quarta-feira, 29 de junho de 2016

Produção de peixes em cativeiro não para de crescer em Rondônia

A produção de peixes em cativeiro levou o Globo Rural à Rondônia, onde essa atividade não para de crescer


Rondônia (RO) - Pelos últimos dados do IBGE, o estado já era o terceiro maior produtor do Brasil em 2014 e veio subindo em ritmo acelerado. Para se ter uma ideia, apenas um ano antes, em 2013, estava em sexto lugar.

Luminosidade, calor e muita, muita água. O ambiente amazônico sempre foi bem favorável a eles, mas no país que tem o segundo rebanho bovino do mundo, o gado ainda é dominante na paisagem. Só que olhando do alto, já é possível ver uma certa mudança no cenário.

A mais de 1,5 mil quilômetros do oceano mais próximo em linha reta, já dá pra dizer que, sem dúvida, Rondônia está pra peixe...

A piscicultura é a atividade que mais cresce no estado. Aumentou quase 400% entre 2010 e 2015. Em área e em produção. A estrela principal: o tambaqui, peixe nativo, rústico, bem adaptado.

Bruno Leite administra a fazenda Santa Ana, em Ariquemes, a 200 quilômetros de Porto Velho. Ele conta que a história da propriedade se divide em décadas, a partir dos anos 70.

Foram 10 anos com projetos de cacau e seringueiras, incentivados pelo Governo Federal e que fracassaram. Nos 20 anos seguintes, o gado, que consolidou a fazenda, e nos últimos 10 anos, o peixe.

Como se não bastassem todas as condições naturais favoráveis à piscicultura, Rondônia tem uma lei específica, estadual, que facilita, incentiva, até explica em grande parte o interesse pela atividade. Essa lei permite o que é proibido em outros lugares.

Os projetos, os tanques, podem ser implantados no próprio leito dos igarapés, nos riachos que cruzam as propriedades ou até nascem dentro delas. A condição é que as margens já têm que estar degradadas com a retirada da vegetação, o que foi, na verdade, prática comum no passado da região.

Hoje, a ordem é recompor a vegetação das margens e existe o compromisso de fazer isso ao redor dos tanques.

Só a Santa Ana produziu 40 mil mudas de árvores nativas no ano passado e vale a pena, pela rentabilidade da piscicultura. Segundo o fazendeiro, os 200 hectares de represas e tanques rendem o mesmo que os 4,5 mil hectares de pastagens.

“A piscicultura é uma atividade bastante intensiva, se assemelha a atividades que hoje já são bastante profissionais no Brasil, como a suinocultura e a avicultura. E ela oferece uma renda bastante elevada por hectare de área ocupada", explica Bruno.

O lucro sobre o faturamento é de 20 a 30%, contra os cerca de 10% da pecuária extensiva.

A ração representa 70% do custo de produção, mas não é tudo, explica o engenheiro de Pesca da fazenda, Sérgio Fukushima. “Tem que ter mão-obra-especializada, tem que ter tecnologia, controle de qualidade da água”, diz.

O investimento é de R$ 40 mil para implantar um hectare, que pode produzir 8 toneladas de peixe por ano.

Em tanques de peixes mais jovens, no meio dos tambaquis encurralados pela rede há alguns pirarucus. E não é por acaso. Eles servem para combater peixes nativos, que invadem as represas e podem consumir o oxigênio e ração destinados à criação.

O abate dos tambaquis também acontece na fazenda mesmo. Abate a frio. Ou a gelo, no caso. Os peixes não resistem muito tempo nos tanques dos caminhões que vão buscar a produção e seguem para o frigorífico.

Lá dentro, sempre em movimento, eles são pesados, um a um, e automaticamente separados por tamanho.

Tudo o que está sendo produzido em Rondônia tem basicamente dois mercados. Os dois, fora do estado. Os peixes que pesam entre 1,5 a 2,2 kg são peixes que o frigorífico usa para fazer cortes, como costela, filé, e é o peixe que os mercados do Centro-Oeste e Sudeste consomem. O outro mercado é o mercado de Manaus, que pede um peixe um pouco maior, de 3,5 kg em média. O mercado de Manaus é o maior consumidor de pescado do Brasil.

A diminuição da pesca, inclusive pelos períodos de defeso, em que ela é proibida para favorecer a reprodução dos peixes, também foi abrindo espaço para os peixes de cativeiro.

O futuro é a agregação de valor e o frigorífico em Ariquemes já faz isso, processando e embalando pequenas porções de acordo com as exigências de cada mercado. O plano é triplicar de tamanho, no mesmo terreno. E bem ao lado, já existe uma fábrica de ração para peixe, que está quase pronta.

Além da produção em larga escala, pequenos agricultores também têm condições de produzir peixe, em boa quantidade e em áreas muito menores. Confira como funciona o trabalho no vídeo com a reportagem completa.


Governo de SC libera áreas de cultivo de moluscos em Palhoça

Exames laboratoriais comprovaram que os cultivos de ostras, mexilhões, vieiras e berbigões estão livres da toxina diarreica

Outras 21 áreas monitoradas pelo Estado continuam interditadas. Foto: Diorgenes Pandini / Agencia RBS.
Santa Catarina (SC) - A Secretaria da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina anunciou a suspensão de interdição das áreas de cultivo de moluscos bivalves nas localidades de Enseada do Brito e Barra do Aririú, no município de Palhoça. Exames laboratoriais comprovaram que os cultivos de ostras, mexilhões, vieiras e berbigões nessas duas localidades estão livres da toxina diarreica (DSP), o que libera a retirada, comercialização e consumo dos moluscos dessas áreas. Estas são as primeiras localidades liberadas e o restante do litoral catarinense permanece interditado, informa a secretaria, por meio de comunicado.

Desde o dia 26 de maio, a Secretaria da Agricultura e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) mantêm o litoral catarinense interditado, proibindo a retirada, comercialização e consumo de ostras, mexilhões, vieiras e berbigões das áreas de cultivo. A medida foi necessária por causa da presença de toxinas que podem causar intoxicação alimentar.

O representante do Laboratório Laqua-Itajaí/IFSC, Luis Proença, afirma que a maré vermelha que se instalou em Santa Catarina foi um fenômeno inédito no estado, com grande intensidade e em larga escala. Mas a expectativa é de que a situação se normalize nos próximos dias e haja a liberação gradativa das áreas interditadas. Segundo o governo de Santa Catarina, a toxina diarréica é produzida por algumas espécies de microalgas que vivem na água, chamadas Dynophysis, e quando acumuladas por organismos filtradores, como ostras e mexilhões, podem causar um quadro de intoxicação nos consumidores. A presença de Dynophysis é conhecida em Santa Catarina e, por isso, os níveis da toxina são regularmente monitorados pela Cidasc no litoral.


Instituto de Pesca de São Paulo atua na regularização de empreendimentos aquícolas

Pesquisadores do IP sistematizam informações e facilitam aplicação do processo de obtenção de licenças

Piscicultura Ipaussu em São Paulo. Foto: www.pisciculturaipaussu.com.br.
São Paulo (SP) - A regularização de empreendimentos é um dos principais entraves do setor da aquicultura atualmente. Atento à situação, o Instituto de Pesca (IP), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), desde 2003 passou a atuar nessa questão por meio da orientação a piscicultores sobre os procedimentos necessários e da elaboração de projetos para solicitação de regularização de empreendimentos de piscicultura junto aos órgãos competentes, como prestação de serviços. 

“Nós buscamos sistematizar as informações necessárias para a criação de peixes em tanques-rede, viveiros escavados e barramentos para servir de orientação a técnicos e produtores rurais”, explica Luiz Ayroza, pesquisador científico e atual diretor de departamento do IP. Nesse período foram realizadas cerca de 80 palestras e cursos, além de produzidas publicações específicas sobre esse assunto. 

A legalização dos empreendimentos aquícolas é um procedimento burocrático, moroso e oneroso. Isto acontece porque o processo envolve um grande número de instituições, acarretando sobreposição de normas legais, e pelo fato de o escopo legal da aquicultura – uma atividade relativamente recente - ainda se encontrar em processo de construção. “Em razão disto, o investidor na atividade é muitas vezes desestimulado ou mantém os empreendimentos na clandestinidade, o que não é bom para o setor. Por isso, nós trabalhamos para orientar os piscicultores, levando a informação até eles e tornando o processo de regularização atrativo”, afirma Ayroza. 

Em parceria com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), a equipe do Instituto de Pesca, coordenada por Luiz Ayroza, já elaborou cerca de 160 projetos para regularização de empreendimentos nos órgãos federais e oito para a obtenção das licenças ambientais de piscicultura na CETESB. Mas ainda há muito trabalho pela frente. Atualmente, o Estado de São Paulo tem cerca de 2900 propriedades rurais com atividade aquícola e mais de 340 empreendimentos aquícolas em águas da União. “A regularização desses empreendimentos abre muitas portas para os produtores. Ela dá todas as condições para que eles acessem as linhas de financiamento tanto em nível estadual, com o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), como em nível Federal. Esses mecanismos auxiliam a implantação de novas tecnologias, pois abrem a possibilidade de compra de equipamentos e, consequentemente, a mecanização do sistema produtivo. Quem ganha é o setor como um todo”, argumenta Ayroza. 

Em 2011, o produtor rural Osvaldo Koga e sua filha Vanessa contaram com a ajuda do Instituto de Pesca (IP) para iniciar um projeto antigo: ter a licença para operar um empreendimento de piscicultura.

Sem experiência no assunto, eles buscaram a orientação da equipe do IP para realizar os trâmites burocráticos junto aos órgãos licenciadores. “Nosso projeto, desenhado e estruturado pelo doutor Luiz Ayroza, sempre foi impecável, passando por todas as avaliações nos meios burocráticos em que tivemos que submetê-lo para autorizações e licenças”, explica Vanessa. 

O projeto de piscicultura dos Koga permite que eles criem peixes em tanques-rede dentro do reservatório da usina hidrelétrica Três Irmãos, em Pereira Barreto, no noroeste de São Paulo. Foi uma das primeiras requisições de licença para esse tipo de empreendimento junto à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) e levou quatro anos para ser concluída. “Nesse tempo, nós sempre contamos com o respaldo e orientações da equipe do Instituto para cada etapa burocrática”, conta. 

Agora, com a licença em mãos, os produtores já requisitaram financiamento junto ao Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP) e esperam, em breve, iniciar sua produção.


Pesquisa sobre reprodução de espécie marinha ameaçada de extinção é conduzida pelo IP

Instituto de Pesca cria protocolo para reprodução do mero em cativeiro e abre as portas para conservação da espécie 


São Paulo (SP) - Um gigante dos mares ameaçado de extinção. Assim podemos definir o mero, peixe marinho da família dos serranídeos que figura na lista vermelha das espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza e que desde 2002 tem sua pesca, transporte e comercialização proibidos no Brasil. O fato ligou o alerta de pesquisadores do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Litoral Norte do Instituto de Pesca (IP), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), que em meados de 2011 iniciaram estudos sobre a reprodução do mero no Laboratório de Piscicultura Marinha, localizado em Ubatuba, em parceria com pesquisadores da EMBRAPA Tabuleiros Costeiros, e do Projeto Meros do Brasil, com o patrocínio do Programa Petrobras Ambiental. 

Eduardo Sanches, pesquisador do IP e coordenador da pesquisa, explica que o objetivo do estudo com os meros é desenvolver um banco de sêmen da espécie, avaliar a variabilidade genética desses peixes e obter os primeiros exemplares produzidos em cativeiro. “O trabalho com o mero é um grande desafio, pois ainda temos pouco conhecimento a respeito de sua biologia e de sua manutenção em cativeiro”, explica Sanches. 

Para ter ideia do tamanho do desafio, é preciso entender as especificidades do mero. Por ser um animal hermafrodita - o mesmo indivíduo tem ambos os sexos -, é necessário realizar a inversão sexual induzida dos peixes, a fim de se conseguir a fecundação dos ovócitos para a reprodução em cativeiro. “Os primeiros resultados que obtivemos nos deixaram confiantes. Não há registro na literatura de que com esta espécie já se tenha obtido sucesso nos procedimentos de inversão sexual. Mas nos primeiros 12 meses de manutenção destes peixes em Ubatuba, ainda em 2014, nós já havíamos conseguido realizar a inversão sexual e a produção de sêmen. Com espécies similares no Sudeste Asiático, foram necessários mais de quinze anos de pesquisa para o domínio da reprodução, como no caso do Giant Grouper, por exemplo ”, relata o pesquisador do IP. 

Para conquistar tal avanço, a equipe do IP precisou coletar, com autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), exemplares em diferentes pontos da costa brasileira, como nos Estados de Pernambuco, Sergipe e Bahia. Essa coleta foi necessária para garantir a variabilidade genética dos peixes capturados. Com isso, os pesquisadores conseguiram indivíduos de grupos diferentes para realizar os cruzamentos, assegurando que eles sejam mais distantes geneticamente. 

Até o momento, a equipe do IP já realizou com sucesso o congelamento do sêmen e criou o primeiro banco de esperma da espécie. Agora, os pesquisadores se debruçam sobre a etapa de ovulação e produção de larvas para, enfim, obter os primeiros meros nascidos no laboratório do IP em Ubatuba. “Sem dúvida, essa pesquisa abre as portas para que a conservação da espécie possa ser efetivamente consolidada. O patrimônio genético dos atuais exemplares já está preservado. Isto é um avanço notável.”, enfatiza o pesquisador. 

O embrião da pesquisa com os meros 

O desenvolvimento da pesquisa com os meros, coordenada pelo pesquisador do IP Eduardo Sanches, só foi possível graças a outros estudos realizados pelo Instituto anteriormente e que culminaram no projeto denominado Serranídeos do Brasil, cujo objetivo é identificar o potencial de cultivo das principais espécies de serranídeos. “A primeira espécie dessa família a ser estudada por nossa equipe foi a garoupa-verdadeira. O Projeto Serranídeos possibilitou importantes avanços no cultivo deste peixe em cativeiro, elucidando importantes questões do ponto de vista de manejo desta espécie e propiciando a formação de um banco de reprodutores que permitiu iniciar pesquisas de inversão sexual, congelamento de sêmen, reprodução induzida e produção de formas jovens, visando à realização dos primeiros ensaios de engorda em escala massiva de serranídeos no Brasil”, relembra Sanches. 

A partir das pesquisas realizadas com garoupas-verdadeiras, o Instituto de Pesca se tornou a única instituição a manter um banco de sêmen de serranídeos ameaçados de extinção e a criar protocolos para reprodução em cativeiro dessa família de peixes no Brasil. Os avanços conquistados nessa área despertaram o interesse de pesquisadores do projeto Meros do Brasil, que buscaram a parceria da equipe do IP para desenvolver as pesquisas sobre reprodução do mero e, com isso, obter os primeiros exemplares dessa espécie produzidos em cativeiro. “Com essa parceria, nós passamos a direcionar os esforços de pesquisa para o mero, e o Laboratório de Piscicultura Marinha do IP se tornou o Ponto Focal do Projeto Meros do Brasil em São Paulo”, conta. 

Para o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, “o ineditismo das pesquisas com o mero desenvolvidas pelo IP demonstra a capacidade do Instituto em contribuir para a conservação da fauna marinha e gerar conhecimentos que, mais tarde, podem se traduzir em soluções para o setor produtivo, uma preocupação da pasta e do governador do estado de São Paulo”. 


terça-feira, 28 de junho de 2016

Curso de Produção de Tilápia e Camarão Marinho em Sistema de Bioflocos


Goiânia (GO) - Curso de Produção de Tilápia e Camarão Marinho em Sistemas de Bioflocos.

Local: Será realizado no Sebrae, em Goiânia/ GO. 

Inf.: (62) 3954-8404/ 99629-0049, e-mail: aquatropic@aquatropic.com.br

Acesse também a página da Aquatropic no facebook AQUI.

Obs.: Os palestrantes possuem experiência internacional, e a visita técnica dará aos participantes uma excelente oportunidade de aprender como funciona o sistema. Será um grande sucesso.

sábado, 18 de junho de 2016

Novo método de pesquisa desvenda misteriosa vida de peixes amazônicos

Pesquisadores conseguiram desvendar as trajetórias dos peixes como o pirarucu a partir de análises químicas dos otólitos


Um grupo de cientistas dos Estados Unidos, com participação brasileira, descobriu uma maneira engenhosa para rastrear a misteriosa vida dos grandes peixes da Amazônia, a fim de saber mais sobre os diversos ambientes por onde eles passam em suas longas rotas de migração. Em um estudo publicado no dia 7 de junho na revista científica digital Royal Society Open Science, os pesquisadores descrevem como conseguiram desvendar as trajetórias de milhares de quilômetros de peixes como o pirarucu (Arapaima gigas) a partir de análises químicas dos otólitos - estruturas calcárias que ficam no ouvido interno desses animais.

Segundo os autores do estudo, conhecer e estudar a biologia e os hábitos de migração dos peixes é fundamental para preservá-los. Mas a ciência sabe pouco sobre os peixes amazônicos, porque é difícil usar métodos de rastreamento convencionais na imensidão do maior sistema pluvial do mundo. 

Nos sete milhões de quilômetros quadrados da bacia amazônica, alguns dos peixes chegam a se locomover por 3,2 mil quilômetros no curso de suas vidas, atravessando várias fronteiras internacionais. Nesse contexto, segundo os pesquisadores, o método convencional de marcação com etiquetas é extremamente ineficaz para rastrear os animais.

De acordo com um dos autores, o brasileiro Leandro Castello, professor da Universidade Virginia Tech (Estados Unidos), a análise química dos otólitos foi a saída para desvendar os percursos dos peixes e saber mais sobre sua biologia. "Os otólitos são estruturas de calcário - tecnicamente são pedras - localizadas no ouvido interno dos peixes e cuja função é dar a eles a noção de equilíbrio. Essas estruturas crescem junto com os peixes e absorvem as características químicas das águas onde estão os animais em cada fase de seu desenvolvimento", disse Castello ao Estado.

O estudo é parte da tese de doutorado de Ted Hermann, no Suny College de Ciência Ambiental e Silvicultura (ESF), em Syracuse (Estados Unidos). Além de Castello e Hermann, participaram do estudo Donald Stewart e Karin Limburg, ambos da ESF.

Segundo Castello, há várias décadas os otólitos são usados para determinar a idade e ritmo de crescimento dos peixes. Mas, no novo estudo, os cientistas usaram um método que faz a análise de uma grande quantidade de substâncias químicas nas várias camadas dos otólitos. "Conforme passamos do centro do otólito à sua superfície, vamos do início da vida do peixe até sua idade mais avançada. O equipamento usado corta pequenos pedaços do otólito enquanto faz a análise química de sua composição. Com isso sabemos as características de seu habitat em cada fase da vida. O princípio é o mesmo dos anéis que se formam nas árvores à medida em que elas crescem", explicou Castello.

História de vida

Usando o método, os cientistas descobriram, por exemplo, que o que acontece com a dourada (Brachyplathystoma flavicans) desde que ela faz sua desova nas cabeceiras da bacia amazônica. "Os ovos descem rio abaixo até chegar ao estuário. Ali, o peixe cresce até um ano e começa a migrar rio acima. Quando a dourara chega aos três anos, ela chega novamente à região da desova", disse o cientista.

Segundo Castello, o rastreamento é possível porque a água de cada região tem uma composição química diferente, claramente reconhecível em cada camada do otólito. O curimatá (Prochilodus ssp), por exemplo, tem traços químicos característicos dos rios de "água branca" - que têm um tipo de água barrenta, como a do rio Solimões - e nos rios de "água preta", que têm as águas escuras, como as do rio Negro."Uma das descobertas interessantes do estudo é que as amostras de curimatá estudadas, provenientes da região amazônica do Equador, tinham traços de poluição que provavelmente derivam da exploração de petróleo que está sendo feita naquele país. Imaginávamos que a poluição dessa atividade causasse danos à fauna, mas é a primeira evidência de um impacto real nos peixes", disse Castello.

Custo Exorbitante

Sem o novo método, segundo Castello, havia pouquíssimas maneiras para rastrear os animais. O método mais convencional é o de marcação e recaptura. Para aplicá-lo, seria preciso marcar algo como 50 mil peixes com uma anilha plástica. Depois, alguém precisaria capturar alguns desses animais marcados na cabeceira do rio, a cerca de 3 mil quilômetros de distância."Ninguém faz isso, porque o custo seria exorbitante e, em um ambiente tão imenso como a Amazônia, a probabilidade técnica de recuperar a informação é muito reduzida, quase nula", disse o cientista.

Outra técnica possível seria a telemetria: o peixe é marcado com um equipamento que emite um sinal acústico ou de GPS. "Mas o investimento seria de US$ mil dólares para marcar cada peixe e mais US$ 5 mil para cada ano de dados de satélite. Seria preciso pagar por pelo menos três anos e torcer para que o peixe não fosse pescado nesse período", explicou Castello.

Com a nova metodologia, não é preciso recuperar peixes marcados: basta abrir a cabeça do animal e extrair o otólito. A análise, no entanto, não é barata: a aquisição do equipamento não sai por menos de US$ 250 mil e cada dia de operação custa US$ 1 mil. "Ainda assim, considerando que conseguimos analisar cinco ou seis peixes por dia, podemos dizer que o método não é apenas mais rápido, mas também muito mais barato que as alternativas convencionais", afirmou.

Conservação

Segundo ele, o uso do método pode ser de grande ajuda para a conservação dos peixes na Amazônia. "Temos dezenas de projetos de construção de hidrelétricas na Amazônia. Se começarmos a a usar esse tipo de metodologia cada vez mais, poderemos ter informações melhores para descobrir onde seria possível construir as hidrelétricas causando o mínimo dano possível aos peixes", declarou.

Com a viabilidade da nova metodologia comprovada pelo estudo, os cientistas já partiram para o próximo passo. Uma nova pesquisa, em fase final de análise de dados, terá foco no estudo dos bagres migradores da Amazônia, como a dourada, o filhote, ou piraíba (Brachyplathystoma filamentosum), o surubim (Pseudoplaystoma fasciatum) e outros. "Vamos fazer uma análise mais aprofundada da vida desses peixes", disse.


quinta-feira, 16 de junho de 2016

As vantagens do empreendedorismo no Brasil

Olá amigos profissionais, estudantes e demais interessados, segue abaixo um assunto relevante abordado pelo site Conta Azul sobre as vantagens do empreendedorismo no Brasil. Aproveite a leitura. Caso queira aprofundar mais sobre o tema, acesse o site da Conta Azul, lá tem várias materias sobre empreendedorismo e de como lidar com as situações cotidianas de um negócio no Brasil.


Segundo dados do Governo Federal, todos os anos o Brasil ganha cerca de 600 mil novos negócios. Além deles, existem hoje em torno de 1,5 milhão de microempreendedores individuais. Em valores absolutos, ficamos apenas atrás da China no número total de empreendedores, com 21,1 milhões.

Esses dados apenas contribuem para afirmar que o empreendedorismo no Brasil está cada vez mais sólido. Não apenas para negócios mais tradicionais, como lojas, restaurantes e mercados, mas também para empresas de tecnologia, as startups. Esse cenário favorável, basicamente, se mantém por meio de um tripé muito conhecido em países desenvolvidos, mas que agora toma forma por aqui: educação, poder público e oportunidade.

Educação empreendedora

Antigamente, as universidades e outros órgãos ainda não viam o empreendedorismo como uma vertente a ser explorada. Era difícil encontrar bons cursos, livros e até profissionais dispostos a ensinar como se “forma” um empreendedor. Com o crescimento do número de pequenas e médias empresas, houve também o aumento no número de facilitadores de conteúdo sobre empreendedorismo.

Dessa forma, com o apoio de instituições de ensino, é mais fácil empreender no Brasil hoje. Há mais livros específicos sobre o assunto, mais pessoas disponíveis para contar suas experiências e até graduações inteiras voltadas a empreendedorismo. Isso demonstra um amadurecimento de todo o ecossistema empreendedor, não apenas das empresas.

Ajuda do poder público

O Brasil é famoso por dificultar a criação de novas empresas. Nossas leis exigem um número sem fim de documentos e a burocracia retarda e inibe novos negócios. Até por isso que muitos empreendedores ainda trabalham sem registro algum. Porém, nos últimos anos, o governo tem tentado mudar esse cenário através de novos políticas de incentivo, como a Lei do Microempreendedor Individual, o Simples e o recente programa Startup Brasil.

São progressos que incentivam o surgimento de novos empresários que criarão mais empregos e soluções para um país ainda carente em diversas áreas. Com isso, além de arrecadar mais impostos, o governo auxilia essa nova classe de empreendedores.

Um país de novas oportunidades

Comenta-se muito que o Brasil de hoje é o Estados Unidos da década de 50: um país propício a empreendedores dispostos a resolver problemas. A verdade é que atualmente o nosso país é melhor do que os Estados Unidos da década de 50. Temos um país cheio de oportunidades e problemas a serem resolvidos, desde uma estrutura falha de logística até a ascensão de uma nova classe média ansiosa por novos produtos e serviços.

Esse cenário criou um país aberto para novas empresas interessadas em criar valor para os seus consumidores. Nunca se teve tanto acesso à internet, por exemplo. Nunca tantas pessoas estiveram em contato umas com as outras como agora. Isso tudo, mesmo ainda com entraves burocráticos e com pouco dinheiro, cria um país perfeito para se empreender.

Em território verde amarelo, esses empreendedores ganham cada vez mais espaço, e há muita gente querendo entrar no clã: 76% dos brasileiros prefeririam ter um negócio próprio a ser empregado de terceiros — essa é a segunda maior taxa do mundo, somente atrás da Turquia.

Confira no infográfico abaixo os perfis dos diferentes tipos de empreendedores e o que eles buscam para crescer:


É claro que ainda temos muito o que conquistar. Nossas leis ainda emperram muitas ideias, o acesso ao dinheiro poderia ser facilitado, as universidades poderiam focar ainda mais em formar empreendedores. Esses pontos ainda precisam melhorar. Porém, estamos em franco desenvolvimento de um país empreendedor. De um país onde não queremos mais ser dependentes de produtos e serviços estrangeiros. Basta continuar trabalhando.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Equipe de pesquisadores desenvolveu modelo doméstico de Aquaponia

A técnica é um sistema integrado de produção de peixes e vegetais.
Não polui o meio ambiente, é econômica e está chegando agora ao Brasil.

Sistema de aquaponia. Foto: negociosdaterra.com.br.
São Paulo (SP) - Aquaponia é um sistema de cultivo recém-chegado ao Brasil, mas já usado em países com pouca disponibilidade de água doce, invernos rigorosos ou que tenham interesse em agricultura urbana.

Os peixes sujam a água para as plantas que, por sua vez, limpam a água para os peixes.
Esse é o funcionamento básico da Aquaponia - a produção integrada de peixes e vegetais em sistema de recirculação de água.

Aqui no Brasil, a Aquaponia ainda engatinha, mas tem despertado o interesse de instituições de pesquisa e produtores, que estão trabalhando para adaptar os modelos trazidos de fora para as nossas condições. É o caso da APTA - a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios.

No polo regional de Ribeirão Preto, o zootecnista Fernando André Salles e sua equipe desenvolveram um modelo doméstico de Aquaponia, que integra a produção de hortaliças folhosas, plantas aromáticas e medicinais com a criação de uma variedade do peixe lambari - o lambari rosa: "É uma espécie nativa, de ciclo curto - em cerca de 90 dias, ele já atinge o tamanho comercial - e é uma espécie de alto valor comercial. Por quilograma de peso vivo, ele é bem mais caro que a tilápia. Provavelmente, é a espécie mais cultivada em aquaponia".

O termo aquaponia nada mais é do que uma junção da palavra aquicultura - que é a criação de organismos aquáticos que tenham na água seu ciclo de vida parcial ou total (peixes, camarões, ostras, algas, jacarés, entre outros) - com hidroponia, que é o cultivo de vegetais na água. Existem várias configurações possíveis para montar um sistema de Aquaponia, mas em comum, todos têm três elementos: um tanque para criação dos peixes, um lugar para filtrar a água e um outro para plantar as mudas.

No modelo desenvolvido pela APTA, o tanque deve ter capacidade mínima para 500 litros de água e ser, de preferência, redondo: "É importante que a água entre tangencialmente em relação à parede do tanque, de modo a fornecer uma pequena corrente. Por que é importante essa hidrodinâmica? Para que aqueles dejetos que o peixe produz sejam carreados para fora do tanque", explica Fernando.

Com ajuda da gravidade, a água com os dejetos desce para um outro tanque - posicionado em um nível mais baixo do que o tanque dos peixes - onde uma bomba joga tudo para o filtro: um compartimento cheio de pedra, cascalho... "E no nosso caso, a argila expandida, que nada mais é do que um pedacinho de argila, cozido em alta temperatura".

Doutor Fernando explica que ocorrem dois tipos de filtragem: uma mecânica - pois tudo o que é sólido fica retido no compartimento - e uma biológica. Nesse ambiente, cheio de matéria orgânica, oxigênio e umidade, bactérias presentes na natureza se desenvolvem e recobrem toda a superfície da argila. Essas bactérias vão transformar a amônia tóxica, excretada pelos peixes, em nitrito e depois nitrato, que é uma substância altamente absorvida pelas plantas. "Essa amônia, se você permitir que ela se acumule no sistema, ela se torna tóxica para o peixe, podendo ocorrer o envenenamento do peixe".

Assim como na hidroponia convencional, as mudas podem ser cultivadas em sistema de calha, em placas de isopor flutuantes ou na argila do próprio filtro: "Você tem filtragem e manutenção das plantas, num ambiente único. Tanto que esse é o sistema que nós estamos recomendando, para quem quer fazer uma pequena Aquaponia caseira".

Os pesquisadores da APTA estão trabalhando com uma densidade baixa de peixes: 10 Kg por metro cúbico de tanque. "Justamente pra fazer o aproveitamento integral dos dejetos".
Para calcular a área das hortaliças, Fernando explica como é feita a conta: "Para cada metro quadrado de canteiro de hortaliças, nós necessitamos de 15g a 30g de ração por dia".

A água leva cerca de uma hora para percorrer todo o sistema e voltar para o tanque. Só é preciso repor uma ou outra perda por evaporação.

Essa economia de água é a grande vantagem da Aquaponia, mas não a única: "É uma das poucas formas de produção animal, no caso o pescado, em que não há geração de efluentes, porque esses efluentes que são os dejetos do peixe, serão aproveitados pela planta".

Além disso, toda a produção de hortaliças é livre de agrotóxicos. Esses produtos, usados no controle de pragas e doenças, podem matar os peixes. Essa característica do sistema é também um dos desafios dos pesquisadores, que buscam agora desenvolver um modelo de Aquaponia para produção em escala comercial: "O primeiro desafio: conseguir equacionar essa produção dos nutrientes que se dá pelos peixes e o consumo dos nutrientes pelas plantas; um segundo desafio: é necessário estudar a parte de controle biológico, de medidas que evitem que os problemas se instalem na Aquaponia. No modelo doméstico, você consegue lidar com um nível de dano, por exemplo, por inseto, ou de deficiência nutricional que é aceitável. Agora, no comercial as exigências são um pouco maiores".

Uma Aquaponia caseira, com 2m² de canteiro, um tanque de 500 litros e uma bomba, custa aproximadamente R$ 600. Isso para quem for comprar tudo novo. A Apasian, Associação dos Pescadores Amadores de Santa Isabel, também em São Paulo, gastou bem menos para montar uma Aquaponia no fundo da casa do seu Jair Ferreira, membro da associação: "Todo o material que a gente está usando aqui, é material que seria descartado por outras pessoas e a gente acabou utilizando. Eu precisei comprar duas bombinhas, eu gastei na faixa de uns R$ 250 a R$ 300, no máximo.

São três tanques de mil litros com tilápia, uma banheira para decantação dos dejetos, um filtro, e 6m² de alface cultivada em sistema de calha.

Faz dois anos que seu Jair toca essa aquaponia sem nenhum tipo de assistência. Nesse período, ele inventou muita coisa para lidar com os problemas que foram aparecendo: por exemplo, colocou aguapé no tanque, para diminuir a quantidade de amônia na água. Passou a cultivar uma plantinha chamada Lemna, pra dar aos peixes e economizar ração. Colocou pedaços de ferro no fundo filtro. "A gente usou o vergalhão e a gente conseguiu resolver em 90% essa falta de ferro na verdura".

Manejo básico aqui é alimentar os peixes três vezes por dia, ficar de olho na temperatura - já que a tilápia come menos no frio - e fazer análise da água de duas a três vezes por semana: "Tem que monitorar, senão você não consegue o sistema".

Seu Jair já acumulou muito conhecimento e age rápido em qualquer problema que possa ser encontrado no monitoramento. Se o PH começa a subir, ele joga vinagre. Se a amônia está muito alta, joga gesso. Se o nitrito está alto, joga cal.

Além do custo da ração, a associação gasta cerca de R$ 40 por mês com energia elétrica para manter o sistema. Quando perguntado sobre o lucro, seu Jair explica: "Pouquinho. Porque, como é um sistema pequeno, a nossa produção de pescado também é pequena, a gente tem na faixa de 25kg de peixe por caixa d’água. Consegue aí, quando a gente tem uma boa venda, uns R$ 200, R$ 300 de lucro por mês".

Mas, ainda que o lucro seja pequeno, seu Jair diz estar satisfeito: "Eu posso falar, de peito aberto, que eu to animado com a Aquaponia. Porque pelo menos um sustento para minha família, eu consigo tirar da Aquaponia".

Desde que o peixe se adapte bem ao ambiente de cultivo e, principalmente ao clima da região, qualquer espécie pode ser criada na aquaponia. E não precisa ser peixe. Há experiências bem sucedidas com criação de rã ou camarão, por exemplo.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Piscicultura em alta é oportunidade para pequenas empresas

Olá profissionais, a notícia é de agosto de 2015, no entanto seu contexto ainda é bastante atual, pois o cultivo de peixes em cativeiro ainda continua a crescer, sendo uma tendencia mundial e também nacional. Aqui no blog diariamente divulgo notícias de estados brasileiros realizando investimentos no setor aquícola para atender a demanda crescente por pescados.

Produção de Pirarucu. Foto: http://www.panoramadaaquicultura.com.br/.
A criação comercial de peixes para alimentação é um tipo de negócio bem menos comum na pauta relacionada a pequenas empresas. Mas é uma modalidade que vem crescendo em todo o mundo, impulsionada por grandes empresas que apostam no segmento. Há oportunidades colocadas diante do cenário de piscicultura em alta, com mais demanda e espaço para empreendimentos de tamanhos variados. Peixes de criação permitem a oferta de proteína animal na alimentação evitando riscos ambientais e proporcionando mais controle sobre o processo do que a pesca — seja ela artesanal, seja ela em escala industrial.

Um estudo da FAO, agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, comentado pela agência de notícias Bloomberg constata um fato inédito, alcançado em 2014. O consumo de peixes de criação superou o de pescados pela primeira vez. E a demanda só cresce.

Piscicultura em alta

Há duas tendências de comportamento do consumidor que favorecem esse movimento. De um lado, há a busca por alimentação saudável, o que significa variar a fonte de proteína da alimentação, incorporando mais peixe. O consumo dessa carne cresce mais rapidamente do que a bovina, suína e avícola. De outro, preocupações ambientais, relacionadas à pesca predatória, sem zelo pelos períodos de reprodução e crescimento da fauna marinha ou pluvial.

Tudo isso combinado a um relativo aumento no poder aquisitivo médio em países em desenvolvimento. Ainda segundo estudos da FAO em 2030 haverá escassez de pescado em todo o mundo. Essa demanda pode ser atendida pela piscicultura.

Empresas multinacionais, como Cargill e Mitsubishi, buscaram aquisições e fusões recentes com empresas do setor de piscicultura. Apesar disso, há espaço para pequenos e médios produtores têm espaço para uma demanda que irá crescer, globalmente, a mais de 5% ao ano até 2020.

domingo, 12 de junho de 2016

Equipe do IP realiza coletas em quatro Estados para desenvolver probiótico para tilápia

Pesquisados do IP. Foto: Instituto de Pesca de São Paulo.
São Paulo (SP) - O desenvolvimento de um probiótico para tilápia é o objetivo de pesquisa coordenada pelo Instituto de Pesca, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Desde 2015, pesquisadores do IP têm coletado amostras de bactérias nas principais regiões produtoras da espécie no Brasil. Ao todo, a equipe já percorreu quatro Estados, de norte a sul do país. 

Os probióticos são micro-organismos vivos que, se administrados em quantidades adequadas, trazem benefício à saúde do animal que os hospeda. “O probiótico tem capacidade de se instalar e proliferar no trato intestinal do animal, trazendo benefícios como, por exemplo, aumento de ganho de peso, redução de colonização de organismos causadores de infecções, maior taxa de fertilização e produção de ovos, dentre outros”, explica a pesquisadora Danielle de Carla Dias, coordenadora do projeto. Por isso, o desenvolvimento desse tipo de produto se torna um aliado importante para os produtores que trabalham com sistemas de cultivo intensivo, onde o risco de doenças pode comprometer todo o estoque de peixes. 

Para selecionar a bactéria mais adequada para o desenvolvimento do probiótico, os pesquisadores do IP visitaram e coletaram material em 24 pisciculturas dos Estados de São Paulo, Paraná, Bahia e Pernambuco. “Esse trabalho de coleta está sendo feito há um ano. No campo, nós fazemos uma raspagem do muco da pele da tilápia e retiramos também uma amostra de seu intestino, onde estão concentradas em maior quantidade as bactérias probióticas. Feito isso, nós congelamos esse material, que está conservado em meios de cultura para bactérias, para transportarmos até o laboratório e realizarmos as análises de seleção”, detalha o pesquisador do IP Carlos Ishikawa, que também participa da pesquisa. 

A coleta de material biológico em diferentes regiões é fundamental para a pesquisa. De acordo com o pesquisador do IP Leonardo Tachibana, há variações nas características das bactérias dependendo das condições ambientais, como o clima e a qualidade da água. “Por isso é tão importante esse trabalho de coleta em vários pontos. Isso nos dá uma diversidade de material para selecionarmos o probiótico mais adequado.”, conta Tachibana. 

Os resultados preliminares da pesquisa têm mostrado um bom potencial para o desenvolvimento do probiótico. “Pretendemos ter o probiótico pronto no início de 2017 para os testes em peixes que vamos realizar. A etapa seguinte será fazer o registro de patente para podermos disponibilizar para o mercado esse produto, que tem potencial de beneficiar diretamente os produtores de tilápia de todo o Brasil.”, explica Danielle. 

Para o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, “a pesquisa demonstra o compromisso do Instituto de Pesca em buscar soluções para os problemas enfrentados pelo setor produtivo, cumprindo seu papel para o desenvolvimento do setor da piscicultura”. 

Fonte: www.pesca.sp.gov.br.


Piauí terá plano estruturado de piscicultura

O Governo do Estado vai organizar um encontro com produtores locais e de outros estados para apresentar o plano

Piauí (PI) - O plano de estruturação de desenvolvimento da cadeia produtiva da piscicultura no Estado do Piauí foi apresentado, no dia 07/06, pelos empreendedores do Projeto Pacú ao governador Wellington Dias, gestores e técnicos da administração estadual, no Palácio de Karnak.  Na oportunidade, foi apresentado um diagnóstico da situação atual e o projeto de criação de um complexo industrial para alavancar o desenvolvimento, agregando valores e possibilitando a entrada no mercado para a exportação.

De acordo com Wellington Dias, a ideia é avançar nessa área da piscicultura de forma eficiente e inclusiva, visando à participação dos pequenos e médios produtores, proporcionando a criação de emprego e elevação da renda. “Vamos organizar os micro e pequenos piscicultores e mergulhar nas comunidades carentes para reduzir a pobreza e a insegurança alimentar. Para isso, é necessário encontrar o formato de um negócio seguro e que exige qualificação e ordenamento desta cadeia produtiva, além de facilitar o acesso ao crédito”, explica o governador.

O plano é inspirado no que já ocorre no Acre, por meio do Projeto Pacú, que é referência nacional e internacional no setor, mas adaptado à realidade do estado do Piauí. De acordo com Marco Rotta, com a estruturação do mercado em 2021, o Piauí pode produzir de 40 a 50 mil toneladas/ano. “Vamos promover um crescimento ordenado, com a industrialização e suporte técnico necessário”, explica Rotta.

Segundo o ex-ministro da Pesca, José Fritsh, a criação dessa política de desenvolvimento para a piscicultura vai tornar o Piauí também referência na área. “O Piauí tem as condições ambientais, como água e solo. Outro potencial é a habilidade dos piscicultores em produzir. Só falta abertura do mercado, que é o que tem que ser feito agora, organizar a cadeia produtiva para industrializar o produto e comercializar para todo o país e até para o exterior, onde há mercado para filé de peixe, produto do pescado brasileiro”, concluiu Fritsh.

O secretário do Desenvolvimento Rural, Francisco Limma, disse que o Governo do Estado vai organizar um encontro com pequenos, médios e grandes produtores locais e de outros estados que poderão contribuir para a expansão da piscicultura no Piauí, para apresentar o plano.  “O governo está apenas iniciando uma etapa que tem uma visão muito mais ampla na questão que envolve as cadeias produtivas da piscicultura”, disse Limma.

 Fonte: www.piaui.pi.gov.br.

FIM DA ATIVIDADE: Açude Castanhão registra mortandade elevada de peixes em tanques-redes

Peixes morreram nas gaiolas no Açude Castanhão. Foto: divulgação.
Ceará (CE) - O Açude Castanhão volta a registrar elevada morte de peixe da espécie tilápia criado de forma intensiva em tanques-redes. Os peixes mortos estão boiando nas gaiolas e os piscicultores afirmam que dessa vez a mortandade atingiu quase 100%, dizimando a atividade no reservatório. “Agora acabou”, disse o diretor da Associação dos Criadores de Tilápia do Castanhão, Edvando Feitosa. “A atividade foi dizimada no açude, deixando prejuízos enormes principalmente para os pequenos produtores”.

O quadro é de desolação na bacia do Castanhão e repete cena ocorrida há um ano, em junho de 2015, quando houve mortandade de três mil toneladas. “Infelizmente a tragédia se repetiu”, disse o produtor, José Oliveira. Dessa vez, pequenos e grandes produtores foram afetados.

Mais uma vez os piscicultores culpam a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) por ser a responsável pela morte dos peixes ao realizar manobra de abertura e fechamento da válvula dispersora para liberação da água. Segundo os criadores, esse movimento provoca onda de impulso vertical de baixo para cima elevando material decomposto, reduzindo oxigenação da água e causando a morte dos peixes.

Até hoje o governo do Estado não divulgou o laudo oficial sobre a causa da morte do pescado no Castanhão ocorrida em junho de 2015. Esclarecimentos já foram solicitados à Assessoria de Comunicação da Cogerh.

O Açude Castanhão era responsável por 50% da produção de peixe em gaiolas no Ceará. O Parque Aquícola chegou a produzir 12 mil toneladas em 2014 e reunir 670 piscicultores.

Após a Semana Santa, os piscicultores reduziram em 40% a quantidade de pescado nas gaiolas. O Açude está com um volume reduzido em torno de 9%. A queda de volume contribui também para o fim da atividade que é a principal base da economia local.

O prefeito de Jaguaribara, Franciné Guedes confirmou e lamentou a mortandade de peixe e disse que a Prefeitura mais uma vez vai apoiar os piscicultores na retirada do pescado morto nas gaiolas. “O fim da criação de tilápia vai afetar seriamente a economia local”, frisou. 

quinta-feira, 9 de junho de 2016

A Pesca no Amazonas - Problemas e Soluções - 2 Edição



Apresentação 

Quando em 1985 publicamos este trabalho, a nossa idéia foi apresentar os principais problemas do Setor Pesqueiro e as alternativas de soluções.

Realmente essa foi a nossa intenção. Queríamos provocar a atenção de todos para as dificuldades, acordar os responsáveis direta ou indiretamente pelas decisões, de tal modo à não se perder mais tempo com soluções paliativas demagógicas.

Infelizmente, 10 anos depois, quase nada mudou. Os problemas até se agravaram. O peixe continua caro e escasso. Incentivado por amigos estou publicando esse trabalho, atualizado, na esperança
de um novo tempo. Continuarei na luta até o dia em que as nossas autoridades se conscientizarem que a maior dádiva que a natureza deixou para nós amazonenses, o peixe, tenha tratamento prioritário.

Referência: Falabella, P.G.R. A Pesca no Amazonas - Problemas e Soluções - 2 Edição. 126 p. 

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A pesca e os recursos pesqueiros na Amazônia brasileira



Referência: RUFFINO, Mauro Luis. A pesca e os recursos pesqueiros na Amazônia brasileira. Manaus: Ibama/ProVárzea, 2004. 272 p. 

ISBN: 85-7401-124-X.

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