sexta-feira, 29 de abril de 2016

Complexo de Piscicultura do Acre vai fornecer peixe para as Olimpíadas

Peixe do Acre direto para as Olimpíadas (Foto: Angela Peres/Secom).
Acre (AC) - No dia 19/04, o Acre teve a confirmação da venda de peixes das espécies pintado e pirarucu para a empresa responsável pela alimentação dos atletas que participarão das Olimpíadas 2016, que será realizada no Brasil, em agosto.

Serão 3.225 quilos fornecidos pela Peixes da Amazônia, sendo 493 quilos só de pirarucu.

Além disso, no gabinete do governador Tião Viana, a diretoria da Peixes da Amazônia, que é uma empresa público-privado-comunitária, também assina contrato com o Banco do Brasil para a liberação de linha de crédito aos piscicultores.

De acordo com o diretor da Agência de Negócios do Acre (Anac), Inácio Moreira Neto, os piscicultores terão acesso aos créditos do banco, com análise especial para o custeio da compra de alevinos, bem como para os prazos de pagamento.

Peixes da Amazônia

O Complexo de Piscicultura Peixes da Amazônia S.A., localizado na BR-364 sentido Rio Branco a Porto Velho, representa o desenvolvimento do processo de industrialização no estado.

Com um centro de produção de alevinos, uma fábrica de ração e um frigorífico de processamento que funciona há pouco menos de um ano, a produção na indústria aumentou significativamente.

Enquanto em abril de 2015 a produção diária de filetado e peixes congelados inteiros do frigorífico da Peixes da Amazônia era de 2.500 quilos por dia, em dezembro do mesmo ano a produção já era de 8.500 quilos de pescado. Além disso, em abril eram 26 trabalhadores no frigorífico. Em novembro eram 62.

Contratos importantes, como o do Grupo Pão de Açúcar, foram determinantes nesse processo. Em fevereiro deste ano, por exemplo, mais vagas de contratações foram abertas em razão da demanda.

A geração de mais empregos deu-se também pela crescente comercialização no mercado varejo local. Só no período da Semana Santa foram comercializadas 200 toneladas de pescado, sendo 140 delas para São Paulo. Segundo o diretor-presidente do Complexo, Fábio Vaz, a produção do mês de março teve foco no feriado religioso.


domingo, 24 de abril de 2016

O Espaço Aquicultura foi desenvolvido pela DGRM e assenta em plataforma ArcGIS

Portugal (PRT) - A Direcção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) preparou uma plataforma de sistema de informação geográfica (SIG), baseada na tecnologia ArcGIS da Esri. No denominado Espaço Aquicultura concentrou referências sobre a exploração econômica em águas marinhas e salobras.

É disponibilizado como uma porta de acesso aos serviços e informação da administração pública sobre aquicultura e inclui dois mapas online:

‒ sobre os estabelecimentos de culturas marinhas, o Geoportal da Aquicultura;

‒ referente ao Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo (POEM) que exibe as áreas potenciais para a aquicultura.

“O Geoportal e o site Espaço Aquicultura surgiram no decurso dos trabalhos de um grupo de trabalho criado pela Secretaria de Estado do Mar para implantar medidas de apoio à aquicultura, explica o arquiteto Henrique Tato Marinho, representante da DGRM no conjunto. A plataforma é dirigida a investidores, investigadores, produtores, associações do setor, ensino, administração pública e o público em geral.

Um dos objetivos é “concentrar em um único local toda a informação geográfica produzida em Portugal referente a esses estabelecimentos”. E outro é “divulgar a economia do Mar,”, especialmente este setor de atividade, numa lógica de prestação de serviço público, assinala Tato Marinho.

“Prevê-se a médio prazo integrar, também, informação referente às águas interiores”, revela. Atualmente a plataforma beneficia dos serviços de mapas da Agência Portuguesa do Ambiente, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e da DGRM.

Mas “em breve”, diz um comunicado, terá a contribuição do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. A plataforma de SIG, alicerce do Geoportal, foi desenvolvida assente nos sistemas Portal for ArcGIS e no ArcGIS 10.4 for Server, da ESRi.

A infra-estrutura tecnológica do Geoportal está alojada na divisão de informática da DGRM, a cargo do chefe de divisão, Ricardo Duque Oliveira. A administração, desenvolvimento e concepção do portal está sob responsabilidade de Tato Marinho, também membro da  – Direção de Serviços de Ambiente Marinho e Sustentabilidade (DSAS).

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Franciselose: o novo desafio sanitário para a tilapicultura brasileira


A franciselose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Gram-negativa Francisella noatunensis. Esta espécie é dividida em duas subespécies, sendo elas: Fracisella noatunensis subsp. noatunensis que infecta peixes de águas temperadas e Francisella noatunensis subsp. orientalis (sinônimo de Francisella asiatica) que acomete peixes tropicais, como a tilápia do Nilo. Esta bactéria é um agente intracelular facultativo que infecta principalmente os macrófagos dos peixes, sendo responsável por causar uma doença granulomatosa que acomete principalmente órgãos como baço, rins e fígado, similar a piscirickettsiose em salmonídeos e photobacteriose em bijupirá. Contudo, a doença em estágio avançado se torna sistêmica, envolvendo vários outros órgãos tais como intestinos, coração, gônadas, brânquias, olho e cérebro, podendo causar surtos de mortalidade que alcançam entre 60 a 100% de fatalidade em animais que constituem os principais grupos de riscos, sendo os alevinos e juvenis no período de inverno.

O principal fator de risco para esta enfermidade é a temperatura da água. Dessa forma, condições de baixa temperatura favorecem sua rápida proliferação, geralmente, os grandes surtos ocorrem em faixas de temperatura entre 24 a 18 ºC. Outro fator de risco importante é a idade dos peixes, uma vez que esta doença possui maior impacto sobre as formas jovens, incluindo larvas, alevinos e juvenis. Durante o outono, inverno e início de primavera constituem os períodos de maior ocorrência desta doença. Ocasionalmente peixes em fase de crescimento, acima de 500 g, podem ser afetados por Francisella.

No Brasil, a franciselose vem causando surtos em diferentes polos de criação de tilápia há pelo menos 4 anos. As regiões sudeste e sul são as que registraram maior número de surtos, contudo, a cada ano a doença continua se expandido no território nacional, facilitado pelo transporte de peixe vivo portador da doença. Além do Brasil, esta doença tem acometido outros países da América e Ásia, sendo considerado um patógeno emergente de impacto mundial para a aquicultura.

Peixes com franciselose manifestam externamente sinais clínicos discretos, podendo ser observados animais com crescimento retardado, emagrecimento, escurecimento do tegumento, exoftalmia e nado em rodopio quando a doença acomete olho e cérebro, além de palidez branquial. Os principais sinais que indicam infecção por Francisella são alterações patológicas internas, quando são observados múltiplos nódulos pequenos de coloração branca no baço, rins (Fig. 1 a – b) e fígado, sendo na realidade granulomas inflamatórios (Fig. 1c) que o sistema de defesa dos peixes lança mão na tentativa de combater a doença. Para uma rápida análise in loco, a realização de imprint de órgãos afetados e realização da coloração de Gram a campo pode ser muito útil para o diagnóstico precoce da doença, podendo ser confirmada a presença de cocobacilos Gram-negativos (Fig. 1 a – detalhe da imagem).

Figura 1. Juvenis de tilápia do Nilo com granulomatose visceral causada por Francisella noatunensis subsp. orientalis. Nódulos esbranquiçados no baço (a – seta contínua), rim cranial (a – cabeça da seta) e palidez branquial (a – asterisco), mostrando bactérias cocobacilos observados no exame de imprint de baço corado com Gram (a – detalhe na imagem). Múltiplos nódulos de coloração esbranquiçada em todas porções do rim (b – cabeça das setas). Múltiplos granulomas observados em secção histológica de baço de alevino com franciselose (c – setas), coloração HE.

Atualmente, a melhor opção para o tratamento da franciselose tem sido de uso “Off label” (Sem indicação de bula), uma vez que é realizada dosagens superiores de antimicrobiano quando comparada com a dose para outras doenças, como a estreptococose e aeromoniose. O florfenicol tem sido a molécula que apresenta melhor segurança para uso em casos de franciselose, uma vez que possui estudos científicos comprovando sua eficácia, embora com doses superiores ao uso tradicional e com maior período de administração. Por se tratar de uma doença granulomatosa, poucos fármacos possuem a habilidade de ultrapassar as barreiras constituídas nos granulomas. O estudo sobre eficácia, segurança clínica e efeito residual de outras drogas para o tratamento da franciselose são necessários para possibilitar a rotação de moléculas, minimizando riscos de resistência aos antibióticos. Da mesma forma, é de grande interesse o desenvolvimento de vacina para promover a imunoprofilaxia estratégica dos planteis, minimizando as perdas por esta doença.


Licenciamento ambiental é feito por 30% dos municípios, diz pesquisa


No Brasil, em 2015, apenas 30,4% (ou 1.696 cidades) dos 5.570 municípios realizavam licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local.

A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou no dia 15 de abril a pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros 2015 - Munic 2015 - com informações relativas à estrutura dos municípios a partir da coleta de dados sobre temas como recursos humanos, planejamento urbano, recursos para a gestão, terceirização, informatização, gestão ambiental e articulação interinstitucional.

Quanto ao licenciamento ambiental, o IBGE admite que esse percentual de pouco mais de 30% é ainda mais baixo entre os municípios de menor densidade populacional, onde o percentual cai para 21,3%, apenas 341 das cidades com mais de 5 mil a 10 mil habitantes.

Para Vânia Pacheco, gerente da Pesquisa de Informações Básicas Municipais - Perfil dos Municípios (Munic 2015) - o que a pesquisa permitiu concluir é que, com relação à gestão ambiental,  “os municípios continuam trabalhando na sua agenda 21 e um percentual razoável realiza o licenciamento ambiental. Ainda assim, o fato de alguns municípios não realizarem o licenciamento não denota uma precariedade em relação ao problema, uma vez que essa função pode também ser transferida para a esfera estadual”, declarou.

A pesquisa ressalta, ainda, o fato de que, entre 2012 e 2015, o percentual de cidades que iniciaram o processo de elaboração da Agenda 21 Local - instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis - subiu de 18,1% (1.010) para 22% (1.225), com crescimento em todas as faixas da população.

Cobrança de taxas

O percentual dos municípios que cobravam algum tipo de taxa em todo o Brasil, entre 2012 e 2015, passou de 92,4% para 93,7% (de 5.144 para 5.218). A constatação é da pesquisa do IBGE, segundo a qual a taxa de iluminação pública é a mais presente entre as cobradas, chegando a abranger 78,3%, o equivalente a 4.087 dos municípios que cobravam algum tipo de taxa.

Em seguida, vem a taxa de coleta de lixo, presente em 52,2% (2.726 cidades). Já a parcela dos municípios que utiliza algum mecanismo de incentivo à implantação de empreendimentos caiu de 62,8% (3.498) em 2012 para 61,7% (3.437) em 2015. Entre os tipos de incentivos utilizados, houve um aumento expressivo no percentual de municípios que adotam a isenção de IPTU (de 29,1% em 2012 para 39,5% em 2015) e uma queda nos que optaram pela redução do IPTU (de 34,3% para 28,1%).

Terceirização

Nos últimos anos, vêm crescendo os municípios que terceirizam alguns dos seus principais serviços e também os que contratam algum tipo de assessoria, na maior parte contábil, financeira e jurídica. O IBGE esclareceu que a terceirização pelas prefeituras foi pesquisada tanto na área de assessoria quanto na execução direta de serviços públicos. Assim, 85,8% dos municípios contratam serviços de assessoria e 85,6% contratam empresas para a execução de serviços públicos.

A assessoria contábil/financeira é a mais frequente, sendo realizada por 82,9% das cidades que contratam assessoria. Em relação à terceirização de serviços públicos, a coleta de resíduo sólido hospitalar é realizada por 76,1% dos municípios, seguida da coleta de resíduo sólido domiciliar (53,6%), iluminação pública (44,3%) e limpeza urbana (42,1%). Vânia Pacheco ressaltou que o levantamento trouxe alguns temas que já eram recorrentes em outros anos, mas que agora houve um ponto que este ano surgiu como novidade.

“O que chamou a atenção, com relação ao aumento da terceirização, foi que se constatou que parte desses serviços contratos são obrigatoriedade das prefeituras, mas ainda assim elas terceirizaram. Como é o caso, por exemplo, da coleta de lixo hospital, hoje terceirizada na maioria das cidades país”, afirmou.

Outro dado que chamou a atenção: a informatização na administração pública municipal está presente em 97,1% dos municípios (5.410), todos possuidores de pelo menos uma atividade informatizada, como cadastro e/ou banco de dados nas áreas da saúde, educação, patrimônio, controle da execução orçamentária e folha de pagamento dos servidores.

Planejamento municipal

A pesquisa constatou que apenas 2.786 cidades tinham um Plano Diretor - instrumento para orientar a política de desenvolvimento da expansão urbana no país. Outros 691 municípios (12,4%) estavam elaborando o Plano Diretor e 37,6% (2.092) não tinham, nem estavam elaborando. Segundo o IBGE, a existência de Plano Diretor em 2015 era crescente em relação ao porte da cidade: enquanto nos municípios com até 5 mil habitantes apenas 28,9% (358) informaram possuir Plano Diretor, todas as cidades acima de 100 mil habitantes disseram ter um Plano Diretor.

Em comparação com 2011, em 2015, no entanto, observou-se um aumento no percentual de municípios brasileiros que possuíam consórcio público com outros municípios, estados ou com a União - passando de 59,2% (3.295) para 66,3% (3.691) no período.

Dentre os municípios que declaram participar de consórcio público, observou-se aumento no percentual dos que têm consórcio intermunicipal, passando de 88,1% (2.903) em 2011 para 96,7% (3.571) em 2015. Em 75,9% (2.800) dos municípios, a área de atuação do consórcio é a saúde, em 35,2% (1.299), o manejo de resíduos sólidos e, em 25,2% (929), o meio ambiente.

Base de dados

A Pesquisa de Informações Básicas 2015, em sua 13ª edição, traz informações coletadas pelo IBGE sobre recursos humanos, planejamento urbano, recursos para a gestão, terceirização e informatização, gestão ambiental e articulação interinstitucional sobre os 5.570 municípios brasileiros.

O estudo objetiva, segundo o IBGE, levantar informações para criar uma base de dados institucionais municipais e construir um amplo perfil das cidades. Na avaliação do IBGE, a Munic é uma ferramenta apropriada para o levantamento de dados que permitem o monitoramento e a avaliação de políticas locais, reforçando o objetivo de construção de uma base de informações municipais de qualidade.

“Trata-se de um conjunto amplo de informações que irá contribuir para o debate público e permitir, mais uma vez, aos poderes públicos e à sociedade, melhorar o planejamento e a formulação das políticas locais”, disse Roberto Luís Olinto Ramos, diretor de Pesquisas do IBGE.

Como alimentar 9 bilhões de pessoas até 2050?

Esta foi a pergunta feita para  2 400 estudantes de 105 países e 578 universidades que participaram do desafio promovido pela Thought For Food (TFF), encerrado no início deste mês. Os estudantes formaram 500 equipes com um único objetivo "desenvolver ideias sustentáveis para alimentação humana". Entre as ideias finalistas estavam temas como a  agricultura de precisão, óleo feito a base de insetos, aplicativos móveis para probióticos e muito mais. O Grande Prêmio TFF de dez mil dólares foi concedido ao projeto "Kulisha", que significa alimentar em Swahili, uma das línguas oficiais do Quênia. A proposta da equipe  é utilizar insetos para diminuir o acúmulo de lixo orgânico e utilizar estes insetos na  produção de ração para  peixes.

Kulisha propõe a utilização de larvas de mosca para a redução de resíduos que iriam para aterros e o uso destes insetos como alimento para peixes cultivados por aquicultores de pequena escala no Quênia. O prêmio do TFF será usado pela equipe para construir uma unidade de produção e começar experimentos na área, segundo Maya Faulstich-Hon, membro da equipe Kulisha.  Ainda segundo a estudante, a equipe fez uma parceria com uma grande fazenda de tilápia, onde pretendem iniciar os primeiros testes. Os jovens pesquisadores afirmam que Kulisha pretende revolucionar a indústria da aquicultura, aumentando a capacidade de produção aquícola, promovendo o consumo de proteínas saudáveis ​​e sustentáveis e fortalecendo ​​a economia local. Saiba mais.

Foto: tffchallenge

terça-feira, 19 de abril de 2016

IX Curso e Workshop de Sanidade em Piscicultura e I Feira Nacional da Piscicultura – FENAPIS


Período: 13 a 15 de julho de 2016

Local: Centro de Convenções da Unesp, Campus de Jaboticabal, SP

Carga horária: 25 horas

Número de Vagas: 200

Site oficial: www.funep.org.br.

Curso: Método de Índice de Qualidade em Pescado (MIQ)



Palestrante: Marcelo Ap. Martins (Diretor da NASIG Consultoria em certificação).
Objetivo: Capacitar os participantes no Método Índice de Qualidade (MIQ) / Quality Index Method (QIM).
Descrição resumida do curso: O MIQ é atualmente um dos esquemas de avaliação sensorial do grau de frescor do pescado mais utilizado. Visa minimizar os problemas de outras metodologias de avaliação sendo considerado confiável, rápido, economicamente viável e de característica não destrutível ao pescado avaliado, sendo utilizado para avaliação no recebimento, produção e comercialização das espécies.
Inscrições: FAMEVZ (cantina), FANUT (CACAL).

Banco da Amazônia tem R$ 1,5 bilhões para investir no Pará em 2016

Nos últimos cinco anos, o Banco da Amazônia aplicou R$ 6,4 bilhões em créditos de fomento no Pará, sendo R$ 1,3 bilhão na agricultura familiar

Pará (PA) - O Banco da Amazônia tem R$ 1,5 bilhão disponível para aplicar no Pará este ano, sendo R$ 1 bilhão do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e R$ 507 milhões da carteira comercial do banco. Dos recursos do FNO, R$ 287,6 milhões vão para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), R$ 200,7 milhões para as micro e pequenas empresas e empreendedores individuais, R$ 79 milhões para o Programa de Agricultura de Baixo Carbono. Lançado em 2015, o FNO-ABC é destinado a projetos agropecuários e florestais para redução da emissão de gases de efeito estufa na região.

Segundo o Plano de Aplicação de Recursos Financeiros 2016, há investimentos previstos para todas as mesorregiões do Estado. No Baixo Amazonas, por exemplo, na microrregião de Santarém, os esforços serão para o desenvolvimento da piscicultura e da cadeira produtiva da mandioca. No Marajó, em Soure, haverá investimentos na cadeia de frutas regionais, como o açaí, na aquicultura, criação de búfalos de corte e leite e ovinocaprinocultura. Já na mesorregião Sudeste, os recursos serão destinados à microrregião de Marabá para potencializar o reflorestamento, a pecuária de corte e o setor de mineração.

Investimentos

Nos últimos cinco anos, o Banco da Amazônia aplicou no Estado do Pará R$ 6,4 bilhões em créditos de fomento, com destaque para R$ 1,3 bilhão destinados à agricultura familiar, R$ 1,5 bilhão para as atividades agropecuárias, R$ 244,5 milhões para atividades florestais, R$ 1,8 bilhão para o desenvolvimento do comércio e do setor de serviços e R$ 916,4 milhões em apoio às micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais.

Ao longo desse período, a instituição tem participado de grandes projetos no Estado, como a construção do aeroporto de Santarém, a construção das eclusas de Tucuruí, o terminal hidroviário de Monte Alegre, o porto de Vila do Conde, em Barcarena, e a construção e pavimentação de trechos da BR-163.

Considerando apenas o valor contratado em 2015, estima-se um impacto de R$ 7,09 bilhões sobre tudo que foi gerado de riqueza no Pará, ou seja, no valor bruto da produção (VBP). Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) estadual, espera-se um impacto de R$ 4,59 bilhões. Os tributos gerados a partir das operações realizadas chegariam a R$ 948 milhões, além da geração de mais de 184 mil empregos e R$ 1,06 bilhão em salários.

Segundo dados do Banco Central, a participação do Banco da Amazônia no crédito de fomento, no Pará, é de 71%, e as 43 agências da instituição representam 12,18% de toda a rede de agências do Estado. O atendimento do banco cobre 100% dos municípios. Os recursos investidos serviram para potencializar as atividades realizadas por microempreendedores individuais, além de mini, micros, pequenas, médias e grandes empresas locais.

Parceria

No final de março, o presidente do Banco da Amazônia, Marivaldo Gonçalves de Melo, e o governador do Pará, Simão Jatene, assinaram um protocolo de intenções para impulsionar os negócios sustentáveis no Estado. Segundo o protocolo, haverá a mobilização e a integração das classes produtivas para a utilização do total de R$ 1,5 bilhão disponível no Plano de Aplicação de Recursos do Banco da Amazônia 2016. A meta é promover, por meio de um trabalho, a estruturação e o fortalecimento dos aglomerados econômicos, arranjos produtivos locais e as cadeias produtivas do Estado, para criar iniciativas que reduzam as desigualdades locais.

A parceria também objetiva a promoção da cultura do empreendedorismo consciente, estimulando e apoiando a adoção de melhores práticas produtivas sustentáveis, por meio de negócios que gerem a distribuição de renda, criem oportunidades de trabalho e emprego e promovam a inclusão social.

Para cumprir com esses objetivos, caberá ao Banco da Amazônia atuar de acordo com as políticas dos governos federal e estadual, apoiar o fortalecimento do associativismo e do cooperativismo de produção do meio rural, agroindustrial e industrial e assegurar recursos para financiar investimentos, custeio e capital de giro.

Já ao governo estadual caberá potencializar o agronegócio, promovendo a inserção da produção familiar nos mercados, bem como os setores industriais e de serviços, a partir da expansão de atividades de maior demanda de mão de obra, intensificando a geração de emprego e renda. E, ainda, assegurar e disponibilizar os serviços de assistência técnica e extensão rural do Estado e garantir recursos financeiros para melhorar e expandir a infraestrutura econômica básica em áreas prioritárias.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Banco da Amazônia. 

Surto de algas mata mais de 25 milhões de peixes e aumenta preço do salmão no ES


Espírito Santos (ES) - Um surto de algas já matou milhares de peixes no Chile e tem afetado diretamente na alta do preço do salmão exportado para o Brasil. De acordo com o Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura (Sernapesca), mais de 25 milhões de peixes, o que corresponde a cerca de 40 mil toneladas, foram mortos por causa do surto.

Ao todo, 45 fazendas de cultivo de peixes da região de Los Lagos foram atingidas pelo surto de algas. A informação foi confirmada pelo diretor nacional de Sernapesca, José Miguel Burgos.

O empresário Yohan Pessotti tem sentido a diferença no bolso com a alta dos preços. Proprietário de um restaurante japonês em Maruípe, Vitória, ele conta que descobriu sobre o surto no início de março e que o preço tem subido bastante desde então.

“A gente começou a ter notícia sobre o surto de algas no início de março, quando teve a primeira alta do preço do salmão. Mas ninguém tinha certeza. Uma empresa depois passou a informação do surto, começamos a pesquisar e depois saiu uma reportagem em Pernambuco. Final do ano passado, pagávamos cerca de R$ 26 o quilo. No começo de 2015 esse valor era de R$ 25, mas subiu por conta da alta do dólar. Mas nesse ano foi aumentado, passou de R$ 26 para R$ 29, depois para R$ 30 e agora R$ 47,90”, comenta.

Para não aumentar o preço do cardápio, o proprietário revela que vai investir em outros peixes, como atum e peixe branco.

“Por enquanto os restaurantes estão mexendo nas promoções e suspendendo temporariamente para diminuir os custos. Não pretendo aumentar os  preços e para isso, quero apostar em outros peixes, como atum e peixe branco”.

Para o professor de Oceanografia da UFES, Agnaldo Martins, a morte dos peixes por conta do surto de algas pode ser causada por dois motivos.

“Em alguns casos, o surto de algas que liberam naturalmente substâncias tóxicas pode matar os peixes. Elas liberam substâncias tóxicas naturalmente em um fenômeno conhecido como maré vermelha. Se isso atinge uma área de cultivo de salmão, pode gerar intoxicação e mortalidade dos animais.  Em muitas situações, a maré vermelha está ligada ao ser humano, pois se o homem polui muito o ambiente, a exemplo do esgoto que é lançado, esse tipo de alga pode se reproduzir bem mais. O esgoto pode propiciar nutrientes para esse tipo de alga, não todas, mas essas tóxicas acabam tendo uma super produção. 

Outra possível explicação para as mortes é a super reprodução de algas em cativeiros desses peixes. Se o peixe estiver em um cativeiro, que é uma área fechada, e ocorrer um surto muito grande, ele pode sim morrer por insuficiência de oxigênio”, explica.

IFRR faz visita técnica à estação de piscicultura de Balbina

O objetivo é conhecer a estrutura para projetar a estação de Aquicultura do Campus Amajari

A unidade é referência em reprodução de peixes na Região Norte e no Brasil. Foto: www.amajari.ifrr.edu.br.
O coordenador do curso superior de Aquicultura do Campus Amajari, Lucas Eduardo Comassetto, acompanhado de um engenheiro civil e de um técnico em edificações do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR) visitam, de 18 a 20 de abril, a estação de piscicultura da hidrelétrica da Balbina, no Amazonas.

A unidade é referência em reprodução de peixes na Região Norte e no Brasil. O objetivo da visita técnica é conhecer a estrutura para projetar a estação de Aquicultura do Campus Amajari, que envolve o laboratório de reprodução de peixes, estrutura para manutenção de organismos aquáticos, entre outros.

Neste ano, o campus lançou o primeiro curso superior de Tecnólogo em Aquicultura, o primeiro no estado, que está em fase de seleção dos 35 candidatos, por meio de vestibular. Mas a instituição já trabalha com o curso Técnico em Aquicultura desde 2014.

De acordo com Comassetto, que também é coordenador do Núcleo de Pesquisa Aplicada à Pesca e Aquicultura, por ser referência na Região Norte e no Brasil, a estação de piscicultura de Balbina recebe muitos pesquisadores. Naquela unidade são desenvolvidas pesquisas, dissertações de mestrado e teses de doutorado.

Essa é a segunda vez que o Campus Amajari visita Balbina. A primeira foi em dezembro do ano passado, quando 19 alunos e três professores conheceram o funcionamento da estação. “Durante a visita, vimos que a dinâmica da aula foi boa e produtiva, e que as boas ideias desenvolvidas lá podem ser aproveitadas no Campus Amajari”, relatou Comassetto.

Quanto à atual visita, o coordenador foi enfático: “Como lá é referência e está em funcionamento há muito tempo, podemos contar com a experiência dos engenheiros de pesca, que podem nos auxiliar a desenvolver a estrutura do campus. A Secretaria de Estado de Produção Rural do Amazonas (Sepror), que já faz a gestão da estação, foi muito receptiva desde o primeiro contato”, afirmou.

Com o retorno, será projetada a estação de Aquicultura da unidade de ensino.

IX Reunião da Sociedade Brasileira para o Estudo dos Elasmobrânquios (SBEEL)


Durante a próxima semana, o Professor da Universidade Federal de Alagoas e sócio fundador do Instituto Meros do Brasil, Dr. Claudio Sampaio, carinhosamente conhecido como Buia, organiza as ações da IX Reunião da Sociedade Brasileira para o Estudo dos Elasmobrânquios (SBEEL).

A IX reunião da SBEEL será realizada entre os dias 24 e 28 de abril na "Casa da Aposentadoria", na encantadora Penedo, Alagoas. 

A IX Reunião da SBEEL será realizada na histórica Penedo, Alagoas, localizada as margens do rio São Francisco, a 170 km da capital Maceió e 120 km de Aracaju (SE).

Saiba mais sobre a programação, inscrições e submissão de resumos no site oficial do evento >>> www.ixsbeel.wix.com/2016.

O Projeto Meros do Brasil é realizado pelo Instituto Meros do Brasil, com o apoio de diversos parceiros ao longo da costa brasileira, comprometidos com a conservação marinha em nível global.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Seagri discute parceria com universidade dos EUA em projetos de aquicultura


Uma comitiva da Universidade de Auburn, no Alabama (EUA), visitou o Estado de Alagoas nesta semana para trocar experiências e passar conhecimentos em aquicultura aplicados naquele país, com atenção especial para o cultivo de ostras. A visita foi promovida pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), em parceria com o Sebrae e com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri). 

Na segunda-feira (11/04), a comitiva comandada pelo professor doutor William Walton foi recepcionada no município de Porto Real do Colégio, na região do Baixo São Francisco, e conheceu empreendimentos no cultivo de ostras no lado alagoano e no lado sergipano do Velho Chico. No dia seguinte, os especialistas estrangeiros conheceram a unidade depuradora de ostras no município de Coruripe, coordenada pela Seagri e pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS). De acordo com o assessor especial da secretaria, Edson Maruta, os americanos ficaram interessados pelo sistema de operação da unidade.

“A equipe da Universidade de Auburn realizou uma visita técnica à depuradora, onde fizeram muitas observações quanto ao aperfeiçoamento das práticas desenvolvidas no local, inclusive com relação às estratégias de logística de armazenamento e comercialização dos produtos”, explicou Maruta. 

Na terça-feira (12/04), os técnicos do Alabama estiveram reunidos, em Maceió, com o secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, para discutir projetos voltados para a aquicultura alagoana. “Por determinação do governador Renan Filho, estamos realizando um diagnóstico para o desenvolvimento da pesca e da aquicultura do Estado”, disse o secretário. Na reunião com os americanos, Vasconcelos apresentou a possibilidade de parcerias em três linhas de ação. 

“Podemos trabalhar na retomada das pesquisas em reprodução e produção de larvas do camarão pitu no Centro Xingó de Convivência com o Semiárido, em Piranhas. Também discutimos o apoio da universidade no desenvolvimento da pesca esportiva ao longo do rio São Francisco, uma vez que o Estado do Alabama tem grande experiência nesse segmento. Por fim, iniciamos as conversas para execução de projetos para estruturar a atividade da piscicultura ao longo do Canal do Sertão”, disse o secretário. 

Ostreicultura 

Na quarta-feira (13/04), a Seagri, o Sebrae e a Codevasf realizaram o seminário sobre experiências exitosas e casos de sucesso na ostreicultura brasileira. Técnicos de todo o Brasil participaram do encontro, bem como a comitiva de especialistas da Universidade de Auburn, que apresentaram o processo de implantação do cultivo e pesquisa em ostreicultura no Golfo do México, onde 16 empreendimentos nessa atividade foram instalados desde 2008. O fomento e a incubação de empresas, bem como as pesquisas na melhoria genética das sementes de ostras brasileiras também foram tema de discussão. 

Segundo o coordenador de Revitalização da Codesvasf nacional, Eduardo Motta, a visita da equipe coordenada pelo professor William Walton serviu como incentivo ao crescimento da aquicultura na Bacia do São Francisco.

“Eles ficaram admirados com o que viram, mas apontaram a necessidade de um maior empreendedorismo e uma abrangência maior da atividade, a partir da potencialidade gigantesca encontrada na região. Aqui, os especialistas americanos puderam apresentar alternativas de desenvolvimento da aquicultura e na composição dos estoques pesqueiros, que estão em declínio na Bacia do São Francisco”, afirmou Motta.


quinta-feira, 14 de abril de 2016

Parques aquícolas de Cana Brava, em Goiás, recebem licença ambiental

Tanque-redes. Foto: www.cpt.com.br.
Goiás (GO) - A pedido da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o governo de Goiás emitiu licença ambiental simplificada para a criação de tilápia do Nilo, tambaqui, piauçu e pacu nos Parques Aquícolas do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) Cana Brava, na Bacia Hidrográfica do Rio Tocantins, na região do município de Minaçu, no norte goiano.

“Trata-se de um marco histórico. Depois de anos de expectativa do setor, essa medida do governo de Goiás servirá de base para os licenciamentos em toda bacia Hidrográfica do Araguais-Tocantins”, diz o diretor de Aquicultura do Mapa, Cleberson Carneiro Zavaski.

De acordo com ele, a medida deve impulsionar a piscicultura no estado, principalmente a criação de tilápia. A expectativa é que empresas de produção de alevinos, indústrias de equipamentos e frigoríficos venham a se instalar na região. Segundo ele, esses investimentos têm potencial para gerar mais de 2.350 empregos, com movimentação anual estimada em R$ 1 bilhão.

A licença ambiental simplificada para a aquicultura nos Parques Aquícolas do Reservatório da UHE Cana Brava foi concedida pela Secretaria do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos do estado de Goiás. O projeto de aquicultura deverá empregar o sistema de cultivo intensivo, por meio de piscicultura em tanques-rede em parques aquícolas licitados em anos anteriores.

Entre as exigências do governo de Goiás para liberar a aquicultura no local, está a adoção de medidas de conservação da flora, fauna e água. As atividades que vierem a ser desenvolvidas também não poderão causar problemas ambientais ou a terceiros dentro e fora do parque aquícola. Além disso, o projeto deve respeitar as faixas de áreas de preservação permanente estabelecidas pelas leis florestais estadual e federal.

Os reservatórios de Cana-Brava e o de Serra da Mesa, também em Goiás, são federais. Somente o governo federal pode autorizar a implantação de projetos aquícolas nas águas da União, mediante cessão delas para aquicultura.


FURG promove curso sobre sistema de produção de camarão, pioneiro no Brasil


A produção de camarão, de forma convencional, é amplamente conhecida em todo o Brasil. O Laboratório de Carcinocultura, do Instituto de Oceanografia (IO) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), desenvolveu, todavia, um novo modelo de produção, o sistema de Bioflocos. Com o sistema, é possível aumentar em até 60 vezes a produtividade e de forma mais sustentável. A transmissão desse conhecimento para produtores de camarão e representantes da cadeia produtiva nortea o 9º Curso de Produção de Camarão em Sistemas de Bioflocos, que iniciou na terça-feira (12/04) e se estende até hoje (14/04), na Estação Marinha de Aquacultura (EMA/FURG) no Cassino.

O curso reúne em média 40 participantes oriundos de diversos estados brasileiros e também de países da América Latina e dos Estados Unidos, todos com o objetivo de conhecer o funcionamento do sistema e poder aplicá-los em suas regiões. A atividade busca apresentar os fatores que envolvem a produção com Bioflocos, para que possa ser entendida e o sistema ser desenvolvido pelos participantes nos diversos contextos que estão inseridos. “O curso não apresenta uma receita fechada, mas sim os detalhes do sistema, pois a mudança de uma variável, por exemplo, altera o restante do processo”, explica o professor Wilson Wasielesky.

O sistema de Bioflocos é pioneiro no país e foco de pesquisa desde 2005 na Universidade. Hoje, a FURG é referência no sistema, com uma estrutura de cultivo única no país. O sistema consiste, de forma geral, num processo de transformação dos compostos nitrogenados, antes tóxicos aos camarões, em proteína microbiana, que serve de alimento para o animal. “O que antes era veneno, agora vira alimento”, destaca o professor Dariano Krummenauer. 

Na produção convencional em viveiros, o ração que não é consumida pelos camarões, junto com os excretos, se degrada, deixa a água tóxica e com alta concentração de amônia. De acordo com o professor, é necessário, neste caso, realizar a troca da água, que é um processo de custo elevado e que causa impacto ao meio ambiente. Já no sistema de Bioflocos, Krummenauer explica que com a manipulação das relações carbono/nitrogênio, é possível transformar os compostos nitrogenados, que estavam em níveis impróprios para os camarões, em proteína, que será consumido como alimento pelo animal. Por consequência, é possível aumentar a produção por hectare. No sistema convencional a densidade é baixa, com uma média de uma tonelada de camarão por hectare. Já com Bioflocos, a densidade aumenta com o crescimento da estocagem para 60 toneladas por hectare. “Com o Bioflocos, o camarão tem uma condição boa de sobrevivência, já que ele tem alimento e conforto, mesmo vivendo em um espaço pequeno”, completa.  No que tange as questões de impacto ambiental, o processo é considerado sustentável, já que não necessita de troca de água e com isso, não apresenta emissão de efluentes ao meio ambiente.

No primeiro dia do curso, os participantes foram recebidos na Estação com a apresentação inicial do sistema e breve contextualização regional. Foi realizada também uma visita introdutória às estufas de produção. No decorrer do curso, foram proferidas aulas teóricas e práticas. Para o zooctenista e gerente de exportação de uma empresa de Campinas de ração animal, Diogo Villaça, o curso abre novos horizontes e possibilita novas formas de produção da espécie. “Esse é o meu primeiro contato com o sistema e busco levar conhecimento para ajudar a desenvolver o mercado na América Latina”, diz.


As informações apresentadas no curso, que é promovido semestralmente pela FURG, são resultados dos estudos desenvolvidos ao longo desse período pela Universidade. “Nosso conteúdo é exclusivo e foi construído com base nas pesquisas desenvolvidas aqui. Então, os resultados são sólidos e os participantes poderão iniciar a implementação do sistema em suas regiões”, explica Krummenauer.

Por: Carolina Silveira - imprensa@furg.br.

Fonte: www.furg.br.

Pesquisa identifica tamanho mínimo para captura de espécie de peixe ornamental da Amazônia

Cará-remo macho, a espécie é conhecida na região pelo valor como peixe ornamental. Foto: Jonas Oliveira.

Um peixe pequeno e de cores vibrantes. Conhecido na região de Tefé, no Amazonas, como cará-remo, esse pequeno peixe tem sido bastante valorizado no mercado de ornamentais. Visando gerar mais informações sobre a biologia reprodutiva dessa espécie, uma pesquisa científica foi realizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã. Um dos principais resultados do estudo, realizado com apoio do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, foi a identificação de uma orientação quanto ao tamanho mínimo de captura da espécie, estimada pelos pesquisadores de 2,5cm.

O estabelecimento de uma orientação em relação ao tamanho mínimo de captura, com base em informações obtidas por meio de pesquisa científica, contribui para a permanência dos estoques da espécie em determinada região. “Consideramos que a partir desse tamanho, de 2,5cm, pelo menos 50% da população já reproduziu pelo menos uma vez”, disse a pesquisadora associada do Instituto Mamirauá, Jomara Oliveira.

Danielle Pedrociane, pesquisadora do Instituto Mamirauá, destaca que os parâmetros reprodutivos, como o tamanho mínimo de captura, são muito relevantes para estabelecer ações de manejo. “Através deles, podemos conhecer em que época do ano eles desovam e o tamanho que podemos retirá-los da natureza. Dessa forma, estamos protegendo a população e permitindo que novos indivíduos (peixes) nasçam e a população seja renovada”, afirmou.

A pesquisadora do Instituto ressalta que a espécie está na lista das espécies potenciais para manejo na Reserva Amanã, e aparece na lista oficial do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A legislação brasileira autoriza sua captura, transporte e comercialização como peixe ornamental.

Machos e fêmeas da espécie estudada (Apistogramma agassizii) são bem diferentes, de acordo com Jomara, principalmente em relação ao tamanho e coloração. Os machos são maiores, com cerca de 24mm, enquanto as fêmeas têm tamanho de cerca de 22mm. Em período reprodutivo, os machos apresentam cor azulada e as fêmeas amarelada. Jomara ressalta que buscar mais conhecimentos sobre a biologia reprodutiva dessa espécie é importante em função do seu potencial como peixe ornamental.

“Através dos dados, observamos que havia uma maior proporção de fêmeas nos ambientes da Reserva Amanã quando comparado com o Lago Aningal da Reserva Mamirauá. Acreditamos que isso esteja relacionado à pressão seletiva de pesca sobre os machos, que apresentam maior interesse comercial do que as fêmeas. As informações da pesquisa são repassadas em relatórios para o ICMBio e esperamos que sejam usadas para legalização da pesca e manejo”, disse Jomara.

Outra contribuição do estudo foi sobre o período de reprodução da espécie. Apesar de ter sido observado o pico de reprodução, a pesquisadora infere que o cará-remo possui grande renovação da população ao longo do ano. “A espécie se reproduz durante o ano inteiro, o que se torna um importante dado para uma espécie que apresenta interesse ornamental, sugerindo que a sobrepesca não se tornaria um risco para a população dos ambientes estudados”, disse.

As expedições de campo para coleta dos animais aconteceram bimestralmente entre os anos de 2011 e 2012 na Reserva Mamirauá e 2013 na Reserva Amanã.

A pesquisadora Jomara Oliveira em atividade de campo. Foto: Jonas Oliveira.
Foram analisados a relação peso total e do comprimento padrão, a proporção sexual, o comprimento de primeira maturação, o período reprodutivo, o tipo de desova, entre outras características.  “Observamos que a espécie apresentou indivíduos nas diferentes fases de desenvolvimento ao longo período estudado, apresentado que 70% da população era adulta, o que indica que o estoque da população é constantemente renovado. Observamos também que a atividade reprodutiva da população aumentou durante os períodos de enchente e cheia, já que durante esses períodos aumenta a oferta de alimento e abrigo”, completou a pesquisadora.

A pesquisa foi realizada como projeto de mestrado de Jomara, pelo Programa de Biologia de Água Doce e Pesca Interior do Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (Inpa), com apoio do Instituto Mamirauá, e recursos para financiamento de bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes).

Texto: Amanda Lelis.

Pesquisadores da UFPA descobrem três novas espécies de peixe

Belém (PA) - Três espécies de peixes acabam de ser descobertas em pesquisa desenvolvida por meio do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aquática e Pesca da Universidade Federal do Pará (PPGEAP/UFPA). São elas: Tometes ancylorhynchus, Tometes kranponhah e Myloplus zorroi. As espécies são provenientes de três bacias hidrográficas da margem esquerda do Rio Amazonas e conhecidas popularmente no Brasil como “pacus-curupeté”, “pacus-borracha” ou “pacus-de-corredeira”.

Os estudos iniciaram-se em 2013 e fazem parte da tese, em andamento, do aluno Marcelo Andrade, intitulada provisoriamente como “Diversidade e conservação dos peixes reofílicos da família Serrasalmidae (Teleostei: Ostariophysi: Characiformes)”, sob orientação do professor Tommaso Giarrizzo (PPGEAP/UFPa) e coorientação do professor Michel Jégu, do Museu Nacional de História Natural da França.

Biodiversidade 

Para Marcelo Andrade, a principal importância dessas descobertas é o conhecimento da biodiversidade e, neste caso, de uma biodiversidade ameaçada por ações antrópicas, pois trata-se de espécies que habitam exclusivamente cachoeiras e corredeiras dos rios amazônicos, ambientes seriamente danificados pelas construções de barragens para a geração de energia elétrica.

Abaixo, algumas características dos peixes, segundo o pesquisador.

Exemplar de Tometes ancylorhynchus. Foto: Marcelo Andrade.
Tometes ancylorhynchus - Encontrado nas bacias dos rios Xingu e Tocantins-Araguaia, nos Estados do Pará e Mato Grosso. É reconhecido por apresentar uma ligeira concavidade no perfil lateral da cabeça; nas demais espécies, este perfil é retilíneo. A espécie tem o focinho arredondado e curvado e o tamanho do peixe pode chegar aos 30 cm.

Exemplar de Tometes kranponhahFoto: Mark Sabaj.
Tometes kranponhah – Localizado na bacia do rio Xingu, nos Estados do Pará e Mato Grosso. É identificado, principalmente ,entre as demais espécies, por ter uma mancha preta em formato de lágrima sobre o opérculo (região óssea localizada ao lado da cabeça). A espécie possui um focinho afilado. Tometes kranponhah alcança mais de 40 cm.

Exemplar de Myloplus zorroi. Foto: Marcelo Andrade.
Myloplus zorroi – Presente na bacia do rio Madeira, no Estado do Amazonas. É diferenciado, entre as espécies, principalmente por ter espinhos delgados na parte abdominal do corpo não formando uma quilha ventral. O tamanho corporal de Myloplus zorroi pode ultrapassar 47,5 cm.

Alerta

O doutorando explica que as populações de Tometes ancylorhynchus e Tometes kranponhah têm futuro incerto em parte da bacia do rio Xingu por causa da recém-terminada Usina Hidroelétrica (UHE) de Belo Monte, e que Myloplus zorroi já vem sofrendo com a perda de habitat na bacia do rio Madeira em razão da UHE de Dardanelos, no rio Aripuanã. Com os estudos da pesquisa, ele ressalta que “podemos afirmar, de maneira mais acurada, quais as necessidades dessa diversidade, quais as situações enfrentadas por ela e assim podermos traçar estratégias para a conservação.”

No entanto, o estabelecimento de Unidades de Conservação tem colaborado com a preservação dessa biodiversidade, pois as duas espécies de Tometes ocorrem na Estação Ecológica Terra do Meio, no rio Xingu, no Pará; e a  Myloplus zorroi ocorre no Parque Nacional dos Campos Amazônicos, no rio Roosevelt, Estado do Amazonas.

Publicação


Tometes ancylorhynchus e Tometes kranponhah foram descritas em artigo na revista Journal of Fish Biology e pode ser acessado aqui

A espécie Myloplus zorroi foi descrita na revista ZooKeys e pode ser acessado aqui.

Texto: Rafael Rocha – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Marcelo Andrade, Alany Gonçalves e Mark Sabaj