Pará (PA) - Com investimento de cerca de um milhão de reais, foi assinado no dia 28 de dezembro do ultimo ano o convênio para implantação do Sis-Regea – Sistema de Gestão dos Recursos Genéticos Aquícolas da Amazônia. O sistema é pioneiro na região e consiste na disponibilização gratuita e online, de um banco de perfil genético, inicialmente de matrizes de tambaqui e pirarucu, para a criação de alevinos. O objetivo é fazer o melhoramento genético de peixes de diferentes regiões da Amazônia, e contribuir ao mesmo tempo para sua prevenção e garantir a exportação certificada.
O convênio foi firmado entre a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), que destinou os recursos.
“Com o projeto será possível saber a rastreabilidade do produto, para que não se tenha dúvida de que aquele animal veio de um cultivo sustentável, e isso é inovador para a região. Sem ciência e tecnologia não se tem produção, desenvolvimento sustentável ou geração de renda. A universidade, com um projeto como esse é capaz de dar subsídios para que a cadeia produtiva se desenvolva na região, e fortalece também o ensino a pesquisa e extensão, porque são projeto integrados”, disse o reitor da UFRA, professor Marcel Botelho.
Investimento
Para o presidente da Fapespa, Eduardo Costa, este tipo de investimento atrai uma série de incentivos ao estado. “Com o mapeamento genético do pescado há uma segurança na produção, controle da origem desse produto. O Pará tem um potencial enorme para se consolidar como principal estado brasileiro na produção de pesca e aquicultura no Brasil, que é uma cadeia produtiva extremamente importante, com potencialidade de crescimento muito grande. A UFRA tem conhecimento na área, e nossa intenção é o aumento da qualidade do pescado na região. A questão também se insere na discussão de sustentabilidade, amplia a produtividade, gera mais investimentos, geração de emprego e renda. A pesca e aquicultura é uma das 14 cadeias produtivas estratégicas do Pará 2030, ou seja, uma aposta muito forte do governo do estado”, disse.
Durante a assinatura do convênio, estiveram presentes pró-reitores, técnicos, alunos e o secretário de Ciência e Tecnologia, professor Alex Fiúza, que disse ser fundamental investir em projetos inovadores e que possam gerar emprego e renda para o Estado. “Temos que focar em projetos que deem resultados. Nós estamos na Amazônia, temos que dar atenção à todas as pesquisas que tenham como o objetivo desenvolver o que temos de melhor”, disse.
O projeto
Com duração inicial de 24 meses, o projeto é coordenado pelo professor e pesquisador Igor Hamoy (ISARH/UFRA), que já realiza pesquisas de análise de DNA no laboratório de genética aplicada da universidade. “No primeiro ano vamos investir na reforma do laboratório, compra de equipamentos e coleta dos animais das diferentes regiões aquícolas paraenses, como o baixo amazonas, sul e nordeste paraense. A segunda etapa é a análise e disponibilização online, através do banco genético, que será um site em que o produtor poderá acessar e ver esses resultados”, disse.
Os produtores que vendem alevinos serão os principais beneficiados. Mas segundo o pesquisador, o sistema também pode auxiliar na conservação dessas espécies, como o do pirarucu, que ainda tem uma sobrepesca muito elevada. “A perspectiva é a criação de um selo de rastreabilidade genética, que identifica a origem dos animais comercializados, que podem ser provenientes da piscicultura ou da pesca, possibilitando a criação de politicas publicas para regulamentar os setores aquícola e da pesca", finalizou.
Fonte: www.ufra.edu.br.
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