividades mais importantes da aquicultura nacional, tem enfrentado um inimigo invisível e altamente prejudicial: o ISKNV (Vírus da Necrose Infecciosa de Baço e Rim). Nos últimos anos, esse patógeno tem causado altas taxas de mortalidade, afetado diretamente a produtividade e exigido cada vez mais atenção de produtores, pesquisadores e técnicos da área.

🔬 Para entender melhor o comportamento do vírus e contribuir com soluções práticas, diferentes pesquisas estão sendo conduzidas por instituições de referência no país, como o Instituto de Pesca de São Paulo. E os resultados desses estudos têm sido fundamentais para o avanço no manejo sanitário, no monitoramento das condições ambientais e na formulação de estratégias de biossegurança e prevenção.


📉 O que é o ISKNV e por que ele é tão perigoso?

Embora descrito desde os anos 1990, o ISKNV teve seu primeiro caso confirmado no Brasil somente em 2020, em São Simão (GO). Desde então, ele se espalhou por diversas regiões produtoras, sendo especialmente letal para peixes jovens, como alevinos e juvenis de tilápia.

Os sinais clínicos incluem:

  • Letargia (peixe parado, com pouca atividade);

  • Brânquias pálidas;

  • Coloração escurecida;

  • Exoftalmia (olhos saltados);

  • Baço reduzido;

  • Permanência no fundo do tanque;

  • Altas taxas de mortalidade, muitas vezes de forma repentina.

Além disso, o ISKNV favorece infecções bacterianas secundárias, tornando o diagnóstico mais complexo e as perdas ainda mais severas.


🧪 Pesquisas que estão mudando o cenário

🔹 Transmissão fecal e resposta fisiológica

O mestrando Rafael Lopes Faria, do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura e Pesca do Instituto de Pesca (PPGIP-IP), desenvolveu um estudo inovador para investigar o comportamento do ISKNV em duas espécies comerciais de tilápia. Seu trabalho avaliou:

  • Perfis de aminoácidos pós-infecção, permitiu identificar diferenças metabólicas entre as espécies, informações importantes para o manejo nutricional;

  • O potencial de transmissão fecal do vírus, com resultados que indicam baixa probabilidade de contaminação pelas fezes, especialmente em sistemas de coabitação.

Esses dados ajudam a aprimorar os protocolos de biossegurança e nutrição nas criações.

🔹 Estresse térmico e vulnerabilidade

A mestranda Gabriele, também do IP, investigou como as variações de temperatura influenciam a susceptibilidade dos alevinos ao ISKNV. Dois experimentos foram realizados:

  • Um com aumento de temperatura para 32 °C;

  • Outro com redução para 18 °C, durante seis horas.

Os resultados apontaram que o frio eleva a vulnerabilidade dos peixes ao vírus, reforçando a necessidade de controle térmico, especialmente durante as transições sazonais.


💉 A vacina já é realidade

Desde 2023, está disponível no mercado brasileiro a primeira vacina contra o ISKNV, a Aquavac® Irido V (MSD Saúde Animal), com eficácia comprovada em testes de campo realizados no reservatório de Ilha Solteira/SP. A vacina representa um grande passo no controle da doença, mas, como alerta a médica-veterinária Talita Morgenstern, a prevenção ainda é a melhor estratégia.

👉 A vacinação deve ser integrada a um bom plano de biosseguridade, com controle de qualidade da água, densidade adequada, alimentação balanceada e observação diária dos peixes.


🎥 Assista: Tilapicultura e a ameaça do ISKNV

Quer saber mais? Assista ao vídeo de um Episódio do Podcast Peixe é o meu Negócio da Aquaculture Brasil, com detalhes sobre a doença, seus impactos e como se prevenir.

🔖 Título: Tilapicultura e a ameaça do ISKNV
🕒 Duração: 52 minutos


Publicações sobre ISKNV na Piscicultura Para ampliar o conhecimento técnico sobre a doença e orientar ações preventivas, indicamos duas publicações fundamentais:

Essas leituras são essenciais para que piscicultores, técnicos e estudantes compreendam melhor os riscos associados ao ISKNV e adotem medidas para proteger seus plantéis.

Fique atento. O conhecimento e a prevenção são as melhores ferramentas contra o avanço dessa ameaça silenciosa.

Acompanhe mais conteúdos em: https://empreendendoaquicultura.blogspot.com/

📌 Conclusão: informação salva a produção

O avanço da tilapicultura depende cada vez mais do conhecimento científico aplicado à realidade dos produtores. As pesquisas realizadas no Brasil são um marco na luta contra o ISKNV e mostram que é possível enfrentar essa ameaça com técnica, prevenção e união entre instituições, técnicos e produtores.

💬 Se você é piscicultor, técnico ou estudante da área, compartilhe este conteúdo com colegas e siga acompanhando o blog para mais atualizações.
📢 Vamos juntos fortalecer a sanidade aquícola no Brasil!

Manual de Piscicultura Familiar: uma obra essencial (e gratuita!) para quem produz em viveiros escavados



Se você é piscicultor familiar ou sonha em empreender nessa área, temos uma excelente novidade: a Embrapa lançou a segunda edição revisada e ampliada do "Manual de Piscicultura Familiar em Viveiros Escavados", um verdadeiro guia prático e técnico sobre a produção de peixes em sistemas escavados. E o melhor: o acesso é totalmente gratuito!

📥 Clique aqui para baixar o manual no site da Embrapa


🐟 O que torna esse manual tão especial?

Elaborado por um time de especialistas da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), o manual reúne 10 capítulos técnicos que percorrem todas as etapas da piscicultura, do planejamento à comercialização. Com linguagem acessível e orientações baseadas em experiências reais, a publicação é voltada especialmente para agricultores familiares que buscam segurança, eficiência e sustentabilidade no cultivo de peixes.

🔍 Destaques da nova edição:

  • Capítulo inicial inédito: propõe reflexões essenciais para quem está começando, como a disponibilidade de água na propriedade, exigências de licenciamento ambiental e viabilidade técnica do negócio.

  • Conteúdo técnico atualizado: informações revisadas sobre construção e manejo de viveiros, qualidade da água, alimentação, sanidade e muito mais.

  • Imagens e ilustrações aprimoradas: agora ainda mais didáticas e interativas, facilitando a compreensão.

  • Planilhas prontas para impressão: para você controlar o preparo do viveiro, qualidade da água, alimentação e saúde dos peixes com eficiência.

📚 Um conteúdo que transforma

O manual é fruto do projeto “Fortalecimento da piscicultura como alternativa de renda e diversificação da agricultura familiar no estado do Tocantins” (2011-2014), que marcou o início das atividades da Embrapa Pesca e Aquicultura. Desde então, esse trabalho tem contribuído de forma decisiva para o crescimento da aquicultura familiar no Brasil.

Para a pesquisadora Patrícia Oliveira Maciel-Honda, uma das autoras, “essa segunda edição busca atender a uma demanda legítima dos produtores, oferecendo conhecimento de qualidade em formato acessível e funcional”.

Já o pesquisador Adriano Prysthon da Silva, da Embrapa Alimentos e Territórios, reforça que a publicação será amplamente divulgada em eventos e fóruns de produção familiar: “Acreditamos que o conteúdo atualizado pode contribuir diretamente para diminuir os gargalos tecnológicos da cadeia produtiva”.

🧩 Temas abordados nos capítulos:

  1. Planejamento da piscicultura

  2. Construção de viveiros escavados

  3. Preparo dos viveiros e povoamento

  4. Qualidade da água

  5. Alimentação dos peixes

  6. Sanidade e bem-estar animal

  7. Acompanhamento técnico da produção

  8. Boas práticas na conservação do pescado

  9. Custos de produção e comercialização

  10. Formas associativistas e acesso a políticas públicas

🤝 Piscicultura com conhecimento é piscicultura mais forte

Iniciativas como essa fortalecem a base produtiva da aquicultura brasileira, especialmente no meio rural. E o mais importante: colocam informação de qualidade ao alcance de quem mais precisa dela — o produtor familiar.

Se você trabalha com peixes em viveiros escavados ou quer começar, não deixe de aproveitar essa oportunidade. Baixe o manual, leia com atenção e compartilhe com outros produtores.

📢 E se gostou deste conteúdo, comenta aqui: qual desses temas você quer ver aprofundado em nosso blog?


quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Criação de tilápias em tanques suspensos avança no Centro-Oeste de MG

RAS alia economia de água, alta produtividade e melhor qualidade do pescado, otimizando o uso do espaço na piscicultura

Sistema possibilita maior economia de água e ainda requer menor área para a implantação. Foto: Emater-MG / Divulgação.

Piscicultores da região Centro-Oeste de Minas estão adotando o Sistema de Recirculação de Água (RAS) como uma alternativa sustentável e produtiva para a criação de tilápias.

O método, que utiliza tanques suspensos, destaca-se pela redução drástica do consumo de água e pela otimização do uso do espaço. Segundo o coordenador Regional de Pecuária da Emater-MG, Lamartine Wéliton Branquinho, “o RAS consiste em um método de criação de peixes em bolsões de geomembrana. A água passa por um tratamento e depois é reutilizada, diminuindo significativamente a quantidade de água necessária para cada ciclo produtivo”.

Além da economia hídrica, o RAS oferece outras vantagens. Branquinho explica que o sistema necessita de menor área para instalação, possibilita alta densidade de produção e melhora a qualidade do pescado. “Os tanques podem variar de 5 mil até 300 mil litros. Em um tanque de 150 mil litros, por exemplo, o produtor pode colocar até 4,5 mil peixes terminados”, detalha.

No entanto, o extensionista Giovani Chaves, da Emater-MG, ressalta algumas limitações do sistema, como o custo inicial mais elevado em comparação ao tanque escavado e a alta demanda por energia elétrica.

“Os criadores estão contornando esse problema da energia com a instalação de placas solares. Além de proporcionar uma economia significativa na conta de luz, ainda reduz a possibilidade de os animais morrerem por falta de oxigenação, caso ocorra algum pico de energia”, explica.

Experiências bem-sucedidas no uso de RAS

Adão Alves, piscicultor há 25 anos na comunidade São José de Pedras, em Itaúna, relata que a adoção dos tanques suspensos trouxe bons resultados. Há dois anos, ele e seus sócios implementaram dez tanques de diferentes tamanhos para a criação de tilápias, resultando em uma produção mensal de três toneladas em uma área de apenas dois hectares.

“A gente tem um peixe de melhor qualidade, pois não tem contato com barro e, além disso, apresenta o diferencial de ser um tanque compacto, onde você pode criar bastante peixe por metro cúbico”, afirma Alves. Parte da produção é destinada ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e a comércios locais.

Outro caso de sucesso vem do casal Maria da Conceição Gonzaga e Luiz José Gonzaga, do Povoado Lopes, em Divinópolis. Eles começaram a criar tilápias em sistema RAS há cerca de quatro anos. Maria destaca que a atividade é ideal para o casal, pois “não dá tanto trabalho para nós, que já somos idosos, e ainda distrai”.

Luiz José também celebra os resultados: “Eu entrei nesse sistema há uns quatro anos e só vejo vantagem, porque você tem uma evolução rápida do peixe”. A produção é destinada ao consumo próprio, mas a chácara do casal serve como unidade demonstrativa para outros piscicultores da região.

Unidade demonstrativa de tanque elevado em Divinópolis. Foto: Emater-MG / Divulgação.

Manejo simples e resultados rápidos

Lamartine Branquinho explica que o manejo no sistema RAS é simples e eficaz. “O produtor coloca uma água limpa em um tanque, faz a fertilização para receber os alevinos, onde ficarão por aproximadamente 60 dias. Após esse período, transfere os animais para outro tanque visando engorda. Em seguida, para o de depuração, onde ficam por três dias e finalmente vão para o abate. O período do ciclo fica em torno de sete a oito meses”, descreve.

Ele alerta, no entanto, que a atividade exige conhecimento técnico para evitar imprevistos que possam comprometer toda a produção. Além disso, o licenciamento ou outorga é obrigatório e depende do tamanho da criação.

Fonte: https://www.agenciaminas.mg.gov.br/.