quinta-feira, 19 de abril de 2018

Salmão do Atlântico de criação é destaque em ranking de proteínas

Imagem retirada do artigo "Feed conversion efficiency in aquaculture: do we measure it correctly?".
O salmão do Atlântico cultivado lidera o ranking quando se trata de criar sistemas alimentares sustentáveis ​​e resilientes para o mundo, afirma um novo estudo desenvolvidos por cientistas da Universidade de Johns Hopkins

O estudo teve como objetivo ajudar a analisar a eficiência com que os animais convertem o alimento (ração) em alimento para consumo humano, e descobriu que o salmão do Atlântico de criação está em pé de igualdade com o frango, que é o produtor de proteína animal mais eficiente. 

O estudo sobre "Eficiência de conversão alimentar na aquicultura" foi publicado na Environmental Research Letters

Environmentalresearchweb.org disse que a aquicultura é um setor de crescimento rápido e visto por muitos como uma rota promissora para satisfazer a crescente demanda global por carne. Frutos do mar têm menor conversão alimentar baseada em peso em comparação com animais terrestres, sugerindo maior eficiência de produção. A água desempenha um papel importante, pois a flutuabilidade permite que os peixes gastem menos energia em movimento. 

As descobertas mais recentes feitas por cientistas da Universidade Johns Hopkins mostram que os peixes da aquicultura usam menos recursos do que suínos e gado para produzir proteína animal, quando fatores como a porção comestível do animal e a densidade nutricional da ração são levados em consideração. "A maior parte do nosso trabalho é a importância de usar várias medidas ao determinar a eficiência da produção animal", disse Jillian Fry do Centro Johns Hopkins. "Considero os resultados deste estudo mais relevantes para ONGs, acadêmicos e outras partes interessadas focadas na criação de sistemas alimentares sustentáveis ​​e resilientes", disse Fry, diretor da universidade para Saúde Pública e o Projeto de Aquicultura Sustentável.


Faça aqui o download do artigo "Feed conversion efficiency in aquaculture: do we measure it correctly?" publicado na Environmental Research Letters.


CNA participa de workshop sobre aquicultura



Brasília (DF) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou de um workshop promovido pela Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO), para debater as ações do Projeto BRS Aqua.

De acordo com o assessor técnico da CNA, Victor Ayres, o objetivo do projeto é gerar e transferir tecnologias com foco na inovação e aumento de competitividade e sustentabilidade de quatro cadeias produtivas de pescado: tambaqui, tilápia, camarão e bijupirá.

“A ideia do workshop foi debater a situação das cadeias produtivas e também estabelecer vínculo inicial com parceiros potenciais para execução do projeto nos polos produtivos selecionados”, disse Victor.

O assessor explicou que o projeto abrange ações sobre genética, nutrição e alimentação, sanidade, manejo e gestão ambiental, tecnologia do pescado, economia do setor aquícola.

No final do evento, os participantes do workshop elaboraram uma carta de intensões para formalizar parcerias nos polos produtivos das quatro cadeias produtivas envolvidas.


quarta-feira, 18 de abril de 2018

CNA lança publicações sobre biosseguridade e doenças na aquicultura


Brasília (DF) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou duas publicações de interesse para os aquicultores brasileiros, na ultima terça-feira (17), durante a reunião da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, na sede da entidade.

O “Manual Técnico – Biosseguridade e resposta a emergência sanitária para a produção de animais de aquicultura” tem como objetivo orientar o produtor no processo de desenvolvimento das boas práticas de manejo nas propriedades aquícolas, principalmente para evitar a ocorrência de doenças nos plantéis.

Serão abordados temas como descontaminação e destinação de material de risco em aquiculturas, emergência sanitária, repovoamento e medidas de biosseguridade para evitar reintrodução de patógenos e fundos indenizatórios.

Já a publicação “Doenças de Animais Aquáticos de Importância do Brasil – Manual de Identificação no Campo” vai auxiliar os produtores envolvidos em maricultura, ostreicultura, piscicultura, carcinicultura e outros a reconhecer doenças de importância para a aquicultura nacional.

Nela, poderão ser encontradas informações sobre como notificar a ocorrência ou a suspeita de doenças e esclarecimentos sobre infecções específicas de moluscos, de crustáceos, de peixes e de anfíbios.

Segundo o assessor técnico da CNA, Victor Ayres, a aquicultura é a atividade agropecuária que mais cresce no Brasil – aproximadamente 12% ao ano – e desempenha papel significativo no fornecimento mundial de alimentos. Entretanto, um dos principais desafios para o aumento da produção de pescado é o controle de doenças nos cultivos.

“A nossa intenção é fazer com que o produtor consiga diagnosticar os problemas, estruturar a sua propriedade e ter o controle contínuo de boas práticas. Dessa forma vamos aumentar a produtividade, reduzir prejuízos econômicos e, com certeza, abrir novos mercados para os nossos produtos”, destacou Victor Ayres.

As versões digitais das duas publicações poderão ser acessadas gratuitamente no site da CNA (www.cnabrasil.org.br).


Feira de Negócios Agropecuários de Belém - FENABEL 2018



Olá amigos e amigas que acompanham o blogspot, venho divulgar sobre a maior Feira de Agronegócio de Belém que está iniciando hoje (18/04) e vai continuar até o dia 22 de abril (domingo) no Parque de Exposições. Então companheiros produtores, estudantes e profissionais não percam esse grande evento do agronegócio em nossa capital e aproveitem.

Para informações sobre programação, acesse a página oficial do evento AQUI


segunda-feira, 9 de abril de 2018

Frigorífico deve aumentar produção de tilápia em 80% e criar 290 empregos

Projeção é para período de dois anos; de 50 toneladas, a produção diária deve chegar a 90 toneladas



Mato Grosso do Sul (MT) - A produção de filé de tilápia pode aumentar 80% em Aparecida do Taboado, a 481 quilômetros de Campo Grande, nos próximos dois anos. Essa é a estimativa de crescimento no frigorífico de peixes GeneSeas, que pode elevar o processamento diário de 50 toneladas para 90 toneladas em dois anos. No mesmo período, a empresa deve criar 290 empregos.

A projeção foi feita pelo gerente industrial da GeneSeas, Gerlúcio Flávio de Sena Neri, durante visita à unidade, do titular da Semagro (Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), Jaime Verruck, deputada federal Tereza Cristina (DEM/MS), presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o deputado estadual Paulo Corrêa, entre outras autoridades. 

“Daqui a dois anos queremos produzir 90 toneladas por dia”, afirmou Neri. Atualmente, a empresa tem 360 funcionários e, ainda conforme o gerente, o quadro de pessoal deve subir para 650 até 2020. Ou seja, serão criados 290 novos empregos em dois anos. O avanço é de 80,5%.

Na avaliação de Neri, o crescimento se relaciona à capacitação profissional “Somos muito satisfeitos com as parcerias com o Sistema Fiems, que oferece cursos para qualificação da nossa mão de obra e, para nós, é muito importante a visita do presidente Sérgio Longen”, finalizou.

“A GeneSeas é uma empresa que vem demonstrando o desenvolvimento de um segmento industrial novo para o Estado, que é a produção de tilápia, com uma evolução significativa em sua produção, comprovando que os números de crescimento da indústria são reais”, afirmou Longen.

A empresa – Fundada em 2001, a GeneSeas é uma empresa 100% brasileira, especialista em pescados, situada em São Paulo e Mato Grosso do Sul. A indústria está presentes em todos os elos da cadeia produtiva da tilápia, da produção de ração, passando pela piscicultura, beneficiamento e distribuição nos mercados locais e internacionais.


Resíduos de bananeira são eficazes no controle de parasitos do tambaqui

Elaboração de ração alternativa com subprodutos da bananeira. Foto: Jony Dairiki
Amazônia (AM) - Estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (AM) comprovou que a utilização de subprodutos de bananeira (folhas, engaço e coração) na ração pode controlar o monogenea, um parasito que ataca as brânquias, estruturas usadas pelos peixes para respirar. A pesquisa pode impactar positivamente a produção do tambaqui (Colossoma macropomum), peixe nativo mais cultivado no Brasil, já que a doença causa redução de peso, lesões e até a morte. Além disso, representa benefícios para os piscicultores, que poderão economizar na aquisição de medicamentos anti-helmínticos, e para o meio ambiente, pois se trata de uma solução natural. A solução também promove agregação de valor aos resíduos da bananeira, usados hoje praticamente apenas como adubo.

O estudo faz parte de um projeto maior, liderado pela pesquisadora da Embrapa Cheila Boijink, voltado não apenas ao controle desse parasito, mas também ao desempenho zootécnico do tambaqui. Segundo a cientista, o peixe infectado fica estressado, gasta muita energia tentando se livrar do parasito e, consequentemente, perde peso. A presença do monogenea pode levar os animais à morte por asfixia, ou ainda provocar lesões facilitando a penetração de agentes secundários, como fungos e bactérias.

Matéria-prima abundante

Uma das vantagens de utilizar resíduos de bananeira é a grande disponibilidade no Brasil, pois a bananicultura é feita em quase todas as regiões, mesmo em condições ecológicas desfavoráveis. A banana é constituída por carboidratos, lipídeos, proteínas e vitaminas. Durante a produção, é gerada grande quantidade de massa verde, que além de nutritiva para alimentação animal, apresenta finalidades terapêuticas.

Uma delas é o alto teor de taninos em sua constituição, os quais apresentam atividade anti-helmíntica. Por isso, já são utilizados como antiparasitário na produção de ração para algumas espécies de animais, como suínos, bovinos e caprinos. “Isso nos incentivou a testar os resíduos da bananeira com os peixes”, conta Cheila.

O experimento foi feito durante 60 dias. O próximo passo da pesquisa, será avaliar se os resíduos de bananeira incorporados na ração desencadearam alguma alteração na fisiologia do peixe, devido principalmente à presença do tanino. “Estamos fazendo uma série de testes em laboratório com as amostras de material biológico coletadas no fim do período experimental”, informa a pesquisadora.


Produção sem defensivos químicos

Os resíduos de bananeira utilizados no experimento foram coletados na propriedade de um produtor parceiro da pesquisa, sem o uso de defensivos agrícolas, o que confere maior veracidade ao uso do material. “Foi utilizada a cultivar [de bananeira] BRS Conquista, que é resistente a doenças, para impedir a interferência de produtos químicos na composição da farinha usada na ração”, explica Jony Dairiki, pesquisador da Embrapa e membro do projeto.

Os animais experimentais aceitaram as rações e o consumo foi satisfatório. Houve crescimento e foram observadas diferenças significativas entre os níveis de inclusão e os resíduos avaliados. De acordo com Dairiki, há poucos estudos com subprodutos de banana na alimentação de monogástricos, principalmente em aves e peixes. Os trabalhos existentes demonstram resultados satisfatórios em diferentes categorias animais, principalmente em ruminantes.

A utilização desses resíduos da agroindústria pode trazer benefícios para a composição das dietas, porém ainda são necessários estudos em monogástricos, como análises econômicas de consumo de nutrientes e de digestibilidade para indicar com precisão a eficiência da utilização desse subproduto.


Piscicultura é atividade em franco crescimento

A produção de peixes cultivados vem apresentando maior taxa de crescimento em relação a outros produtos de origem animal. Isso se deve ao aumento do consumo de pescado pela população e, como a pesca apresenta limites para suprir a crescente demanda, a piscicultura tem ganhado importância.

Portanto, tecnologias devem ser desenvolvidas visando maior desempenho dos animais e melhores condições sanitárias, pois os cultivos comerciais trabalham com densidades mais elevadas do que as encontradas na natureza, facilitando a disseminação de parasitos e doenças.

A alimentação animal equivale a 70% dos custos da produção e as pesquisas têm se voltado para ingredientes alternativos que possuam alta palatabilidade, digestibilidade e valor nutricional. No entanto, a grande maioria dos alimentos testados para as espécies apresenta disponibilidade restritamente local e volume de produção insuficiente para sua incorporação pelas indústrias de ração, fazendo-se necessária a avaliação de ingredientes com maior potencial de utilização para a alimentação.

Fonte: www.embrapa.br.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Tubarões em extinção são alvo de pesca no litoral do Maranhão

Pesquisa realizada com a contribuição de 11 centros de pesquisas localizados no Brasil e na Austrália apontou que espécies em extinção tem sido alvo de comércio no litoral norte do Brasil. Só no Maranhão a pesca já dura 60 anos.

Pesquisadores de 11 centros encontraram tubarões mortos em portos do Amapá ao Maranhão (Foto: Arquivo/Jorge Nunes).
Um grupo de pesquisadores brasileiros constataram que diversas espécies de tubarão estão sendo comercializadas em vários pontos do litoral do Litoral Amazônico brasileiro, do Maranhão até o Amapá.

O estudo publicado na revista americana Plos One (Título: Analysis of the supply chain and conservation status of sharks (Elasmobranchii: Superorder Selachimorpha) based on fisher knowledgeapontou que a caça aos tubarões ocorrem no Maranhão há pelo menos 60 anos. As capturas aumentaram nas últimas quatro décadas, quando pescadores de outros estados do Brasil, encorajadas por comerciantes asiáticos, se mudaram para a região para iniciar o comércio.

Tubarões são encontrados com sinais de mutilação nos portos (Foto: Arquivo/Jorge Nunes).
No final de fevereiro, uma outra publicação na revista Scientific Reports, da Nature, apontou várias espécies em extinção que estão sendo mortas durante pescarias no litoral norte do país. O estudo foi realizado no período de dois anos com a contribuição 15 pesquisadores em 11 centros de pesquisas localizados nos estados do Pará, Maranhão, Pernambuco e na Austrália.

Dentre o grupo de espécies ameaçadas identificadas no estudo estão o tubarão-martelo, tubarão-tigre e o tubarão-quati - este último existe apenas na parte norte da América do Sul, segundo os pesquisadores. O tubarão-martelo (Sphyrna mokarran) é, inclusive, alvo do governo brasileiro para conservação de espécies em perigo em nível global.

Pesquisadores realizam análise das barbatanas de tubarões encontrados em portos e mercados no litoral norte do Brasil (Foto: Arquivo/Jorge Nunes).

No ano passado, o Ministério do Meio Ambiente chegou a assinar um Memorando de Entendimento sobre a Conservação dos Tubarões Migratórios na 12ª sessão da Conferência das Partes da Convenção sobre Espécies Migratórias, nas Filipinas.

Das espécies identificadas na pesquisa, doze foram encontradas na cidade de Bragança-PA, onze em Tutóia-MA, nove em Belém-PA, nove em Raposa-MA, seis na costa do estado do Amapá, três em Carutapera-MA e dois na cidade de Vigia-PA.

Pesca de tubarões em extinção foram identificados em sete regiões no litoral norte do Brasil, incluindo o Maranhão (Foto: Reprodução/Nature).
Em entrevista ao G1, Jorge Luiz Silva Nunes, que foi um dos líderes da pesquisa, informou que as espécies de tubarões têm entrado em declínio em decorrência da pesca artesanal incidental, que ocorre quando o alvo da pescaria são outras espécies de peixes, como as pescadas ou os peixes-serra. Nos portos, os animais chegam tão mutilados que os pesquisadores precisaram utilizar técnicas com DNA para identificar as espécies.

“O animal chega todo cortado no porto, então a identificação é muito difícil. A forma utilizada para identificar essas espécies foi pelo DNA. Sabe quando você pega uma mercadoria em um mercado, leva no caixa e vê o preço? É mais ou menos assim. A gente compara as sequências de DNAs da nossa amostra com as sequências disponíveis em um banco de dados e dessa forma definimos qual é a espécie”, disse o pesquisador.

Professor Jorge Luiz contou que a identificação dos tubarões só foi possível com a ajuda de análise de DNA (Foto: Arquivo Pessoal).

Ele também contou que os tubarões desembarcados nos portos têm a carne e as nadadeiras comercializadas, o que move uma grande cadeia produtiva que termina na venda de iguarias na cozinha asiática. A carne de tubarão é consumida no Brasil e as barbatanas dos tubarões são vendidas para compradores que as utilizam como principal ingrediente da sopa de barbatana.

“Os produtos dos tubarões são transportados para outros estados, sendo que o destino nacional normalmente é o litoral do estado de São Paulo. No comércio da barbatana, há pessoas que vem para o Brasil para comprar e levar para países asiáticos. Eles fazem a sopa de barbatana, que é consumida por pessoas com alto poder aquisitivo nesses países”, contou Jorge Luiz, que é professor da Universidade Federal do Maranhão e doutor em oceanografia.

Além do desequilíbrio ecológico que pode acontecer pelo desaparecimento dos tubarões, o pesquisador também apontou que a principal consequência da morte desses animais será uma grande perda de informações históricas.

“Quando falamos em uma espécie entrar em extinção, muitas pessoas não sabem o que se perde com isso. Uma espécie é uma biblioteca de informações que deram certo ao longo de milhares de anos. É como se você tivesse uma biblioteca, como a de Alexandria, e elas fossem simplesmente destruídas", afirmou Jorge Nunes.

Para os pesquisadores, além de frear a morte dos tubarões, resta ainda instrução aos pescadores, que ainda não compreendem a importância de manter as espécies vivas na natureza.

“O que falta mesmo é instruir. Não adianta pensar em conservação e trabalhar só nas universidades e não aplicar. Na verdade quem são os protagonistas de tudo são os pescadores (...) Sabia que eles não têm a menor noção sobre as espécies que estão ameaçadas. E aí quando ficam sabendo disso, eles não conseguem imaginar o que isso pode acarretar”, explicou o oceanógrafo.

Barbatanas dos tubarões são retiradas para comercialização com compradores asiáticos (Foto: Arquivo/Jorge Nunes).