quinta-feira, 24 de maio de 2018

II Semana de Aquicultura será realizada no Campus de Morada Nova (IFCE)


Com o tema Aquicultura e Desenvolvimento Sustentável, evento abre inscrições.

O campus de Morada Nova, do Instituto Federal do Ceará (IFCE), abriu as inscrições relativas à II Semana de Aquicultura, atividade ligada ao curso de bacharelado em Engenharia de Aquicultura. Na programação constam palestras, oficinas e minicursos.

A atividade ocorrerá de 6 a 8 de junho. Inscreva-se aqui.

Veja a programação:



quarta-feira, 23 de maio de 2018

Pesquisa encontra ômega 3 em vísceras de surubim e tambaqui

Espécime de Tambaqui (Colossoma Macropomum). Foto: Jefferson Christofoletti.

Tocantins (TO) - Estudo identificou ômega 3 nas vísceras de tambaqui (Colossoma macropomum) e do Surubim (Pseudoplatystoma sp.). Normalmente utilizadas pela indústria de pescado na produção de suplemento para ração animal, produção de biocombustível e até como adubo, a descoberta abre a possibilidade para um uso mais nobre do resíduo, como a produção de cápsulas de ômega 3, gordura benéfica à saúde humana. O trabalho foi liderado pela Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), com participação da Embrapa Agropecuária Oeste (MS) e Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ). Além de acrescentar valor à cadeia produtiva dos peixes, o aproveitamento das vísceras aprimora a sustentabilidade ambiental da produção.

Geralmente presente em peixes de águas gélidas, como salmão e bacalhau, mas também na nossa popular sardinha, o ômega 3 das vísceras do tambaqui é uma boa notícia para a cadeia produtiva do peixe nativo do Brasil. “É uma matéria-prima nobre que precisa ser melhor aproveitada”, atesta Leandro Kanamaru Franco de Lima, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura. Para o cientista, a descoberta deverá trazer um outro olhar para as vísceras resultantes do processamento de pescado. “O produtor deve ficar atento para não deixar o subproduto estragar com períodos longos de armazenamento, já que esses ácidos graxos encontrados podem gerar produtos de maior valor agregado”, aconselha o pesquisador.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2016 revelam que a produção nacional de tambaqui chega a 136.991 mil toneladas anuais e a de surubim alcança 15,86 mil toneladas. No entanto, o nível de desperdício e resíduos chega a mais da metade da produção, pois apenas cerca de 30% do total da carcaça é aproveitado em filés. Grandes empresas utilizam parte das sobras para produzir biodiesel ou ração animal.

Menos impacto ambiental e mais valor agregado

Segundo Kanamaru, o estudo da Embrapa busca apontar uma alternativa para cooperativas e pequenas empresas de processamento de pescado. “Se os resíduos sólidos, tais como carcaça e vísceras, fossem aproveitados pela pequena indústria para gerar um incremento para a ração de animais, por exemplo, a gente diminuiria o impacto ambiental e geraria maior valor agregado. O problema é que geralmente ele é descartado ou vira adubo”, ressalta ele acrescentando que, muitas vezes, devido aos custos de transporte, não é possível levar os resíduos para processamento em grandes empresas, gerando um problema para o entreposto e uma ameaça ao meio ambiente. Devido à baixa produção de vísceras, não compensa a montagem de uma graxaria para produzir biocombustível no próprio entreposto e os resíduos acabam voltando para o meio ambiente.

Silagem de pescado

Para minimizar o problema, a solução indicada é o reaproveitamento. “A silagem de pescado, que é um produto líquido produzido a partir de enzimas, é uma forma pouco onerosa e que independe da quantidade de sobras disponíveis. Para a sua elaboração, são utilizados os tecidos e as vísceras do pescado”, detalha Kanamaru, para que a silagem possa se transformar em uma fonte proteica para a alimentação animal.

O pesquisador acrescenta que muitos frigoríficos nem aceitam receber as sobras de pequenas cooperativas porque não sabem as condições de conservação e armazenamento. “É um material muito perecível, e sua qualidade impacta diretamente no valor nutricional final”, explica.

Desperdício de material nobre

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Ricardo Borghesi, ressalta que além de uso na ração há ainda outras alternativas de utilização e transformação de dejetos da indústria pesqueira em produtos de alto valor agregado, oferecendo benefícios sociais, econômicos e ambientais. “Podemos citar como exemplo de uso de resíduos o aproveitamento da pele do peixe como couro; para tratamentos de queimaduras humanas; extração de colágenos; gelatinas; hidroxiapatita (mineral usado para substituição de ossos humanos); farinha de peixe; hidrolisados proteicos; extração de óleo; biocombustível; composto orgânico, entre outros”, enumera.

A tendência é que, no futuro, haja o aproveitamento total do pescado, tal como ocorre com o boi, do qual nada é descartado. De acordo com Borghesi, as possibilidades são amplas, mas seu uso depende do tipo e das quantidades de resíduos gerados, da matéria-prima utilizada (espécie de peixe, por exemplo) e das etapas de processamento.

Para Borghesi, apesar do grande potencial de uso do material residual, algumas vezes esse recurso é desperdiçado pelos entrepostos de pescado. Ele acredita que essa pesquisa pode contribuir com a redução desse desperdício, pois o conhecimento gerado auxilia a direcionar melhor o reaproveitamento dos resíduos e contribui com o desenvolvimento de tecnologias que garantam produtos de alta qualidade e com maior valor agregado.

O engenheiro-agrônomo e instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em Mato Grosso do Sul Maurício Xavier Curi destaca a importância da utilização de resíduos de peixes como forma de agregar valor aos produtos da piscicultura. “Infelizmente, os produtores da região do Mato Grosso do Sul não têm o hábito de aproveitar os resíduos. Aqui no estado, por exemplo, a maioria dos peixes produzidos é vendida para os frigoríficos e estes também não reaproveitam as sobras”, afirma.

Segundo Curi, algumas empresas vendem para outros estados e a cadeia produtiva local fica com uma lacuna no seu circuito produtivo. “As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa abrem possibilidades de aproveitamento desses resíduos e podem contribuir com informações que venham a gerar mudanças relacionadas ao assunto”, acredita.

O estudo da Embrapa é parte de um projeto maior que analisou o gerenciamento hídrico da indústria do pescado, incluindo análise de efluentes líquidos e processamento, com análises microbiológicas e de resíduos sólidos. Os dados completos da pesquisa sobre análise nutricional dos resíduos estão disponíveis no Boletim de Pesquisa “Caracterização de Resíduos Gerados no Beneficiamento Industrial do Tambaqui (Colossoma macropomum) e do Surubim (Pseudoplatystoma sp.)”.

O projeto contou com recursos do extinto Ministério de Pesca e Aquicultura (MPA) e do Fundo de Recursos Hídricos (CT-HIDRO), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Fonte: www.embrapa.br.

domingo, 13 de maio de 2018

AQUISHOW: Evento da Pesca e Aquicultura, palestras, debates e visitas técnicas em empreendimentos da cadeia produtiva do pescado



Realizada há 10 anos, a AQUISHOW é um evento da pesca e aquicultura nacional que reúne todos os elos da cadeia produtiva da Piscicultura para discutir os mais diversos assuntos ligados a ela, com o objetivo de aperfeiçoar práticas de produção e seu desenvolvimento sustentável, aproximar produtores de novas técnicas e apresentação de novas tecnologias voltadas para o incremento da piscicultura em tanques rede ou viveiros escavados, bem como salientar a importância da sustentabilidade da atividade sob os aspectos econômico, social e ambiental, é um evento de negócios voltado para a aquicultura, atividade em plena expansão no país e as perspectivas para o setor são otimistas.

prefeitura de Santa Fé do Sul em parceria com a Peixe SP – Associação de Piscicultores em Águas Paulistas e da União (Associação que representa produtores de organismos aquáticos no estado de São Paulo), realizarão o Aquishow Brasil 2018 em 15 a 18 de maio.

Data: 15 a 18 de Maio de 2018.

Local: Complexo Turístico, Cultural e Histórico Dr. Roberto do Vale Rollemberg - Santa Fé do Sul/SP.

Site oficial do evento: https://www.aquishowbrasil.com.br/.


Curso: Criação e Reprodução de Peixes Ornamentais de Água Doce – Noções básicas



Data: 26 de maio de 2018
Horário: 9 horas às 18 horas  
Realização: Centro de Pesquisa de Aquicultura
Destinatários: estudantes, hobistas, proprietários e/ou funcionários de lojas de aquarismo, potenciais criadores comerciais e outros interessados em noções de manutenção, criação e reprodução de peixes ornamentais de água doce
Coordenação: Mauricio Keniti Nagata (Instituto de Pesca)
Número de Vagas: 35
Investimento: R$ 130,00 profissionais, R$ 65,00 estudante (desconto para inscrições antecipadas)
Informações: cecomip@pesca.sp.gov.br ou (11) 3871-7588 (Cibele)
Local: Auditório do Instituto de Pesca, Av. Francisco Matarazzo, 455 – Parque da Água Branca – Barra Funda – SP.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Tecnologia criada no Porto permite verificar qualidade do peixe e evitar desperdício


Uma equipe do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) está a desenvolver uma tecnologia que permite verificar a qualidade do peixe, visando reduzir o desperdício alimentar na indústria do pescado e prevenir problemas para a saúde pública.

"Em Portugal, são desperdiçadas mais de 33 mil toneladas de peixe por ano, o que representa cerca de um quarto do que é capturado", lê-se numa nota informativa sobre o projeto FishBioSensing, a que a agência Lusa teve acesso.

A maior parte desse pescado "é transformado em farinha para alimentação animal, perdendo, por isso, valor monetário", indicaram à Lusa as investigadoras Cristina Delerue-Matos e Maria João Ramalhosa, do Grupo de Reação e Análises Químicas-Rede de Química e Tecnologia (GRAQ-REQUIMTE) do ISEP.

Para combater esse desperdício, a equipe está desenvolvendo um dispositivo eletroquímico "seletivo, sensível, descartável e de baixo custo", que permite avaliar a segurança e a qualidade dos produtos da pesca, nas diferentes etapas da cadeia alimentar.

O sensor, "portátil e de simples utilização", permite obter um sinal elétrico diretamente proporcional à quantidade de histamina presente no peixe, considerada um dos seus principais parâmetros de qualidade.

Os "peixes frescos e de qualidade possuem baixos níveis de histamina, que aumentam à medida que o pescado perde frescor. Este composto apresenta riscos para a saúde e pode resultar em intoxicação e reações alérgicas", explicaram.

Segundo as investigadoras, a monitorização da histamina em laboratório requer vários equipamentos e técnicos especializados, o que acaba por se traduzir "num processo muito oneroso e com diversas e exigentes etapas".

Este sistema permitirá, assim, disponibilizar informação sobre a conservação dos produtos para, consequentemente, diminuir a tendência de desperdício, "o que acontece constantemente, independentemente de o peixe ainda se encontrar em boas condições", concluíram.

Na opinião das responsáveis, além de evitar o desperdício, este projeto contribuirá para uma maior consciencialização da qualidade do produto, evitando problemas para a saúde pública.

Embora a comercialização não seja o objetivo primordial do projeto, mas sim "o desenvolvimento de um sensor sensível e seletivo para um nível mais laboratorial, se este correr da melhor forma, a equipe tratará dessa questão que, seguramente, terá um grande impacto no dia a dia", disseram ainda.

A tecnologia em desenvolvimento poderá ser utilizada pelos laboratórios de controle de qualidade, indústrias alimentares, distribuidores e autoridades reguladoras.

O projeto, iniciado em junho de 2017 e que será concluído em 2019, participam a empresa WeDoTech, o Instituto Politécnico de Leiria e o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL).

Fonte: www.dn.pt.

Embrapa Pesca e Aquicultura lança livros com dados inéditos sobre o mercado da tilápia


Tocantins (TO) - Pesquisadores, técnicos, estudantes e interessados no tema já podem contar com um levantamento completo da cadeia da tilápia nos cinco principais polos produtores do peixe do Brasil, localizados no Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Ceará e São Francisco. São os livros Diagnóstico da cadeia de valor da tilapicultura no Brasil e Dimensão socioeconômica da tilapicultura no Brasil, lançados pela Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO), disponíveis para download gratuito no site do centro de pesquisas. As obras apresentam dados inéditos levantados junto a diferentes elos da cadeia que compõem os principais polos produtivos de tilápia no país, incluindo informações sobre a história de desenvolvimento de cada polo, suas características produtivas e de mercado.

Renata Melon Barroso, autora das publicações, conta que os dois livros são os principais produtos de seu projeto de pesquisa, de 2015 a 2017. “A tilápia é uma espécie que conta com muita informação, mas de forma dispersa e fragmentada. Daí tivemos a iniciativa de propor esse projeto, para sistematizar melhor os dados”, explica a analista da Embrapa, que fez questão de também realizar um levantamento socioeconômico de toda a cadeia. Com isso dados sobre mão de obra, a participação da mulher, geração de empregos e salários também foram apurados durante o estudo.

A tilapicultura lidera a aquicultura brasileira em volume e mercado. Segundo Eric Arthur Routledge, Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura, há espaço para a produção crescer mais ainda.  “A tilápia é uma cadeia com condições de competir com as cadeias das carnes bovina, suína e de frango, além de diminuir a importação de filés de peixe importados que pressionam negativamente a balança comercial brasileira em bilhões de dólares todos os anos”, aposta ele.

O dinamismo da atividade foi sentido pela a autora já desde o período de levantamento de dados. Renata teve a oportunidade de estar no Polo do Castanhão em dois momentos bem distintos: no seu auge e na sua total decadência, num intervalo de apenas dois anos. Segundo a autora, o Castanhão teve seu auge de 2013 a 2015. Há três anos atrás, quando a autora esteve na região, a produtividade ainda era boa, mas a crise hídrica dava seus primeiros sinais. “Eles sofreram um grande golpe naquele ano porque, para piorar as coisas, também houve um problema com abertura das comportas da represa, que provocou uma enorme mortandade de peixes. Metade da produção foi dizimada em um único dia. Até que dois anos depois a produção foi a zero, provocando um movimento migratório para o São Francisco e o Piauí”, relata ela, acrescentando que a crise abateu muito o Ceará, por ser um dos estados que mais consomem tilápia.

O que pode causar estranheza – um peixe de água doce fazendo sucesso em um estado litorâneo – pode ser explicado por três fatores: escala, padrão e constância no fornecimento. Enquanto várias espécies de água salgada têm seu fornecimento interrompido em épocas de defeso, a produção da tilápia é constante. Sua carne branca e sabor suave tem agradado o mercado cearense, que costuma consumi-la inteira e fresca, trazida em caminhões do Paraná. A espécie também está entrando no preparo das moquecas capixabas. Para restaurantes e supermercados, a constância no fornecimento e o padrão são fundamentais.

Segundo Renata, as diferenças sociais das regiões Nordeste, Sul e Sudeste também foram refletidas no livro. “Ficaram bem nítidas as discrepâncias salariais entre o Sul e o Nordeste, onde muitos trabalham até sem carteira assinada. Chamou também a nossa atenção a política de gestão de pessoas das empresas do Sul e Sudeste para promover maior retenção de seus empregados, oferecendo benefícios que não se encontram em outros lugares”, destaca ela, que ressalta a importância no desenvolvimento de tecnologias a baixo custo e no associativismo. “O produtor que não atua por meio de uma cooperativa é muito frágil. Não tem volume de produção, tampouco não consegue barganhar preço. É a única saída viável para os pequenos”, conclui.

Você pode baixar os livros clicando nas imagens abaixo.




Fonte: www.embrapa.br.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

A CNA lançou o guia de doenças de animais aquáticos e o manual de biosseguridade

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou em abril o guia de doenças de animais aquáticos e o manual de biosseguridade voltados para a sanidade aquícola, durante a reunião da Comissão Nacional de Aquicultura, em Brasília. 




Download pelo site da Embrapa: AQUI

Download do livro: Doenças de animais Aquáticos de Importância para o Brasil - Manual de Identificação no Campo.

Download do livro: Manual Técnico - Biosseguridade e resposta a emergência sanitária para a produção de animais de aquicultura.