quinta-feira, 15 de agosto de 2019

O aumento do consumo de pescado


A FAO estima um crescimento de 33% de consumo de pescado na América Latina e Caribe até 2030 e este aumento tem relação direta com a qualidade nutricional do pescado e a busca da população brasileira por uma alimentação mais saudável, além da qualidade dos produtos fabricados em razão de aperfeiçoamentos dos programas de auto controle (BPF’s, PPHO e APPCC).

O pescado é um alimento altamente digestível e sua proteína possui um grande valor biológico. Além disso, dispõe de ômega 3, gorduras poli-insaturadas essenciais na alimentação, que não são disponíveis em outras carnes (FAO, 2018; SARTORI e AMANCIO, 2012). De acordo com o relatório da FAO (2018) (Food and Agriculture Organization of the United Nations), o consumo médio de pescado no mundo em 2016 atingiu 20,3 kg per capita por ano, no entanto o brasileiro consome em média 9,6 kg per capita, abaixo dos 12 kg indicado pela OMS (FAO, 2018; IBGE, 2011).

Conforme o relatório de 2015 do Rabobank, banco multinacional de serviços financeiros para agronegócios e alimentação, e da FAO (2018), o pescado continua sendo o alimento mais comercializado no mundo, movimentando mais de US$ 140 bilhões em compras e vendas. Comparado a outras proteínas, o pescado movimentou um volume de capital sete vezes maior que as aves, nove vezes maior que os bovinos, e ainda comparando o próprio pescado em 2009, aumentou quatro vezes seu capital movimentado.

O pescado foi a fonte de proteína mais produzida no mundo em 2017, cerca de 172 milhões de toneladas, com a pesca responsável por 92 milhões/t e a aquicultura por 80 milhões/t. Em segundo lugar vem a carne suína sendo responsável por 120 milhões de toneladas. A perspectiva de crescimento da produção de pescado para 2025 é de 42%, a maior entre as proteínas (PEIXEBR, 2018). Ao mesmo tempo, o Brasil situou-se na quarta posição na produção pesqueira da América Latina e Caribe, com volume total de 1,5 milhões de toneladas produzidos em 2018, sendo 777,5 mil oriundos de captura e 722,5 mil provenientes da aquicultura (FAO, 2018; PEIXEBR, 2019).

A FAO estima um crescimento de 33% de consumo de pescado na América Latina e Caribe até 2030, em seu novo relatório (FAO, 2018). Esse aumento tem relação direta com a qualidade nutricional do pescado e a busca da população brasileira por uma alimentação mais saudável. Um dos motivos se relaciona às melhorias da qualidade dos produtos fabricados em razão de aperfeiçoamentos dos programas de auto controle (BPF’s, PPHO e APPCC). Outro fator importante desse aumento foi a expansão da culinária oriental com os restaurantes japoneses.

Estima-se que temos somente na Grande São Paulo 3.000 estabelecimentos de comida oriental, considerando restaurantes exclusivamente asiáticos, temakerias, buffets e restaurantes que incluem a culinária japonesa e asiática no seu cardápio (Francal Feiras, 2003).

O mercado brasileiro do pescado é pouco segmentado, com foco em poucos produtos como: filé de peixe congelado, peixe congelado inteiro, peixe congelado eviscerado, peixe congelado eviscerado sem cabeça, peixe congelado em postas, peixes enlatados (atuns e sardinhas, praticamente), e alguns patês. A grande maioria destes ainda necessitam de um preparo demorado para estar pronto para consumo, inviabilizando a sua compra.

A partir do exposto estamos diante de consumidores buscando cada vez mais praticidade e uma alimentação saudável. No segmento do pescado podemos ofertar produtos à base de pescado (nuggets, bolinho, presunto, linguiça), pratos prontos congelados (basta aquecer), outras espécies enlatadas (tilápia, tambaqui, polvo, lula) e produtos semi prontos (lula e peixe pré-cozidos).

Enfim, temos uma imensa diversidade de produtos para lançar no mercado e diversificar esse segmento do pescado e consequentemente aumentando o seu consumo.


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