sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Embrapa lança hackathon para aquicultura


Objetivo é incentivar universitários a pensar em inovações para setor
Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) lançou o Hackathon Inove Aqua, que visa incentivar estudantes ou recém-formados a desenvolverem soluções para os desafios da aquicultura. A disputa vai ocorrer na próxima edição da Feira Agropecuária do Tocantins –  Agrotins, que ocorrerá em maio do ano que vem, em Palmas. Até lá, os estudantes terão a oportunidade de conhecer mais sobre aquicultura e os principais problemas da cadeia produtiva. 
Podem participar não apenas universitários de tecnologia da informação, mas também de engenharia e outras áreas, assim como estudantes de ensino médio técnico, que deverão formar times de três a oito participantes. No dia do evento, eles vão participar de uma maratona de 32 horas para desenvolver sua ideia de inovação.
Serão premiadas as melhores soluções, que serão julgadas conforme os critérios de aplicabilidade, criatividade, inovação e usabilidade. “O júri será formado por pesquisadores da Embrapa e representantes do setor produtivo. O time que tirar primeiro lugar vai ganhar R$ 5 mil, além de passagem, hospedagem e inscrição para um evento de tecnologia nacional”, detalha a pesquisadora da área de Transferência de Tecnologia, Hellen Kato. "Também haverá premiação para o segundo e terceiro colocados", completa.

‘Competição para inovação’

Foram escolhidos seis problemas da cadeia aquícola para que os competidores desenvolvam inovações: retirada da espinha em “Y” do tambaqui; levantamento da demanda de mercado interno no tocante às espécies brasileiras; alimentação automática; controle de qualidade da água nas áreas de cultivo; soluções em biometria, estimativas de biomassa e fornecimento de ração, além de soluções de segurança, antirroubo nos centros de cultivo.
“A ideia é que sejam desenvolvidos não apenas softwares ou aplicativos. Pode ser equipamentos também. Até uma faca diferente para tirar a espinha em Y é válida”, explica Hellen. “Não é um concurso de software, é uma competição para inovação”, ressalta.
Visando introduzir os participantes no mundo da aquicultura, serão oferecidas várias oficinas onde serão apresentadas informações básicas sobre o tema. A primeira, sobre princípios para produção sustentável de peixes, acontecerá no dia 25 de outubro, no auditório da Embrapa Pesca e Aquicultura, com carga horária de oito horas. O treinamento é gratuito e os concorrentes do hackathon não são obrigados a participar. “Como estamos prevendo a participação de estudantes de todo o Brasil, talvez seja difícil para eles ficarem viajando a Tocantins para participar desses treinamentos. Assim, estamos vendo a possibilidade de transmitirmos o curso pela internet”, destaca a pesquisadora.
O Hackathon Inove Aqua é realizado pela Embrapa, financiado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Secretaria de Aquicultura e Pesca SAP/MAPA; Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – Funtec; Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Cursos ensinam a curtir e trabalhar couro de tambaqui em Sorriso

Couro de tambaqui: curso de curtimento acontece em Sorriso.Foto: Ana Maio.

Serão realizados em outubro e novembro dois cursos de curtimento de pele e de manufatura  de couro de tambaqui, um dos peixes nativos mais produzidos em cativeiro no Brasil. A organização é da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) e as aulas vão ocorrer no frigorífico Delicious Fish, no distrito de Primaverinha, em Sorriso (MT). O diferencial deste curso é o uso de tecnologias e reagentes para processos e produtos menos poluentes e mais efetivos.
O curso está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS - da ONU (Organização das Nações Unidas), pois não emprega o cromo no curtimento das peles. O organizador do curso, Manuel Chagas Jacintho, pesquisador da Embrapa, disse que a ideia é contemplar o público interessado na manufatura artesanal e na industrial. A artesanal é aquela em que o profissional produz cada peça, do início ao fim, utilizando ferramentas e processos mais simples. Geralmente a atividade tem caráter familiar, envolve pequenos artesãos ou pequenas associações. Já o processamento industrial do couro pressupõe o uso de equipamentos mais complexos, divisão do trabalho e produção em escala.
Em função dessa diferença, Jacintho preparou duas rodadas independentes. A primeira acontece de 29 de outubro a 2 de novembro (terça a sábado) e terá conteúdo sobre o curtimento do couro do peixe e a manufatura artesanal.
O segundo curso será de 26 a 30 de novembro, também no Delicious Fish, e terá na programação o curtimento da pele de tambaqui e a manufatura industrial. “Como o curtimento é um processo demorado, ele vai ocorrendo durante toda a programação dos dois cursos. A dinâmica prevê que, enquanto esse processo ocorre, os alunos vão aprendendo as técnicas de manufatura”, explicou Jacintho.
Jacintho explicou que os maiores polos produtores de tambaqui do Brasil são Rondônia, Mato Grosso e Maranhão. O couro desse peixe pode ser utilizado em artesanato, pela indústria da moda e indústria moveleira. A capacitação é gratuita e terá 20 vagas disponíveis. Quem fizer o primeiro pode ou não se inscrever no segundo, dependendo do interesse profissional. Interessados podem se inscrever para o primeiro curso neste link e para o segundo, neste outro.
BRS Aqua
A transferência de tecnologia sobre a pele do tambaqui é uma atividade prevista no BRS Aqua, um projeto que envolve mais de 20 Unidades da Embrapa e conta com financiamento do Fundo Tecnológico do BNDES / Funtec, da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP / Mapa, recurso que está sendo executado pelo CNPq) e da própria Embrapa. O nome oficial do projeto é “Ações estruturantes e inovação para o fortalecimento das cadeias produtivas da aquicultura no Brasil”.

Serviço:
Curso de curtimento de pele de tambaqui e manufatura artesanal
Data: 29/10 a 2/11
Local: Delicious Fish, em Sorriso (MT)
Inscriçõeshttp://bit.ly/2klpDQ0

Curso de curtimento de couro de tambaqui e manufatura industrial
Data: 26/11 a 30/11
Local: Delicious Fish, em Sorriso (MT)
Inscriçõeshttp://bit.ly/2kHiNET

Fonte: www.embrapa.br.

Estudo conclui que tilápias crescem mais alimentadas com 32% de proteína

Teor de proteína e temperatura ideais melhoram desempenho do peixe. Foto: Celia Scorvo/Apta.
Tilápias (Oreochromis niloticus) alimentadas com ração com teor de 32% de proteínas apresentam melhor desempenho zootécnico em tanques-rede. Essa foi uma das conclusões da pesquisa feita por cientistas da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e da Embrapa Meio Ambiente (SP), que observaram que esse percentual de proteína bruta favorece o desenvolvimento dos peixes, fazendo-os crescer mais e com maior velocidade. O estudo ainda confirmou que a espécie tem melhor performance em ambientes a 28ºC.

O trabalho avaliou o desempenho zootécnico de tilápias alimentadas com rações comercias, contendo diferentes níveis de proteína bruta, para avaliar o melhor teor para criações em tanques-rede em represas rurais. O experimento teve duração de 227 dias e foi realizado em 12 tanques-rede estocados com 125 peixes/m3, instalados no Polo Regional do Leste Paulista, em Monte Alegre do Sul (SP), com três tratamentos e quatro repetições. 
O estudo demonstrou diferença no peso médio dos peixes alimentados com ração contendo 28% de proteína bruta, comparado aos peixes alimentados com 32% e 36%, evidenciando que a melhor taxa de eficiência proteica foi obtida na ração com 32%, o que a tornou indicada como o melhor nível proteico para a fase de crescimento.
Um dos autores do trabalho, o pesquisador da Embrapa Júlio Queiroz, ressalta a importância dos resultados, já que são poucos os dados disponíveis sobre os teores ideais para a produção de tilápias em represas rurais em tanques-rede. Nesse sistema, os animais são criados em ambientes onde a temperatura da água está sujeita a grandes variações durante o ciclo produtivo dos peixes, como no caso da região onde foi realizada a pesquisa.
“Os peixes são animais pecilotérmicos, que não dispõem de um mecanismo interno que regule a temperatura do seu corpo. Por esse motivo, conhecer os melhores índices proteicos e a melhor temperatura da água é importante na piscicultura, pois são parâmetros que influenciam diretamente em processos fisiológicos para o bom desenvolvimento dos peixes,” explica Queiroz.
O pesquisador da Embrapa Marcos Losekann ressalta que essas variações de temperatura influenciam o metabolismo e, consequentemente, também afetam o consumo de ração, principalmente em locais como o município de Monte Alegre do Sul, onde essas mudanças de temperatura da água são mais acentuadas, conforme as estações do ano.
“Afetados pelas variações na temperatura da água fora da faixa de conforto, os peixes respondem mudando hábitos alimentares, comportamentais e de mobilidade para se adequar às variações, sejam elas de frio ou calor. Na piscicultura, o produtor deve estar atento e dispor de informações adequadas para o melhor planejamento do manejo alimentar para obter melhor desempenho e, consequentemente, melhor renda”, recomenda Losekann.

Consumo de ração cai nos meses frios

Foram observados valores mínimos de temperatura da água a até 14ºC fora da faixa de conforto térmico nos meses de junho e julho e, como efeito, observou-se que o consumo de ração foi drasticamente reduzido. Além disso, o crescimento dos peixes com a temperatura da água em torno de 28ºC foi bem melhor.
De acordo com Célia Scorvo, pesquisadora da Apta, os dados obtidos podem subsidiar o produtor na escolha de locais de produção onde não ocorram grandes variações na temperatura da água. Além disso, é recomendável o uso de ração com teores de 32% de proteína bruta e a instalação de criações em locais que sofrem menores variações de temperatura. Combinadas, essas duas práticas podem proporcionar melhor desempenho das tilápias, o que significa maior ganho de peso, maior biomassa e, consequentemente, mais lucro ao produtor.
“Verificamos que não ocorreu mortalidade nas temperaturas mais baixas, apenas diminuiu o consumo de ração. Outra informação importante é que em regiões com grandes variações de temperatura (mais frias), o ciclo de produção da tilápia é mais longo,” diz Scorvo.
Os pesquisadores constataram que os níveis de proteína bruta das rações utilizadas não tiveram influência sobre a conversão alimentar (quantidade de alimento que se converte em peso no animal). No entanto, a ração com 32% de proteína bruta apresentou melhor eficiência proteica, que é um método biológico que avalia o ganho de peso em função da quantidade de proteína consumida pelo animal.
Artigo completo: AQUI.
Fonte: www.embrapa.br.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Capacitação em Piscicultura na Comunidade de Areia Branca, em Santa Izabel do Pará



O curso de Piscicultura Básica promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Santa Izabel do Pará e Santo Antônio do Tauá – SINPRIZ e a Associação dos Moradores de Areia Branca, ocorreu no período de 09 a 13 de setembro, na comunidade de Areia Branca (8 km da sede municipal de Santa Izabel do Pará). O curso tinha como objetivo a capacitação de produtores rurais interessados em iniciar na atividade aquícola, com a produção de tambaqui em viveiro escavado.

O interesse pela atividade piscícola tem crescido no município de Santa Izabel, sendo estimulada pelo poder público. A Secretaria Municipal de Agricultura - SEMAGRI do Município possui um programa específico de incentivo a Piscicultura, proporcionando aos produtores do município outra alternativa de renda. 

Na ocasião o Secretário da SEMAGRI Gilvandro da Silva Andrade esteve presente no encerramento do curso para parabenizar os participantes e dizer também que os mesmos serão os próximos a receberem o apoio da Prefeitura para a construção dos viveiros para início de suas atividades.

Participantes do Curso de Piscicultura Básica, Instrutor Aderson Sousa, Mobilizador Jeferson Pie e Secretário de Agricultura Gilvandro Andrade.

Sobre o curso

O curso de Piscicultura Básica ministrado pelo Instrutor do Senar Aderson Victor Santos de Sousa, teve início no dia 09 de setembro e foi até 13 de setembro. Nesse período foram tratados diversos assuntos relacionados a atividade piscícola, abordando desde a escolha do local de implantação, como também construção de viveiros escavados, compra de alevinos, parâmetros da qualidade da água, estudo de mercado, manejo alimentar, acompanhamento técnico da produção, etc.

Aula teórica de piscicultura.

Prática de análise de água para criação de peixes.

Experiência do Instrutor

O que posso dizer sobre a experiência de lecionar para produtores rurais? Fantástico! Foi  uma semana de aprendizado mútuo, onde ali compartilhamos vivências e sonhos. o curso foi finalizado com a certeza de que os participantes irão conseguir iniciar suas criações com conhecimento necessário para engrenar de formar mais organizada e capacitada na piscicultura.



Sobre o SENAR

Criado pela Lei nº 8.315, de 23/12/91, é uma entidade de direito privado, paraestatal, mantida pela classe patronal rural, vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA e administrada por um Conselho Deliberativo tripartite. Integrante do chamado Sistema S, tem como função cumprir a missão estabelecida pelo seu Conselho Deliberativo, composto por representantes do governo federal e das classes trabalhadora e patronal rural.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar proporciona mudança de atitude do produtor e do trabalhador rural. Desperta a população do campo com oferta de ações de Formação Profissional RuralAtividades de Promoção SocialEnsino Técnico de Nível Médio, presencial e a distância, e com um modelo inovador de Assistência Técnica e Gerencial.

O SENAR atende, gratuitamente, milhares de brasileiros do meio rural, todos os anos, contribuindo para sua profissionalização, sua integração na sociedade, melhoria da sua qualidade de vida e para o pleno exercício da cidadania.

Para mais informações sobre o Senar, acesse aqui.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Abertas as inscrições para o Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária



Brasília - DF – Estão abertas as inscrições para o 2º Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária, que acontecerá de 5 a 7 de novembro, em Brasília. O evento é realizado pelo Ministério da Agricultura, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

O congresso é direcionado a produtores rurais, representantes de sindicatos de produtores rurais, prefeitos, secretários municipais de agricultura, técnicos extensionistas e demais profissionais do agro.

Na programação serão debatidos os desafios do setor e a elaboração de políticas para o desenvolvimento e inovação da agropecuária brasileira.

O evento tem apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e da Organização das Cidades do Patrimônio Mundial (OCBPM).

Para consultar a programação preliminar e efetivar a inscrição, acesse: www.congressoagropecuaria.cnm.org.br.


Reunião técnica envolve parceiros do projeto Amazongen

Menezes: tambaquis sem espinha em Y. Foto: Elisângela Santos.
Palmas - TO: Aconteceu na última segunda-feira (02/09) a Reunião Técnica sobre Reprodução de Tambaqui e Capacitação para Coleta de Dados Reprodutivos no auditório da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas/TO). Na ocasião, produtores parceiros do projeto Amazongen dos estados de Tocantins, Amazonas e Rondônia compareceram ao evento, cujo objetivo foi levantar informações sobre as técnicas utilizadas pelos produtores na reprodução do tambaqui e capacitá-los para coletar os índices reprodutivos que serão utilizados no gerenciamento do plantel e alimentarão o software que está sendo desenvolvido no projeto.

O Amazongen é financiado pelo Fundo Amazônia e é voltado para a transferência de tecnologia. O projeto visa montar três núcleos satélites, que consistem na organização dos planteis de produtores de tambaqui, com a implementação de controles para futuramente gerar relatórios que vão auxiliar no momento da reprodução. Além da Embrapa Pesca e Aquicultura, são parceiros do Amazongen os centros de pesquisa da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Amazônia Ocidental e Rondônia. 
Após as boas vindas da chefia, foi apresentado o projeto e os critérios para se estruturar um núcleo satélite. Na sequência, os produtores apresentaram suas fazendas. A primeira a falar foi a proprietária da Aquicultura Fazenda São Paulo, de Brejinho de Nazaré (TO), Miyuki Hiashida. “Meu trabalho com aquicultura começou em 1987, antes mesmo de existir o estado do Tocantins, com produção de camarão de água doce. Mas não tivemos sucesso por problema de mercado, que rejeitava o produto”, recorda ela. Em 1994, resolveu trabalhar com tambaqui, caranha, piau e curimatã. Hoje boa parte da produção de tambaqui, tambatinga, surubim, piau e curimatã é direcionada para o Pará, mas ela também comercializa peixes para a Bahia, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Após parceria com a Aquabel (que produz alevinos de tilápia, com foco em melhoramento genético, alto volume de produção e fornecimento contínuo de alevinos ao longo do ano), a empresa passou a ocupar 50 por cento dos viveiros e mais da metade dos laboratórios da Fazenda São Paulo. 
“A média de produção por safra, que é de setembro a março, é de 8 milhões de alevinos. Na entressafra, 4 milhões”, contabiliza Miyuki. 

Tambaqui sem espinha intramuscular
O segundo produtor a se apresentar foi Jenner Bezerra de Menezes, da Biofish Aquicultura, de Rondônia. Fundada em 1996, a empresa herdou uma estação de piscicultura do governo estadual e possui sedes nos municípios de Porto Velho e Ariquemes. Trabalham com reprodução, comercialização e produção de tambaqui (90 por cento do total), além de pirapitinga, jaquarana, piau, pacu e pirarucu. 
“Nossa estrutura em Porto Velho é de 36 viveiros, com quatro hectares de área alagada e 400 matrizes. Já em Ariquenes temos 12 viveiros e dois hectares de área alagada”, descreve Menezes, que atualmente desenvolve pesquisa utilizando espinafre chinês cultivado nos tanques dos peixes, numa espécie de ilha, que é oferecido na complementação da alimentação de bovinos, suínos e caprinos.  “A gente acredita muito nessa integração na aquicultura”, destaca ele.
Menezes também relatou a descoberta, por acaso, de tambaquis sem a espinha em Y, intramuscular, que inviabiliza a filetagem do peixe e prejudica sua comercialização. “Houve um lote sem essa espinha sem nenhuma causa aparente. No dia em que dominarmos essa reprodução, vai mudar a história da piscicultura no Brasil”, aposta ele, que comercializa alevinos para Rondônia e pós-larva para Amazonas, Mato Grosso, Pará, Bolívia e Peru. 
Por fim, Paulo Renato Florentino Lopes, da Fazenda F Lopes, apresentou sua empresa, que também produz rações extrusadas. Atuando no Amazonas desde 1989, ele é parceiro da Embrapa Amazônia Ocidental desde 1998. “No início não tínhamos técnica nenhuma, misturávamos várias espécies juntas, dávamos bolachas e pão para os peixes, etc. Só depois é que passamos a fazer a criação da forma correta e a Embrapa nos ajudou muito nisso”, relata ele, que recorda a quebra de paradigma na época. “Havia uma ideia de que peixe de criatório tinha gosto de barro e pior que tinha mesmo. Afinal, peixe tem o gosto do que ele come. Foi difícil o mercado aceitar peixe de cativeiro e conseguirmos espaço num mercado acostumado com peixe de captura”, relata Lopes. 
Ele conta que não possui muita experiência em reprodução, tendo maior foco na engorda do tambaqui. Investindo no momento em laboratório e na genética, Lopes lamenta ter lotes de alevinos com resultados excelentes e outros, péssimos. Atualmente a fazenda possui 20 hectares de sistema intensivo e produz 400 toneladas de tambaqui por ano. “Tudo isso tendo que bombear água da barragem 60 metros acima, que é onde é permitida a produção. É proibido produzir nas barragens do Amazonas, que são reservas ambientais”, afirma.
Para atender à necessidade da piscicultura, passou a fabricar ração extrusada e hoje produz três toneladas por hora. “Na piscicultura produzimos até 23 toneladas por hectare de tambaqui, com 180 reprodutores e oito famílias. Nosso objetivo é chegar ao melhoramento genético”, planeja.
À tarde o pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, Lucas Torati, apresentou o software que está sendo desenvolvido no projeto para auxiliar na reprodução de tambaquis. Na ocasião, os produtores puderam dar suas opiniões e expor necessidades. Em seguida, o grupo visitou os laboratórios e o Campo Experimental de Aquicultura (CEAq). 

Fonte: www.embrapa.br.