sexta-feira, 18 de julho de 2025

🧬 ISKNV: O vírus silencioso que ameaça a tilapicultura brasileira



A tilapicultura, uma das atividades mais importantes da aquicultura nacional, tem enfrentado um inimigo invisível e altamente prejudicial: o ISKNV (Vírus da Necrose Infecciosa de Baço e Rim). Nos últimos anos, esse patógeno tem causado altas taxas de mortalidade, afetado diretamente a produtividade e exigido cada vez mais atenção de produtores, pesquisadores e técnicos da área.

🔬 Para entender melhor o comportamento do vírus e contribuir com soluções práticas, diferentes pesquisas estão sendo conduzidas por instituições de referência no país, como o Instituto de Pesca de São Paulo. E os resultados desses estudos têm sido fundamentais para o avanço no manejo sanitário, no monitoramento das condições ambientais e na formulação de estratégias de biossegurança e prevenção.


📉 O que é o ISKNV e por que ele é tão perigoso?

Embora descrito desde os anos 1990, o ISKNV teve seu primeiro caso confirmado no Brasil somente em 2020, em São Simão (GO). Desde então, ele se espalhou por diversas regiões produtoras, sendo especialmente letal para peixes jovens, como alevinos e juvenis de tilápia.

Os sinais clínicos incluem:

  • Letargia (peixe parado, com pouca atividade);

  • Brânquias pálidas;

  • Coloração escurecida;

  • Exoftalmia (olhos saltados);

  • Baço reduzido;

  • Permanência no fundo do tanque;

  • Altas taxas de mortalidade, muitas vezes de forma repentina.

Além disso, o ISKNV favorece infecções bacterianas secundárias, tornando o diagnóstico mais complexo e as perdas ainda mais severas.


🧪 Pesquisas que estão mudando o cenário

🔹 Transmissão fecal e resposta fisiológica

O mestrando Rafael Lopes Faria, do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura e Pesca do Instituto de Pesca (PPGIP-IP), desenvolveu um estudo inovador para investigar o comportamento do ISKNV em duas espécies comerciais de tilápia. Seu trabalho avaliou:

  • Perfis de aminoácidos pós-infecção, permitiu identificar diferenças metabólicas entre as espécies, informações importantes para o manejo nutricional;

  • O potencial de transmissão fecal do vírus, com resultados que indicam baixa probabilidade de contaminação pelas fezes, especialmente em sistemas de coabitação.

Esses dados ajudam a aprimorar os protocolos de biossegurança e nutrição nas criações.

🔹 Estresse térmico e vulnerabilidade

A mestranda Gabriele, também do IP, investigou como as variações de temperatura influenciam a susceptibilidade dos alevinos ao ISKNV. Dois experimentos foram realizados:

  • Um com aumento de temperatura para 32 °C;

  • Outro com redução para 18 °C, durante seis horas.

Os resultados apontaram que o frio eleva a vulnerabilidade dos peixes ao vírus, reforçando a necessidade de controle térmico, especialmente durante as transições sazonais.


💉 A vacina já é realidade

Desde 2023, está disponível no mercado brasileiro a primeira vacina contra o ISKNV, a Aquavac® Irido V (MSD Saúde Animal), com eficácia comprovada em testes de campo realizados no reservatório de Ilha Solteira/SP. A vacina representa um grande passo no controle da doença, mas, como alerta a médica-veterinária Talita Morgenstern, a prevenção ainda é a melhor estratégia.

👉 A vacinação deve ser integrada a um bom plano de biosseguridade, com controle de qualidade da água, densidade adequada, alimentação balanceada e observação diária dos peixes.


🎥 Assista: Tilapicultura e a ameaça do ISKNV

Quer saber mais? Assista ao vídeo de um Episódio do Podcast Peixe é o meu Negócio da Aquaculture Brasil, com detalhes sobre a doença, seus impactos e como se prevenir.

🔖 Título: Tilapicultura e a ameaça do ISKNV
🕒 Duração: 52 minutos


Publicações sobre ISKNV na Piscicultura Para ampliar o conhecimento técnico sobre a doença e orientar ações preventivas, indicamos duas publicações fundamentais:

Essas leituras são essenciais para que piscicultores, técnicos e estudantes compreendam melhor os riscos associados ao ISKNV e adotem medidas para proteger seus plantéis.

Fique atento. O conhecimento e a prevenção são as melhores ferramentas contra o avanço dessa ameaça silenciosa.

Acompanhe mais conteúdos em: https://empreendendoaquicultura.blogspot.com/

📌 Conclusão: informação salva a produção

O avanço da tilapicultura depende cada vez mais do conhecimento científico aplicado à realidade dos produtores. As pesquisas realizadas no Brasil são um marco na luta contra o ISKNV e mostram que é possível enfrentar essa ameaça com técnica, prevenção e união entre instituições, técnicos e produtores.

💬 Se você é piscicultor, técnico ou estudante da área, compartilhe este conteúdo com colegas e siga acompanhando o blog para mais atualizações.
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