sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Piscicultor utiliza tecnologia para melhorar qualidade do pescado no PA

Ele implanta chips nos peixes em cativeiro. Filhotes reproduzidos são maiores e crescem mais rápido. Foto: www.embrapa.br

O piscicultor Valdir Gama vende até cinco milhões de alevinos, em sua fazenda no município de Igarapé-Açu, no nordeste do Pará. Para aumentar a produção e a qualidade do pescado, ele implanta chips nos peixes.

O chip é injetado na nadadeira dos tambaquis. Cada peixe “chipado” ganha um número, uma espécie de crachá. Algumas amostras de tecido também são coletadas, é o que vai ajudar a identificar o sexo, tamanho e tudo o que o produtor precisa saber sobre o peixe. “Antes você não tinha o controle do plantel. Hoje a gente tem, é sabe qual foi a última desova daquele indivíduo, a gente tem o controle de tudo”, afirma Valdir Gama.

A técnica é simples e os resultados são animadores. O próximo passo depende das análises dessas amostras. O material segue para a Embrapa, que vai orientar a reprodução da espécie e com isso melhorar a produção do pescado em cativeiro.

A tecnologia foi desenvolvida na Embrapa do Tocantins. Depois de estudar o DNA do peixe, dá pra selecionar os melhores tambaquis para a reprodução e evitar futuros prejuízos. “Se os peixes forem aparentados, foram irmãos, primos, vai nascer peixe com deformidade, vai crescer lentamente e isso é ruim porque a qualidade daquela piscicultura vai cair. Quanto mais distante foi o parentesco daqueles peixes que estão naquele lote é melhor para o produtor”, explica Alexandra Bentes, bióloga da Embrapa.

Na fazenda de Valdir, o cruzamento de peixes selecionados está produzindo uma média de 400 mil filhotes de tambaqui por semana. As larvas ficam até seis dias na incubadora, depois vão para os berçários onde recebem tratamento de primeira: água neutra, adubo orgânico. E Valdir percebeu que os filhotes de tambaqui reproduzidos com a ajuda da tecnologia são maiores e crescem mais rápido. “A gente já está notando em alguns testes de engorda a diferença entre os peixes chipados e os outros que não são chipados: quase o dobro o crescimento deles com a mesma quantidade de ração”, afirma o piscicultor.

“Nós tivemos um ganho de 20 a 30% no valor do alevino e o produtor, ele vai ganhar em peso, em vez dele tirar o peixe com um ano, com um quilo, um quilo e meio, ele vai tirar com dois quilos e meio, três quilos. Ele ganha em carne, ele tá agregando valor ao produto dele”, afirma ainda Valdir.

O Pará é o quinto maior produtor de pescado em cativeiro do Brasil. E o tambaqui, segundo maior peixe de escama da Amazônia, está no topo da preferência dos produtores.

O comerciante Luiz Vieira se deslocou de Bragança só pra saber mais sobre o chip e as vantagens de toda essa tecnologia para aumentar a produção. O comerciante está querendo criar peixes e já percebeu que pode fazer um bom negócio. “É uma garantia para o produtor porque um peixe chapado já é um peixe melhorado”, afirma o comerciante.

Fonte: g1.globo.com

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