CHINA (CHN) - A pesca industrial não cresce há anos e a aquicultura na China está entrando em um estágio de saturação, com o que a indústria processadora diminui seu ritmo de atividade. Essa é a avaliação do Dr. He Cui, vice-presidente da entidade que representa o setor de produção de pescado no gigante asiático (China Aquatic Product Processing and Marketing Alliance – CAPPMA).
A China permanece como o maior produtor de pescado do mundo, com mais de 60 milhões de toneladas produzidas anualmente, além de deter o maior fluxo de comércio do segmento e os maiores índices de consumo. Mas a redução do ritmo da atividade econômica naquele país está alterando a situação. “As importações e exportações de produtos aquáticos tiveram crescimento negativo em 2015 pela primeira vez depois de 17 anos de crescimento contínuo”, diz o Dr. Cui.
Para o especialista, a transformação e modernização da indústria aquícola e pesqueira da China se tornou uma escolha inevitável para o futuro, com maior atenção à sustentabilidade. “O governo chinês coloca a construção de uma civilização ecológica e a proteção ambiental com um peso que não tem precedentes.”
A pesca industrial segue em redução (representa em torno de 26% da produção de pescado), o que vai diminuir a dependência e pressão nos recursos marinhos. Os alvos da transformação incluem: aumento das cotações das commodities marinhas e maior lucro aos pescadores.
Já do lado da aquicultura (em torno de 74% da produção), os módulos tradicionais de cultivo estão se transformando em um modelo “mais ecológico”, segundo ele. De fato, em novembro de 2015, pela primeira vez uma fazenda chinesa de tilápias recebeu a certificação da ASC (Aquaculture Stewardship Certification).
Nos próximos 5 a 10 anos, a participação da aquicultura deve crescer para cerca de 80% da produção total de pescado. “O tradicional estilo de fazenda extensiva chegou a um beco sem saída. O modo de alta produção com baixa eficiência já não é mais encorajado. A aquicultura vai e já está se tornando mais ecológica, de alta qualidade e na direção da sustentabilidade”, diz o Dr. Cui.
Enquanto isso, a indústria de transformação, que havia se programado para aumentar a capacidade de processamento viu uma diminuição da disponibilidade de matéria-prima. “Os negócios privados ainda tem dificuldades em obter empréstimos, enquanto o custo da mão de obra continua a crescer todos os anos. A transformação do setor passa por atender à enorme demanda doméstica, mudança da demanda por rendimento para qualidade e mudar os canais de distribuição no exterior para mercados de baixo poder aquisitivo.”
Crédito da Foto: FAO/ONU.
Fonte: www.seafoodbrasil.com.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário