quarta-feira, 13 de abril de 2016

Piscicultura no Amazonas deve alcançar produção de 63 toneladas até 2018


Amazonas (AM) - O Estado está discutindo a formatação da nova Matriz Econômica Ambiental, com o objetivo de incentivar o crescimento do Polo Industrial de Manaus (PIM) e criar alternativas de geração de emprego e renda no interior. As jornadas de desenvolvimento das propostas do novo modelo começaram na terça-feira (12/04), com as discussões em torno da piscicultura, atividade da economia eleita entre as prioridades do governador José Melo.

A experiência premiada de um prato tipicamente regional – uma costelinha de tambaqui marinada, na feira Seafood de Bruxelas, em 2011, foi apontada como exemplo do grande potencial do pescado do Amazonas no mercado internacional neste primeiro dia do encontro. Para alcançar outros centros de consumo, o grupo avaliou que será necessário vencer uma série de obstáculos, como reduzir a burocracia para licenciamento, melhorar as condições logísticas e de produção de insumos.

O grupo de trabalho, formado por técnicos do governo estadual, produtores, cientistas e órgãos ambientais, reuniu no Centro de Convenções Vasco Vasques, na zona centro-sul de Manaus, para alinhar medidas para impulsionar a criação de peixe em cativeiro e atrair investidores da rede privada para o negócio. Até o dia 4 de maio, eles irão formatar propostas em oito setores prioritários: aquicultura e piscicultura, fruticultura, produtos florestais madeireiros e cosméticos, além da área de fármacos, turismo, energia e minérios, logística e comunicação.

“Esse encontro tem dois pilares: a expansão do distrito industrial e a diversificação da economia com a inclusão de insumos da economia regional. Vamos conversar com as pessoas do mundo produtivo e com pesquisadores que se dedicam sobre o tema para avaliar as melhorias”, ressaltou o secretário de Estado de Planejamento, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Thomaz Nogueira.

Indústria do peixe

Como resultado da política de incentivos do Governo do Estado, a piscicultura conseguiu avançar sua produção em 58% em cinco anos. Ano passado, a produção chegou a 21 toneladas. A proposta é impulsionar a atividade com fins de industrialização e obter um selo de produto sustentável. Até 2018, a meta é chegar a 63 toneladas. Para isso, a estratégia inclui organização da cadeia produtiva, expansão da assistência técnica e a busca por financiamentos externos, além de melhorar o escoamento e a energia elétrica. Atrair os investidores é a etapa primordial, afirma o secretário de Estado de Produção Rural, Sidney Leite.

“Precisamos atrair os investidores. Essa proposta do Governo do Estado tem esse objetivo, de consolidar a cadeia, e um maior aporte de recursos. Nesse momento, a gente tem dificuldades em função da crise econômica, mas o governo vem trabalhando no sentido de capitanear outras fontes. Agora mesmo estamos trabalhando em cima de um projeto que visa buscar recursos externos para que a gente possa ampliar e atingir essa meta e aumentar a produção e a produtividade”, disse.

A proposta é estimular a atividade em áreas que sofreram desmatamento, tanto projetos em tanque escavado e em tanque rede. Cidades da Região Metropolitana de Manaus, municípios do médio Amazonas e do Sul do Estado estão incluídos no mapa de negócios que vem sendo trabalhado para apresentar ao empresariado.

Fundo será um dos incentivos

Entre as medidas para impulsionar o setor, está a criação do Fundo Estadual de Pesca e Aquicultura. O novo fundo vai guiar recursos financeiros para o fomento, conservação, e desenvolvimento tecnológico, econômico e social da pesca e aquicultura no Amazonas. A proposta está sendo encaminhada à Assembleia Legislativa do Estado.

“Vamos trabalhar a cadeia produtiva e resolver a questão do insumo, que é algo que tem sido sempre colocado pelos criadores e produtores com óbices. A outra questão é que vamos trabalhar tanto com a agricultura familiar, quanto com médios e grandes produtores. Fazer a integração: ter um grande produtor, integrado aos pequenos. Ver também a questão do beneficiamento, os frigoríficos, as fábricas de gelo, para que a gente possa fazer isso e agregar valor ao produto”, ressaltou Sidney Leite.

As jornadas de Desenvolvimento são um desdobramento do Fórum Matriz Econômica Ambiental, realizado em de março com a participação de embaixadores e diplomatas de dez países, pesquisadores e ambientalistas. “Nesse primeiro instante é ouvir o empresário, quais são as suas carências, as suas preocupações. A partir daí, tem todo um marco legal do ponto de vista ambiental, do ponto de vista tributário, do ponto de vista da produção científica”, afirmou o secretário Thomaz Nogueira.

As Jornadas de Desenvolvimento estão sendo organizadas pelas secretarias de Estado de Planejamento (Seplan-CTI), de Produção (Sepror) e de Meio Ambiente (Sema). Os seminários acontecerão no Centro de Convenções Vasco Vasques, das 9h às 16h, de acordo com o calendário abaixo:

12/04 – Aquicultura e Piscicultura
13/04 – Fruticultura
19/04 – Produtos Florestais Madeireiros
20/04 – Cosméticos
26/04 – Fármacos
27/04 – Turismo
03/05 – Energia e Minério
04/05 – Logística e Comunicação

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