sábado, 12 de março de 2016

Fiscalização para combater fraudes na venda de pescado se intensifica com a proximidade da Semana Santa


Brasília (DF) – A tradição católica do jejum de carnes vermelhas durante os 40 – designação do período que antecede a Páscoa, faz aumentar o consumo de pescados em todo o Brasil. Por isso, é preciso que os consumidores fiquem atentos as fraudes que podem ser praticadas no comércio.

De acordo com a assessora técnica das comissões nacionais de Aquicultura e Pesca da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lilian Figueiredo, as fraudes em pescados podem ser realizadas por três métodos: glaciamento não compensando, quando o peso da camada de gelo que protege o peixe não é descontado na balança, sendo vendido na embalagem como se fosse o peso do peixe; adição excessiva de tripolifosfatos, substância que faz o peixe “reter” água; e a troca da espécie, ou seja, peixes importados de baixo valor agregado vendidos como se fossem peixes nobres da pesca brasileira, o famoso comprar “gato por lebre”.

Hoje, observa Lilian, as principais espécies fraudadas são o linguado e o bacalhau, que são vendidos com essas designações nos rótulos, mas que na verdade o consumidor está comprando outras espécies com sabor e maciez inferiores e mais baratas, tais como merluza e saith, respectivamente. “O consumidor acaba pagando caro por um produto inferior”, ressalta. A assessora técnica informa que essas ações acarretam prejuízos ao pescado nacional, uma vez que peixes importados, que entram no Brasil com mais baratos, tomam o lugar dos peixes nacionais. “Esse fator diminui o consumo de peixes nobres e faz com que o produtor tenha prejuízo”, acrescenta.

Para coibir possíveis fraudes, fiscais federais e agentes de inspeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) fizeram uma fiscalização em pescados no comércio em vários estados brasileiros. Cerca de 30 servidores coletaram, em supermercados, amostras de peixes embalados para verificar se o produto correspondia, de fato, ao que estava sendo oferecido. Ou seja, se a espécie informada no rótulo era realmente a que estava dentro da embalagem.

A fiscalização foi feita no Distrito Federal e nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pará. Segundo o MAPA, as amostras coletadas serão levadas para o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Goiânia. Lá, os técnicos vão fazer o DNA do peixe, o que pode comprovar ou não a fraude. O resultado deve sair antes da Semana Santa, que este ano será celebrada no dia 25 de março. Se a fraude for comprovada, as empresas fornecedoras de pescados ao comércio podem receber multa de cerca R$ 15 mil.


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