quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Manejo de pirarucu faz número de peixes aumentar em 33% na comunidade Costa do Tapará

Contagem da espécie ocorreu nos dias 16 e 17 de dezembro em dois lagos da comunidade da região do Tapará, no Rio Amazonas. Moradores comemoram resultados.
Manejo de pirarucu faz número de peixes aumentar em 33% na comunidade Costa do Tapará — Foto: Bruno Kelly/FAS.

Os moradores da comunidade Costa do Tapará, no Rio Amazonas, em Santarém, no oeste do Pará, têm muito a comemorar. Com o trabalho de manejo, em um ano, a quantidade de pirarucu em dois lagos aumentou em 33%. A contagem foi realizada nos dias 16 e 17 de dezembro.

O procedimento é feito por pescadores certificados e está sendo realizado pela segunda vez. Em 2018, dentro dos lagos Espurus e Laguinho foi contabilizado 380 pirarucus. Já este ano, a quantidade passou para 505, sendo 277 bodecos (peixes jovens) e 228 adultos.

“Foi um resultado bastante rápido na comunidade. Eles iniciaram as conversas em 2015, e a partir de 2016 proibiram a pesca no lago e em 2018 fizeram a primeira contagem. Para esse ano de 2019 eles intensificaram as atividades de manejo, com vigilância”, explicou a bióloga da Sapopema, Poliane Batista.


Além dos vinte pescadores de Costa do Tapará, quatro de Pixuna do Tapará e quatro de Tapará Grande acompanharam a contagem e contribuíram no processo de monitoramento das espécies.

“Eles já são treinados e certificados para a contagem e estavam apoiando o processo e é algo interessante de ressaltar”, destacou Batista sobre a união das comunidades em prol da conservação da espécie no Projeto de Assentamento Agroextrativista.

Contagem
A contagem é um procedimento anual que serve de critério para análise de como tem sido feito o trabalho de monitoramento dos lagos e de que maneira a espécie está se reproduzindo.

Conservar o maior peixe de água doce de escama do mundo tem sido a missão desses moradores de comunidades ribeirinhas no oeste do Pará. Através do monitoramento e fiscalização dos lagos é possível evitar furtos para permitir a procriação livre da espécie que corre risco de extinção.

Os peixes são divididos em duas categorias: Juvenis (menores que 100 centímetros) e adultos (maiores que 100 cm).



quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Curso de Georreferenciamento é realizado no CAIC

Aula de campo com os participantes do Curso de Georreferenciamento.
No período de  25 a 29 de novembro realizei na qualidade de Instrutor SENAR na Escola Estadual de Ensino Médio Irmã Albertina Leitão, mais conhecida por CAIC, localizada no município de Santa Izabel do Pará, o curso de Georreferenciamento. Curso promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR-PA, com mobilização do Sindicato dos Produtores Rurais de Santa Izabel do Pará e Santo Antônio do Tauá  -SINPRIZ. 

O curso foi demandado pela Profa, Edineuza, que é docente da Escola, com o objetivo a fornecer aos alunos do curso Técnico de Agropecuária mais um oportunidade de formação, sendo o Georreferenciamento uma das áreas de atuação desse profissional. Sendo assim, o Senar atendeu essa demanda, ofertando o curso de Georreferenciamento aos alunos da escola. 

Aula Teórica.
Prática de Campo.

Ao todo foram 20 alunos inscritos, onde foram visto ao longo da semana, assuntos específicos para o entendimento do que é o Georreferenciamento. O foco do curso era no georreferenciamento de propriedades rurais. Portanto, o curso foi dividido em duas partes - aulas teóricas e aulas práticas.

Durante a aula teórica foram abordados diversos assuntos, como o conceito de Georreferenciamento, Sistema GNSS, Cartografia Básica e Geoprocessamento. E nas aulas práticas, realizou-se uma aula de campo para a coleta de dados geográficos com uso de GPS, e em laboratório, foram processados os dados obtidos em campo, sendo apresentado os softwares Google Earth e Qgis 2.18.

Sobre o Curso
Esse curso de Georreferenciamento foi muito satisfatório para mim, pois assuntos referentes ao geoprocessamento, georreferenciamento e geotecnologias sempre chamaram minha atenção, e é algo que gosto de estudar e de trabalhar. Esse conhecimento tem auxiliado em vários trabalhos e certamente ajudará os alunos que participaram do curso. 

Destaco aqui o auxilio e apoio do meu amigo Técnico em Meio Ambiente, Antonio Nonato C. dos Reis, que é atualmente discente do curso Tecnologia em Geoprocessamento da Universidade Federal do Pará, Campus Ananindeua, e também profissional atuante em geotecnologias aqui no Estado, onde contribuiu bastante para as aulas e conhecimentos práticos, aqui fica registrado meu muito obrigado. 

Agradeço também a Profa. Edineuza, que é Engenheira Agrônoma, sendo a solicitante do curso de Georreferenciamento, me recebeu super bem, pessoa incrível, que certamente iremos fechar mais parcerias. Na oportunidade, agradeço ao Sinpriz pela confiança em meu trabalho.

Técnico Antonio Nonato, Instrutor Aderson Sousa e Profa. Edineuza.

Sobre a Escola
A Escola Estadual de Ensino Médio Irmã Albertina Leitão, é uma escola que oferta cursos técnicos Profissionalizantes, nas modalidades Integrado e Subsequente. Para o ano de 2020, serão ofertados 06 cursos técnicos, são eles:
  • Informática;
  • Administração;
  • Segurança no Trabalho;
  • Agropecuária;
  • Secretária Escolar;
  • Recursos Humanos.

Para mais informações, entre em contato: (91) 98873-9368; (91) 98191-1832.


Ceará é líder na exportação de pescado capturado


O Ceará bateu recorde na exportação de pescados e continua líder do ranking no Brasil. Este ano, até novembro, o estado exportou 8,7 mil toneladas, com faturamento de US$ 75,3 milhões, ultrapassando todos os estados brasileiros. A informação foi divulgada pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria do Comércio Exterior.

Ainda de acordo com os dados da Secretaria do Comércio Exterior, em segundo lugar aparece o estado do Pará, que no mesmo período exportou 7 mil toneladas, seguido de Santa Catarina, com 6,5 mil toneladas de pescado exportadas, entre peixes, crustáceos, moluscos e outros pescados.

Os principais compradores do pescado cearense são os Estados Unidos (51%), China (19%), Austrália (6%) e Taiwan (6%).

Para o coordenador de Pesca e Aquicultura da Sedet, Pedro Henrique Lopes, a localização estratégica do Porto do Pecém contribui positivamente para esse resultado.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Aquicultura brasileira contará com sistema de inteligência territorial estratégica

Foto: Divulgação Embrapa.
A Embrapa está mapeando, por imagens de satélite, os viveiros de criação de peixes e outros animais aquáticos em todo o Brasil. As informações ficarão disponíveis em uma plataforma online, que abrigará vasta quantidade de dados georreferenciados sobre a atividade aquícola, e comporão um Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (Site) da Aquicultura Brasileira.
O objetivo é utilizar os dados organizados nacionalmente para impulsionar ainda mais os números da produção aquícola do País, que se encontra em franco crescimento (veja quadro).

A plataforma em construção apresentará para a aquicultura os cinco quadros definidos na metodologia da Embrapa para sistemas de inteligência territorial estratégica: natural, agrário, agrícola, infraestrutura e socioeconômico (veja quadro abaixo). “Temos um conjunto significativo de dados secundários relacionados à produção agrícola, questões socioeconômicas e emprego para analisar a aquicultura nesses cinco quadros, integrando-os de forma coerente”, informa o analista Marcelo Fonseca, da Embrapa Territorial (SP).

Procurando tanques escavados em imagens de satélite

Encontrar, nas imagens dos mais de 8,5 milhões de km² do Brasil, a localização dos tanques escavados é um desafio gigantesco para a geotecnologia. Quando lavouras são objeto de estudo, por exemplo, é possível até separar uma cultura da outra, por meio da diferenciação da radiação solar que cada uma reflete.
No entanto, com corpos hídricos, as diferenças são muito sutis, o que torna difícil distinguir um lago ou uma pequena represa de um tanque escavado de criação de peixes de forma automática. “Na verdade, a água mais absorve do que reflete a radiação, assim como sombras de montanhas, telhados e outros elementos escuros presentes na imagem, atrapalhando a automatização de todo o processo”, explica o analista da Embrapa André Farias.
O coordenador do trabalho, o geógrafo Balbino Evangelista, da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), acredita que o esforço em coletar dados sobre a aquicultura nacional poderá beneficiar diferentes atores das cadeias produtivas do ramo, como instituições públicas e privadas, extensionistas, produtores e associações. “O produtor poderá aprimorar as suas atividades de planejamento e de produção na medida em que tiver acesso às informações de mercado, estatísticas de produção e rendimento, além de indicadores técnicos gerais, por exemplo”, prevê.


Começo por Rondônia

Para iniciar o trabalho, a equipe escolheu o estado de Rondônia. O único filtro foi a retirada das áreas onde a aquicultura não é permitida, como as destinadas a Unidades de Conservação de Proteção Integral e Terras Indígenas. Depois, a equipe avaliou, visualmente, ponto por ponto assinalado como possível corpo d’água para identificar quais realmente correspondiam a viveiros escavados para aquicultura.
Foram encontradas 1.875 áreas, denominadas polígonos, representativas de viveiros com mais de um hectare, que somavam 8.138 ha. Ariquemes, Mirante da Serra e Urupá foram os municípios com maior participação nesse montante. Os resultados desse trabalho foram publicados em artigo.

Ampliando o trabalho

O resultado positivo da primeira experiência encorajou o grupo a ampliar o trabalho. A equipe da Embrapa Territorial levantou, nas bases de dados do IBGE, os municípios que em cada estado respondem por 75% da produção aquícola. Na análise das imagens de satélite desses municípios foi aplicado um índice denominado NDWI, para destacar os corpos d’água.
Depois, foram identificados os viveiros nessas localidades. Somente nos 12 primeiros estados mapeados, os analistas e colaboradores do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica da Embrapa analisaram mais de 40 milhões de hectares em 223 municípios e identificaram 7.871 unidades de produção aquícola – como foi denominado cada conjunto de viveiros.
As imagens utilizadas são dos satélites Sentinel 2-A e 2-B, com dez metros de resolução espacial. O estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária Henrique Carlsen, ex-colaborador do projeto na Embrapa, conta que, mesmo identificando o polígono como corpo d’água, ainda é preciso saber se realmente se trata de uma estrutura para aquicultura ou destinada a outra finalidade, como dessedentação animal e cultivo de arroz irrigado. Ele conta que o formato e a disposição das lâminas d’água são pontos-chave para diferenciá-los.
A geóloga Yara Cristina de Carvalho Novo, que também atua no projeto, afirma que essas características e a organização dos viveiros também permitem identificar o tamanho do empreendimento. Ela observou grandes diferenças, por exemplo, entre as unidades de produção no Ceará, maiores, e as do Paraná, de menor porte.
O grupo de pesquisa está vetorizando os viveiros (desenhando seus contornos), trabalho que gera uma tabela de atributos como a localização e a área de cada um. A base ainda deverá armazenar outras informações que trabalhos posteriores possam adicionar, aprimorando o conhecimento e construindo o referencial para gestão da aquicultura no Brasil.

Um futuro Zarc das águas

O líder do Site da Aquicultura Brasileira faz um paralelo entre o trabalho que está começando e o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). “Se hoje esse zoneamento é fundamental para o produtor rural fazer um bom planejamento de suas lavouras, correndo riscos menores, essa condição só foi possível com a pesquisa agropecuária”, lembra Balbino.
Ele prevê que, assim como ocorreu com o Zarc, o Site Aqui, com o tempo, irá oferecer informações científicas e objetivas para o aquicultor. “O projeto vai gerar uma base de informações técnicas acerca da atividade, que permitirá à pesquisa propor uma primeira metodologia de zoneamento aquícola (podendo ser por espécie ou grupo de espécies ou ainda por aptidão ou risco climático/ambiental). E assim gerar uma primeira versão para ser avaliada e aperfeiçoada por meio de novas pesquisas, como ocorreu com o Zarc”, detalha Balbino.

Fonte: 
www.embrapa.br

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Embrapa oferece oficina de piscicultura para iniciantes

Entre outros assuntos, os participantes vão aprender técnicas de biometria - Foto: Jefferson Christofoletti

Os interessados em piscicultura não podem perder a oficina “Aquicultura para iniciantes – princípios para produção sustentável de peixes” que será oferecida pela Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas/TO) amanhã - dia 25 de outubro, das 8h às 18h. As aulas serão pela manhã no auditório do centro de pesquisas e, à tarde, nos viveiros escavados da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), localizados no Centro Agrotecnológico de Palmas (Agrotins). 

A oficina é gratuita e os interessados podem se inscrever no site da Embrapa Pesca e Aquicultura ou na hora do evento.

Segundo Hellen Kato, pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura, o objetivo do curso é ensinar conceitos básicos de cultivo de peixes para iniciantes. “Nossa intenção é oferecer capacitações para aproximar as pessoas da Embrapa, sem que esse treinamento esteja, necessariamente, ligado a algum projeto de pesquisa ou a alguma demanda. Nossa meta é criar uma agenda de capacitações”, explica. 
A oficina é a primeira de uma série de treinamentos que a Caravana Inove Aqua vai promover em Palmas, podendo se expandir para o interior, como Araguaína e Gurupi. O objetivo é levar conhecimento técnico às equipes que vão participar do Hackathon Inove Aqua e para os demais interessados em aquicultura.
O curso será ministrado pela analista Marcela Mataveli e na ocasião serão abordados temas como sistemas de produção de peixes; construção e preparação de viveiros; qualidade da água; manejo alimentar e biometria, com aula prática à tarde na Agrotins. 

Fonte: www.embrapa.br.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Embrapa lança hackathon para aquicultura


Objetivo é incentivar universitários a pensar em inovações para setor
Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) lançou o Hackathon Inove Aqua, que visa incentivar estudantes ou recém-formados a desenvolverem soluções para os desafios da aquicultura. A disputa vai ocorrer na próxima edição da Feira Agropecuária do Tocantins –  Agrotins, que ocorrerá em maio do ano que vem, em Palmas. Até lá, os estudantes terão a oportunidade de conhecer mais sobre aquicultura e os principais problemas da cadeia produtiva. 
Podem participar não apenas universitários de tecnologia da informação, mas também de engenharia e outras áreas, assim como estudantes de ensino médio técnico, que deverão formar times de três a oito participantes. No dia do evento, eles vão participar de uma maratona de 32 horas para desenvolver sua ideia de inovação.
Serão premiadas as melhores soluções, que serão julgadas conforme os critérios de aplicabilidade, criatividade, inovação e usabilidade. “O júri será formado por pesquisadores da Embrapa e representantes do setor produtivo. O time que tirar primeiro lugar vai ganhar R$ 5 mil, além de passagem, hospedagem e inscrição para um evento de tecnologia nacional”, detalha a pesquisadora da área de Transferência de Tecnologia, Hellen Kato. "Também haverá premiação para o segundo e terceiro colocados", completa.

‘Competição para inovação’

Foram escolhidos seis problemas da cadeia aquícola para que os competidores desenvolvam inovações: retirada da espinha em “Y” do tambaqui; levantamento da demanda de mercado interno no tocante às espécies brasileiras; alimentação automática; controle de qualidade da água nas áreas de cultivo; soluções em biometria, estimativas de biomassa e fornecimento de ração, além de soluções de segurança, antirroubo nos centros de cultivo.
“A ideia é que sejam desenvolvidos não apenas softwares ou aplicativos. Pode ser equipamentos também. Até uma faca diferente para tirar a espinha em Y é válida”, explica Hellen. “Não é um concurso de software, é uma competição para inovação”, ressalta.
Visando introduzir os participantes no mundo da aquicultura, serão oferecidas várias oficinas onde serão apresentadas informações básicas sobre o tema. A primeira, sobre princípios para produção sustentável de peixes, acontecerá no dia 25 de outubro, no auditório da Embrapa Pesca e Aquicultura, com carga horária de oito horas. O treinamento é gratuito e os concorrentes do hackathon não são obrigados a participar. “Como estamos prevendo a participação de estudantes de todo o Brasil, talvez seja difícil para eles ficarem viajando a Tocantins para participar desses treinamentos. Assim, estamos vendo a possibilidade de transmitirmos o curso pela internet”, destaca a pesquisadora.
O Hackathon Inove Aqua é realizado pela Embrapa, financiado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Secretaria de Aquicultura e Pesca SAP/MAPA; Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – Funtec; Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Cursos ensinam a curtir e trabalhar couro de tambaqui em Sorriso

Couro de tambaqui: curso de curtimento acontece em Sorriso.Foto: Ana Maio.

Serão realizados em outubro e novembro dois cursos de curtimento de pele e de manufatura  de couro de tambaqui, um dos peixes nativos mais produzidos em cativeiro no Brasil. A organização é da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) e as aulas vão ocorrer no frigorífico Delicious Fish, no distrito de Primaverinha, em Sorriso (MT). O diferencial deste curso é o uso de tecnologias e reagentes para processos e produtos menos poluentes e mais efetivos.
O curso está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS - da ONU (Organização das Nações Unidas), pois não emprega o cromo no curtimento das peles. O organizador do curso, Manuel Chagas Jacintho, pesquisador da Embrapa, disse que a ideia é contemplar o público interessado na manufatura artesanal e na industrial. A artesanal é aquela em que o profissional produz cada peça, do início ao fim, utilizando ferramentas e processos mais simples. Geralmente a atividade tem caráter familiar, envolve pequenos artesãos ou pequenas associações. Já o processamento industrial do couro pressupõe o uso de equipamentos mais complexos, divisão do trabalho e produção em escala.
Em função dessa diferença, Jacintho preparou duas rodadas independentes. A primeira acontece de 29 de outubro a 2 de novembro (terça a sábado) e terá conteúdo sobre o curtimento do couro do peixe e a manufatura artesanal.
O segundo curso será de 26 a 30 de novembro, também no Delicious Fish, e terá na programação o curtimento da pele de tambaqui e a manufatura industrial. “Como o curtimento é um processo demorado, ele vai ocorrendo durante toda a programação dos dois cursos. A dinâmica prevê que, enquanto esse processo ocorre, os alunos vão aprendendo as técnicas de manufatura”, explicou Jacintho.
Jacintho explicou que os maiores polos produtores de tambaqui do Brasil são Rondônia, Mato Grosso e Maranhão. O couro desse peixe pode ser utilizado em artesanato, pela indústria da moda e indústria moveleira. A capacitação é gratuita e terá 20 vagas disponíveis. Quem fizer o primeiro pode ou não se inscrever no segundo, dependendo do interesse profissional. Interessados podem se inscrever para o primeiro curso neste link e para o segundo, neste outro.
BRS Aqua
A transferência de tecnologia sobre a pele do tambaqui é uma atividade prevista no BRS Aqua, um projeto que envolve mais de 20 Unidades da Embrapa e conta com financiamento do Fundo Tecnológico do BNDES / Funtec, da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP / Mapa, recurso que está sendo executado pelo CNPq) e da própria Embrapa. O nome oficial do projeto é “Ações estruturantes e inovação para o fortalecimento das cadeias produtivas da aquicultura no Brasil”.

Serviço:
Curso de curtimento de pele de tambaqui e manufatura artesanal
Data: 29/10 a 2/11
Local: Delicious Fish, em Sorriso (MT)
Inscriçõeshttp://bit.ly/2klpDQ0

Curso de curtimento de couro de tambaqui e manufatura industrial
Data: 26/11 a 30/11
Local: Delicious Fish, em Sorriso (MT)
Inscriçõeshttp://bit.ly/2kHiNET

Fonte: www.embrapa.br.

Estudo conclui que tilápias crescem mais alimentadas com 32% de proteína

Teor de proteína e temperatura ideais melhoram desempenho do peixe. Foto: Celia Scorvo/Apta.
Tilápias (Oreochromis niloticus) alimentadas com ração com teor de 32% de proteínas apresentam melhor desempenho zootécnico em tanques-rede. Essa foi uma das conclusões da pesquisa feita por cientistas da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e da Embrapa Meio Ambiente (SP), que observaram que esse percentual de proteína bruta favorece o desenvolvimento dos peixes, fazendo-os crescer mais e com maior velocidade. O estudo ainda confirmou que a espécie tem melhor performance em ambientes a 28ºC.

O trabalho avaliou o desempenho zootécnico de tilápias alimentadas com rações comercias, contendo diferentes níveis de proteína bruta, para avaliar o melhor teor para criações em tanques-rede em represas rurais. O experimento teve duração de 227 dias e foi realizado em 12 tanques-rede estocados com 125 peixes/m3, instalados no Polo Regional do Leste Paulista, em Monte Alegre do Sul (SP), com três tratamentos e quatro repetições. 
O estudo demonstrou diferença no peso médio dos peixes alimentados com ração contendo 28% de proteína bruta, comparado aos peixes alimentados com 32% e 36%, evidenciando que a melhor taxa de eficiência proteica foi obtida na ração com 32%, o que a tornou indicada como o melhor nível proteico para a fase de crescimento.
Um dos autores do trabalho, o pesquisador da Embrapa Júlio Queiroz, ressalta a importância dos resultados, já que são poucos os dados disponíveis sobre os teores ideais para a produção de tilápias em represas rurais em tanques-rede. Nesse sistema, os animais são criados em ambientes onde a temperatura da água está sujeita a grandes variações durante o ciclo produtivo dos peixes, como no caso da região onde foi realizada a pesquisa.
“Os peixes são animais pecilotérmicos, que não dispõem de um mecanismo interno que regule a temperatura do seu corpo. Por esse motivo, conhecer os melhores índices proteicos e a melhor temperatura da água é importante na piscicultura, pois são parâmetros que influenciam diretamente em processos fisiológicos para o bom desenvolvimento dos peixes,” explica Queiroz.
O pesquisador da Embrapa Marcos Losekann ressalta que essas variações de temperatura influenciam o metabolismo e, consequentemente, também afetam o consumo de ração, principalmente em locais como o município de Monte Alegre do Sul, onde essas mudanças de temperatura da água são mais acentuadas, conforme as estações do ano.
“Afetados pelas variações na temperatura da água fora da faixa de conforto, os peixes respondem mudando hábitos alimentares, comportamentais e de mobilidade para se adequar às variações, sejam elas de frio ou calor. Na piscicultura, o produtor deve estar atento e dispor de informações adequadas para o melhor planejamento do manejo alimentar para obter melhor desempenho e, consequentemente, melhor renda”, recomenda Losekann.

Consumo de ração cai nos meses frios

Foram observados valores mínimos de temperatura da água a até 14ºC fora da faixa de conforto térmico nos meses de junho e julho e, como efeito, observou-se que o consumo de ração foi drasticamente reduzido. Além disso, o crescimento dos peixes com a temperatura da água em torno de 28ºC foi bem melhor.
De acordo com Célia Scorvo, pesquisadora da Apta, os dados obtidos podem subsidiar o produtor na escolha de locais de produção onde não ocorram grandes variações na temperatura da água. Além disso, é recomendável o uso de ração com teores de 32% de proteína bruta e a instalação de criações em locais que sofrem menores variações de temperatura. Combinadas, essas duas práticas podem proporcionar melhor desempenho das tilápias, o que significa maior ganho de peso, maior biomassa e, consequentemente, mais lucro ao produtor.
“Verificamos que não ocorreu mortalidade nas temperaturas mais baixas, apenas diminuiu o consumo de ração. Outra informação importante é que em regiões com grandes variações de temperatura (mais frias), o ciclo de produção da tilápia é mais longo,” diz Scorvo.
Os pesquisadores constataram que os níveis de proteína bruta das rações utilizadas não tiveram influência sobre a conversão alimentar (quantidade de alimento que se converte em peso no animal). No entanto, a ração com 32% de proteína bruta apresentou melhor eficiência proteica, que é um método biológico que avalia o ganho de peso em função da quantidade de proteína consumida pelo animal.
Artigo completo: AQUI.
Fonte: www.embrapa.br.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Capacitação em Piscicultura na Comunidade de Areia Branca, em Santa Izabel do Pará



O curso de Piscicultura Básica promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Santa Izabel do Pará e Santo Antônio do Tauá – SINPRIZ e a Associação dos Moradores de Areia Branca, ocorreu no período de 09 a 13 de setembro, na comunidade de Areia Branca (8 km da sede municipal de Santa Izabel do Pará). O curso tinha como objetivo a capacitação de produtores rurais interessados em iniciar na atividade aquícola, com a produção de tambaqui em viveiro escavado.

O interesse pela atividade piscícola tem crescido no município de Santa Izabel, sendo estimulada pelo poder público. A Secretaria Municipal de Agricultura - SEMAGRI do Município possui um programa específico de incentivo a Piscicultura, proporcionando aos produtores do município outra alternativa de renda. 

Na ocasião o Secretário da SEMAGRI Gilvandro da Silva Andrade esteve presente no encerramento do curso para parabenizar os participantes e dizer também que os mesmos serão os próximos a receberem o apoio da Prefeitura para a construção dos viveiros para início de suas atividades.

Participantes do Curso de Piscicultura Básica, Instrutor Aderson Sousa, Mobilizador Jeferson Pie e Secretário de Agricultura Gilvandro Andrade.

Sobre o curso

O curso de Piscicultura Básica ministrado pelo Instrutor do Senar Aderson Victor Santos de Sousa, teve início no dia 09 de setembro e foi até 13 de setembro. Nesse período foram tratados diversos assuntos relacionados a atividade piscícola, abordando desde a escolha do local de implantação, como também construção de viveiros escavados, compra de alevinos, parâmetros da qualidade da água, estudo de mercado, manejo alimentar, acompanhamento técnico da produção, etc.

Aula teórica de piscicultura.

Prática de análise de água para criação de peixes.

Experiência do Instrutor

O que posso dizer sobre a experiência de lecionar para produtores rurais? Fantástico! Foi  uma semana de aprendizado mútuo, onde ali compartilhamos vivências e sonhos. o curso foi finalizado com a certeza de que os participantes irão conseguir iniciar suas criações com conhecimento necessário para engrenar de formar mais organizada e capacitada na piscicultura.



Sobre o SENAR

Criado pela Lei nº 8.315, de 23/12/91, é uma entidade de direito privado, paraestatal, mantida pela classe patronal rural, vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA e administrada por um Conselho Deliberativo tripartite. Integrante do chamado Sistema S, tem como função cumprir a missão estabelecida pelo seu Conselho Deliberativo, composto por representantes do governo federal e das classes trabalhadora e patronal rural.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar proporciona mudança de atitude do produtor e do trabalhador rural. Desperta a população do campo com oferta de ações de Formação Profissional RuralAtividades de Promoção SocialEnsino Técnico de Nível Médio, presencial e a distância, e com um modelo inovador de Assistência Técnica e Gerencial.

O SENAR atende, gratuitamente, milhares de brasileiros do meio rural, todos os anos, contribuindo para sua profissionalização, sua integração na sociedade, melhoria da sua qualidade de vida e para o pleno exercício da cidadania.

Para mais informações sobre o Senar, acesse aqui.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Abertas as inscrições para o Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária



Brasília - DF – Estão abertas as inscrições para o 2º Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária, que acontecerá de 5 a 7 de novembro, em Brasília. O evento é realizado pelo Ministério da Agricultura, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

O congresso é direcionado a produtores rurais, representantes de sindicatos de produtores rurais, prefeitos, secretários municipais de agricultura, técnicos extensionistas e demais profissionais do agro.

Na programação serão debatidos os desafios do setor e a elaboração de políticas para o desenvolvimento e inovação da agropecuária brasileira.

O evento tem apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e da Organização das Cidades do Patrimônio Mundial (OCBPM).

Para consultar a programação preliminar e efetivar a inscrição, acesse: www.congressoagropecuaria.cnm.org.br.


Reunião técnica envolve parceiros do projeto Amazongen

Menezes: tambaquis sem espinha em Y. Foto: Elisângela Santos.
Palmas - TO: Aconteceu na última segunda-feira (02/09) a Reunião Técnica sobre Reprodução de Tambaqui e Capacitação para Coleta de Dados Reprodutivos no auditório da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas/TO). Na ocasião, produtores parceiros do projeto Amazongen dos estados de Tocantins, Amazonas e Rondônia compareceram ao evento, cujo objetivo foi levantar informações sobre as técnicas utilizadas pelos produtores na reprodução do tambaqui e capacitá-los para coletar os índices reprodutivos que serão utilizados no gerenciamento do plantel e alimentarão o software que está sendo desenvolvido no projeto.

O Amazongen é financiado pelo Fundo Amazônia e é voltado para a transferência de tecnologia. O projeto visa montar três núcleos satélites, que consistem na organização dos planteis de produtores de tambaqui, com a implementação de controles para futuramente gerar relatórios que vão auxiliar no momento da reprodução. Além da Embrapa Pesca e Aquicultura, são parceiros do Amazongen os centros de pesquisa da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Amazônia Ocidental e Rondônia. 
Após as boas vindas da chefia, foi apresentado o projeto e os critérios para se estruturar um núcleo satélite. Na sequência, os produtores apresentaram suas fazendas. A primeira a falar foi a proprietária da Aquicultura Fazenda São Paulo, de Brejinho de Nazaré (TO), Miyuki Hiashida. “Meu trabalho com aquicultura começou em 1987, antes mesmo de existir o estado do Tocantins, com produção de camarão de água doce. Mas não tivemos sucesso por problema de mercado, que rejeitava o produto”, recorda ela. Em 1994, resolveu trabalhar com tambaqui, caranha, piau e curimatã. Hoje boa parte da produção de tambaqui, tambatinga, surubim, piau e curimatã é direcionada para o Pará, mas ela também comercializa peixes para a Bahia, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Após parceria com a Aquabel (que produz alevinos de tilápia, com foco em melhoramento genético, alto volume de produção e fornecimento contínuo de alevinos ao longo do ano), a empresa passou a ocupar 50 por cento dos viveiros e mais da metade dos laboratórios da Fazenda São Paulo. 
“A média de produção por safra, que é de setembro a março, é de 8 milhões de alevinos. Na entressafra, 4 milhões”, contabiliza Miyuki. 

Tambaqui sem espinha intramuscular
O segundo produtor a se apresentar foi Jenner Bezerra de Menezes, da Biofish Aquicultura, de Rondônia. Fundada em 1996, a empresa herdou uma estação de piscicultura do governo estadual e possui sedes nos municípios de Porto Velho e Ariquemes. Trabalham com reprodução, comercialização e produção de tambaqui (90 por cento do total), além de pirapitinga, jaquarana, piau, pacu e pirarucu. 
“Nossa estrutura em Porto Velho é de 36 viveiros, com quatro hectares de área alagada e 400 matrizes. Já em Ariquenes temos 12 viveiros e dois hectares de área alagada”, descreve Menezes, que atualmente desenvolve pesquisa utilizando espinafre chinês cultivado nos tanques dos peixes, numa espécie de ilha, que é oferecido na complementação da alimentação de bovinos, suínos e caprinos.  “A gente acredita muito nessa integração na aquicultura”, destaca ele.
Menezes também relatou a descoberta, por acaso, de tambaquis sem a espinha em Y, intramuscular, que inviabiliza a filetagem do peixe e prejudica sua comercialização. “Houve um lote sem essa espinha sem nenhuma causa aparente. No dia em que dominarmos essa reprodução, vai mudar a história da piscicultura no Brasil”, aposta ele, que comercializa alevinos para Rondônia e pós-larva para Amazonas, Mato Grosso, Pará, Bolívia e Peru. 
Por fim, Paulo Renato Florentino Lopes, da Fazenda F Lopes, apresentou sua empresa, que também produz rações extrusadas. Atuando no Amazonas desde 1989, ele é parceiro da Embrapa Amazônia Ocidental desde 1998. “No início não tínhamos técnica nenhuma, misturávamos várias espécies juntas, dávamos bolachas e pão para os peixes, etc. Só depois é que passamos a fazer a criação da forma correta e a Embrapa nos ajudou muito nisso”, relata ele, que recorda a quebra de paradigma na época. “Havia uma ideia de que peixe de criatório tinha gosto de barro e pior que tinha mesmo. Afinal, peixe tem o gosto do que ele come. Foi difícil o mercado aceitar peixe de cativeiro e conseguirmos espaço num mercado acostumado com peixe de captura”, relata Lopes. 
Ele conta que não possui muita experiência em reprodução, tendo maior foco na engorda do tambaqui. Investindo no momento em laboratório e na genética, Lopes lamenta ter lotes de alevinos com resultados excelentes e outros, péssimos. Atualmente a fazenda possui 20 hectares de sistema intensivo e produz 400 toneladas de tambaqui por ano. “Tudo isso tendo que bombear água da barragem 60 metros acima, que é onde é permitida a produção. É proibido produzir nas barragens do Amazonas, que são reservas ambientais”, afirma.
Para atender à necessidade da piscicultura, passou a fabricar ração extrusada e hoje produz três toneladas por hora. “Na piscicultura produzimos até 23 toneladas por hectare de tambaqui, com 180 reprodutores e oito famílias. Nosso objetivo é chegar ao melhoramento genético”, planeja.
À tarde o pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, Lucas Torati, apresentou o software que está sendo desenvolvido no projeto para auxiliar na reprodução de tambaquis. Na ocasião, os produtores puderam dar suas opiniões e expor necessidades. Em seguida, o grupo visitou os laboratórios e o Campo Experimental de Aquicultura (CEAq). 

Fonte: www.embrapa.br.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Projeto da Embrapa em aquicultura capacita equipe


Uma equipe formada por 20 membros do BRS Aqua, atualmente o maior projeto de pesquisa da Embrapa, finalizou há duas semanas programa de capacitação na Fundação Dom Cabral (FDC), em Minas Gerais. Durante três módulos ocorridos nos meses de junho e julho, eles conheceram técnicas, ferramentas e experiências em gerenciamento de projetos. A capacitação foi específica para projetos de pesquisa, com foco, inclusive, no próprio BRS Aqua.

A gestão do projeto em diferentes níveis foi o principal foco da capacitação: tanto a gestão como um todo, como a gestão dos diferentes projetos componentes (nome que a Embrapa dá a estruturas que possuem certa independência e ao mesmo tempo compõem algo maior) e a gestão de planos de ação (figura gerencial que a empresa utiliza para organizar ações e atividades mais focadas em determinada área de conhecimento).
Lícia Lundstedt é pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO) e líder do BRS Aqua. Segundo ela, “pelas características e pela natureza do BRS Aqua, a coordenação geral previu, desde a concepção do projeto, a necessidade de uma estrutura de gestão proporcional à sua dimensão e complexidade, assim como ocorre nos grandes projetos internacionais. Sem dúvida, são necessários muita dedicação e comprometimento, mas o BRS Aqua tem revelado a cada dia uma gama de oportunidades, tais como a que se apresenta pela participação em uma ação dessa dimensão”.
A Fundação Dom Cabral é uma das melhores escolas de negócio do mundo. Recente ranking de educação executiva divulgado pelo jornal britânico Financial Times, especializado em economia e negócios, a coloca no 10º lugar. Na América Latina, pela 14ª vez consecutiva, a fundação foi considerada a melhor escola de negócios. Na capacitação feita pela equipe do BRS Aqua, o instrutor foi Alessandro Prudêncio, professor convidado da FDC.
“Investir em gestão geralmente vale muito a pena porque você na verdade está investindo em otimização. Então, você acaba fazendo mais com menos recursos se você souber fazer da forma certa. Então, esse é um interesse de qualquer organização e a Embrapa está muito feliz em investir nesse sentido. Isso vai ajudar não só no momento, no projeto em andamento (que é o projeto BRS Aqua), mas também em todos os projetos posteriores”, afirma Alessandro.
Conteúdo da capacitação – Durante os três módulos, o gerenciamento de projetos foi trabalhado, detalhado, ilustrado e exercitado pelos participantes. De acordo com o professor da FDC, “os conteúdos basicamente foram as práticas internacionais de gerenciamento de projetos, as boas práticas, aliadas também ao Prince 2, que é um método de referência. Ou seja, foi uma abordagem híbrida, pegando o melhor dos dois mundos: o melhor das boas práticas com o melhor do método, apresentando possibilidades pra que os participantes depois possam incorporar isso no seu dia-a-dia e melhorar a eficiência da gestão dos seus trabalhos”.
Um dos participantes da capacitação foi Alexandre Caetano, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF) e líder de um dos oito projetos componentes do BRS Aqua, que trabalha com germoplasma. Para ele, “o curso foi muito importante pra delinear claramente, passo a passo, em detalhes, como funciona o sistema Prince de elaboração, execução e acompanhamento de projetos. Eu, de fato, não conhecia essa metodologia a fundo e o curso fez uma explanação bem detalhada desse método”.
Fazendo um paralelo entre o conteúdo da capacitação e a maneira como a Embrapa gerencia seus projetos, o pesquisador entende que “o curso traz elementos pra que a gente possa municiar argumentações pra melhorias e construções no Sistema Embrapa de Gestão (SEG). Acho que isso que é bastante interessante”. Alexandre aponta que “o conhecimento adquirido, além do enriquecimento pessoal, permite a gente conversar, trazer elementos pras pessoas que podem eventualmente reformular, fazer ajustes no SEG pra então seguir esse novo modelo”.
Quem também esteve na capacitação na FDC foi a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP) Mariana Moura e Silva. Ela é responsável pelo plano de ação sobre protocolo de biomonitoramento, que faz parte do projeto componente que trabalha o manejo e a gestão ambiental, liderado pelo também pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Celso Manzatto.
Citando um conceito essencial em gerenciamento de projetos, o de stakeholders, Mariana afirma que “a gente tomou conhecimento de diversas ferramentas que podem não só organizar melhor as atividades a serem executadas, como contribuir para um maior retorno do produto que a gente vai oferecer aos stakeholders, ao público alvo que a gente está abordando”. Lícia lembra que “são stakeholders todos aqueles que afetam, são afetados ou se sentem afetados pelo projeto; e assim representam um número enorme de pessoas e instituições, públicas e privadas”.
Visão da FDC – Fernando de Paula trabalha na Fundação Dom Cabral e é gerente de desenvolvimento organizacional para o setor público. Sobre a preocupação de instituições públicas em gerenciar melhor seus projetos, ele diz que a fundação acompanha desde 2015: “de lá pra cá, a gente vê muito, muito interesse do setor público em profissionalizar a gestão e os seus gestores em liderança”.
Nesse contexto, Fernando reconhece a preocupação da Embrapa em investir na profissionalização do gerenciamento de seus projetos. “Isso eu percebo completamente. O BRS Aqua é o maior dos programas que a Embrapa já desenvolveu e se propõe a implementar. Nessa relação de profissionalizar a gestão, é uma forma também de garantir que os resultados aconteçam de uma melhor forma, com mais assertividade nas decisões, mais tempestividade no processo de fazer acontecer os resultados”, diz.
Já o professor Alessandro, que conduziu os três módulos da capacitação, faz uma avaliação positiva da evolução dos participantes: “os feedbacks foram muito positivos. As pessoas demonstram, pelas suas conversas, dominar agora uma terminologia, dominar também a aplicação de algumas práticas e também a sequência dos trabalhos”. Ainda segundo ele, “as pessoas estão se apoderando desse conhecimento, elas comentam isso no seu dia-a-dia em tão pouco tempo. Então, eu vejo a evolução como perceptível e os benefícios já sendo aflorados”.
Capacitação prevista – Lícia explica que “o curso em gestão de projetos foi previsto no âmbito do projeto componente de gestão. Para isso, houve muito empenho e considerável direcionamento de recursos para propiciar uma capacitação de excelência aos colegas envolvidos na gestão do BRS Aqua. Em sua maioria, os colegas não tinham conhecimentos formais prévios sobre gestão, e assim puderam ser devidamente capacitados nessa área estratégica e fundamental para o sucesso do projeto”.
A líder do BRS Aqua demonstra satisfação com o andamento dos trabalhos na capacitação: “é importante e muito satisfatório quando ouvimos, por unanimidade dos participantes, declarações com avaliação positiva nessa experiência e formação. No decorrer dos três módulos da capacitação, ficou nítida a evolução do aprendizado e da apropriação dos padrões de conduta e de linguagem internacionais sobre gestão de projetos. Outro ponto de destaque no conteúdo do curso foi a importância do entendimento e do devido posicionamento quanto aos papéis dos respectivos atores dentro do projeto”.
O BRS Aqua trabalha com quatro espécies aquícolas: os peixes tilápia (hoje, o mais cultivado no país), tambaqui (o nativo mais cultivado no Brasil) e bijupirá (peixe marinho que se apresenta como uma alternativa à produção nacional); e o camarão marinho (importante produto sobretudo no Nordeste brasileiro). O projeto, que tem duração de quatro anos, envolve mais de 20 Unidades e cerca de 270 empregados da Embrapa, além de parceiros públicos e privados.

Fonte: www.embrapa.br.