Peixes morreram nas gaiolas no Açude Castanhão. Foto: divulgação. |
Ceará (CE) - O Açude Castanhão volta a registrar elevada morte de peixe da espécie tilápia criado de forma intensiva em tanques-redes. Os peixes mortos estão boiando nas gaiolas e os piscicultores afirmam que dessa vez a mortandade atingiu quase 100%, dizimando a atividade no reservatório. “Agora acabou”, disse o diretor da Associação dos Criadores de Tilápia do Castanhão, Edvando Feitosa. “A atividade foi dizimada no açude, deixando prejuízos enormes principalmente para os pequenos produtores”.
O quadro é de desolação na bacia do Castanhão e repete cena ocorrida há um ano, em junho de 2015, quando houve mortandade de três mil toneladas. “Infelizmente a tragédia se repetiu”, disse o produtor, José Oliveira. Dessa vez, pequenos e grandes produtores foram afetados.
Mais uma vez os piscicultores culpam a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) por ser a responsável pela morte dos peixes ao realizar manobra de abertura e fechamento da válvula dispersora para liberação da água. Segundo os criadores, esse movimento provoca onda de impulso vertical de baixo para cima elevando material decomposto, reduzindo oxigenação da água e causando a morte dos peixes.
Até hoje o governo do Estado não divulgou o laudo oficial sobre a causa da morte do pescado no Castanhão ocorrida em junho de 2015. Esclarecimentos já foram solicitados à Assessoria de Comunicação da Cogerh.
O Açude Castanhão era responsável por 50% da produção de peixe em gaiolas no Ceará. O Parque Aquícola chegou a produzir 12 mil toneladas em 2014 e reunir 670 piscicultores.
Após a Semana Santa, os piscicultores reduziram em 40% a quantidade de pescado nas gaiolas. O Açude está com um volume reduzido em torno de 9%. A queda de volume contribui também para o fim da atividade que é a principal base da economia local.
O prefeito de Jaguaribara, Franciné Guedes confirmou e lamentou a mortandade de peixe e disse que a Prefeitura mais uma vez vai apoiar os piscicultores na retirada do pescado morto nas gaiolas. “O fim da criação de tilápia vai afetar seriamente a economia local”, frisou.
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