Olá estudantes e profissionais, trago a vocês um ótimo material sobre a mortalidade de jacarés e botos utilizados ilegalmente como isca de piracatinga. Para entendimento da problemática, segue uma noticia que explicar esse tipo de atividade pesqueira desenvolvida no Amazonas e que cominou na publicação do presente livro "A mortalidade de jacarés e botos associada à pesca da piracatinga na região do médio Solimões - Amazonas, Brasil" em 2014.
Instituto Mamirauá estuda morte de jacarés e botos associada à pesca da piracatinga
Pesca de piracatinga. Fonte: |
MANAUS (MA) - Com dados restritos a uma pequena área de análise, a carência de informações demográficas de botos e jacarés dificulta o entendimento sobre os reais efeitos da pesca da piracatinga na Amazônia. Esse é um dos principais pontos destacados no estudo 'A mortalidade de jacarés e botos associada à pesca da piracatinga na região do Médio Solimões - Amazonas, Brasil', publicado pelo Instituto Mamirauá.
De acordo com a líder do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto, Miriam Marmontel, a pesquisa é limitada. "É muito difícil falar sobre o risco de extinção quando não se tem todas as variáveis necessárias para alcançar essa estimativa, como a abundância populacional, os parâmetros reprodutivos, o nível de mortalidade e outros dados".
Isso porque a Amazônia possui um extenso e complexo sistema de rios, com mais de 100 mil quilômetros de cursos de água que se estendem por nove países. Somam-se a isso dificuldades para se fazer a mensuração de vida aquática. Logo, não se pode afirmar ainda os efeitos negativos dessa atividade pesqueira na dinâmica populacional de botos e jacarés na Amazônia, especialmente considerando dados restritos a uma pequena área de análise.
Miriam ressalta que: "Existe uma gama de possibilidades de mortalidade de botos não necessariamente associada à pesca da piracatinga, existe a mortalidade natural, a mortalidade por emalhe acidental em redes de pesca, além do desaparecimento de animais das áreas de estudo, que pode ser apenas pelo deslocamento".
Pesquisa colaborativa
Desde 2012, o Instituto Mamirauá realiza expedições ao longo de diversas bacias da Amazônia com o objetivo de documentar a distribuição e obter a densidade e abundância de botos vermelhos (Inia geoffrensis) e tucuxis (Sotalia fluviatilis) na região. O levantamento dessas informações é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de conservação dessas espécies.
Captura de jacaré no Amazonas. Fonte: |
Espécies de Botos. Fonte: |
Parceiros também realizam expedições (WWF, WCS, WDCS, Fundação Omacha/Colômbia, Faunagua/Bolívia, entre outros) e já foram promovidas mais de 15 campanhas desse tipo na América do Sul. Até o momento, foram registrados mais de oito mil golfinhos fluviais amazônicos, de quatro espécies diferentes, e percorridos mais de 6,5 mil quilômetros nos principais rios da Amazônia. Esse esforço visa cobrir outras bacias para comparar como estão as densidades dos botos nos diferentes cursos de água.
O Instituto Mamirauá acompanha a pesca da piracatinga na região do Médio Solimões desde 2003 e desenvolve pesquisas afim de registrar os diferentes aspectos da atividade, como o envolvimento das comunidades tradicionais e a estruturação da sua cadeia produtiva.
Para avaliar os possíveis impactos dessa atividade e a utilização de jacarés e botos como isca, é importante que sejam considerados os fatores ambientais e econômicos, bem como os sociais. Além das expedições para se obter a estimativa populacional de botos, o Instituto também se dedica a outros estudos, como o aprofundamento da análise sobre a pesca e desembarque da espécie no mercado de Tefé (AM), a dinâmica populacional da piracatinga e sua biologia reprodutiva.
Fonte: www.portalamazonia.com.
A mortalidade de jacarés e botos associada à pesca da piracatinga na região do médio Solimões - Amazonas, Brasil
Referência: BOTERO-ARIAS, Robinson; FRANCO, Diogo de Lima; MARMONTEL, Miriam. A mortalidade de jacarés e botos associada à pesca da piracatinga na região do médio Solimões - Amazonas, Brasil. Tefé, AM: IDSM, 2014. 60p.
ISBN: 978-85-88758-37-7.
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