sexta-feira, 18 de março de 2016

Projeto vai estimular desenvolvimento da aquicultura no Cantuquiriguaçu

Carpa cabeça grande (Aristichthys mobilis),peixe já cultivado em produção familiar, no município de Laranjeiras do Sul. Foto: fronteiranoroeste.pbworks.com.
Paraná (PR) - O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), aprovou e liberou recursos para concretizar as propostas do Convênio no 813940/2014, inscrito pelo Instituto de Estudos e Assessoria ao Desenvolvimento (CEADES), que tem por objetivo fortalecer a aquicultura e principalmente a piscicultura dentro do Território Cantuquiriguaçu, região formada por 20 municípios banhados pelos rios Cantu, Piquiri e Iguaçu, no oeste do Estado.
De acordo com o coordenador do CEADES, Ronaldo Martins, a proposta é começar as ações planejadas para até o primeiro trimestre de 2017, no próximo mês. “Desde que recebemos a notícia da liberação do recurso, em janeiro deste ano, estamos adequando o plano de trabalho, visto que o projeto ficou em stand by por cerca de um ano. Mas, já em abril, queremos dar início a ações em campo com as associações e cooperativas do Cantuquiriguaçu”, explica.
A proposta do projeto é atuar diretamente com as associações e cooperativas ligadas à piscicultura e aquicultura do território que, segundo Martins, são em torno de 10. “Nosso intuito é atuar na gestão dessas instituições para que, fortalecidas e com propósitos claros, elas possam auxiliar os produtores associados. Desta maneira, vamos atuar com o auxílio de agentes mobilizadores, as instituições de apoio ao desenvolvimento do Cantuquiriguaçu.”
O Sebrae/PR é uma das entidades que apoiam a execução do projeto de desenvolvimento da produção de peixes no território. “Atuamos com o Projeto Território da Cidadania desde 2008 junto aos municípios do Cantuquiriguaçu. Com a cadeia produtiva do peixe, desde 2014. Nossa tarefa, neste projeto, em específico, será de auxílio total na parte de gestão bem como na capacitação dos participantes”, detalha o consultor do Sebrae/PR, Edson Braga da Silva.

Aprimoramento

Paulo Machajewski, coordenador de projetos de campo do CEADES será o assessor técnico do projeto e prevê que, ao final das etapas, não somente as associações estejam fortalecidas, mas os pequenos produtores sejam beneficiados com a qualificação. “Hoje, a maior parte deles cultiva para subsistência, sem estratégias de produção ou comercialização bem definidas. Capacitados, por meio do fortalecimento das entidades as quais estão associados, diminuirão custos, terão parâmetros de mercado, ficarão mais competitivos”, comenta Paulo.
Na avaliação de Dirlei Bertocchi, diretor-financeiro do CEADES, a aproximação entre os pequenos produtores com as entidades que os representam também deve ser um ponto forte do projeto. “As capacitações serão um motivo a mais para que estejam organizados e unidos. Vejo que o recurso liberado pelo MAPA possibilita essa mobilização de pessoas com objetivos comuns, visto que o peixe também é visto como potencial para geração de renda no território”, destaca Dirlei.

Potencial

Segundo levantamento do Sebrae/PR, a aquicultura no território Cantuquiriguaçu ainda é pequena, representa somente 1% da produção de peixe no Paraná. “Em 2013, foram contabilizadas 559 toneladas de peixe, sendo a maior parte – 38% – em um único município, Três Barras do Paraná. Entretanto, o potencial do território para a pesca e aquicultura é pujante e o projeto vai ajudar no desenvolvimento do setor”, assegura Edson Braga.
É, justamente, Três Barras do Paraná que sedia a Cooperativa de Produção, Industrialização e Comercialização de Peixes do Rio Iguaçu (Cooperçu) que, fundada em 2006, começou com a produção ordenada de peixes (principalmente tilápias) em pouco mais de mil tanques-rede instalados. “O projeto vai alcançar diretamente na melhoria da gestão da Cooperçu e suas associações, o que deve culminar no melhor aproveitamento da atividade por parte das famílias ligadas a produção aquícola do território”, acrescenta o consultor do Sebrae/PR.
O grande potencial do Cantuquiriguaçu para a atividade de pesca e aquicultura foi um dos fatores que levaram a efetivação do projeto e liberação de recurso do MAPA para colocá-lo em prática. “Também levamos em consideração o potencial hídrico da região e o fato de que doze dos quinze municípios paranaenses que mais produzem peixes são próximos aos municípios do Cantu, ou seja, um mercado latente a ser mais explorado”, contextualiza.

Ações

A partir do alinhamento entre as instituições parceiros do projeto, que devem acontecer até o final deste mês de março, é que será dada a largada para as ações em campo. Dentre elas, a mobilização e sensibilização dos atores, com reuniões e visitas técnicas às cooperativas e associações; o diagnóstico da realidade aquícola no território; a realização do planejamento estratégico de cada uma delas; a prática de cursos sobre cooperativismo, com seus benefícios e desafios; dentre outras metas planejadas.
“Temos como objetivo final não somente capacitar e ajudar a desenvolver os planejamentos estratégicos destas cooperativas e associações, mas auxiliá-los na aplicação prática das metas estabelecidas no planejamento. Tanto que, a etapa final do projeto é de acompanhamento por meio de visitas técnicas para que eles estejam orientados também na implantação do plano de negócios”, enfatiza Paulo Machajewski.
Além do CEADES e Sebrae/PR, o projeto conta com o apoio da Associação dos Municípios Cantuquiriguaçu, do Conselho de Desenvolvimento do Território Cantuquiriguaçu (Condetec), da Associação Comercial e Empresarial de Laranjeiras do Sul (Acils), da Emater e da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Instituições que também formam o Comitê de Aquicultura do Território Cantuquiriguaçu.

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