domingo, 6 de março de 2016

Áreas de cultivo de ostras no Nordeste do Pará são regularizadas

Sete comunidades de produtores de ostras ligados à Rede Nossa Pérola, coordenada pelo Sebrae no Pará, receberam em novembro de 2015 sua regularização ambiental por meio da Dispensa de Licença Ambiental (D.L.A.) emitida pela Secretaria Executiva de Meio Ambiente (Sema/PA). A notícia foi divulgada durante o VI Encontro de Ostreicultura, realizado ontem, em Belém (PA). As beneficiadas são as comunidades de Pereru e Pereru de Fátima, em São Caetano de Odivelas; Lauro Sodré e São João da Ponta, em Curuçá; Nazaré do Seco, em Maracanã; Santo Antônio de Urindeua, em Salinas; e Nova Olinda, em Augusto Corrêa.

Para a gestora Ana Abreu, coordenadora o projeto de ostras desenvolvido pelo Sebrae no Pará, a regularização das áreas de cultivo representa uma meta importante alcançada. “Agora, nossa preocupação é garantir mercado para esses produtores. Atualmente, o Pará produz 1,3 milhão de ostras de cultivo por ano. E, do jeito que nossa produção está crescendo, esse ano de 2016, podemos garantir que nossos produtores produzirão 2 milhões de unidades ou até mais. Precisamos abrir novas frentes de mercado para essa produção. Por isso, organizamos mais este encontro, do qual participam vários donos de restaurantes de Belém e de importantes polos turísticos do Pará, como Salinópolis e Bragança”, explicou Ana.

Além da produção de ostras nos tamanhos baby, média e master, o Pará já produz sementes de ostras, como é o caso da Vila de Lauro Sodré, em Curuçá, que se destaca na produção de sementes, fornecendo material para produtores da região e até mesmo para outros estados do Brasil. “Na Vila de Lauro Sodré, em Curuçá, somos nove famílias produzindo 50 mil ostras por ano. E temos o orgulho de dizer que somos pioneiros na produção de sementes. Geramos 2 milhões de sementes por ano, que são compradas por produtores da região e até de outros estados, como Bahia, Rio Grande do Norte e Maranhão”, apostou José.

O empresário Vinícius Ramos, convidado pelo Sebrae no Pará para apresentar sua experiência à frente da empresa Paraíso das Ostras, em Santa Catarina, que é referência nacional na produção de ostras de cultivo, elogiou a iniciativa dos produtores do Nordeste paraense. “Em Santa Catarina temos a maior produção do Brasil. Mas na minha comunidade, por exemplo, ainda dependemos das sementes produzidas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Quando há algum impedimento por parte da universidade ficamos sem sementes e perdemos dinheiro. Vejo como grande vantagem de vocês aqui essa produção independente das sementes. Continuem invistindo nisso”, aconselhou.

Ao final do evento, foi realizada a premiação dos produtores da Rede Nossa Pérola mais bem sucedidos este ano. Todas as cerca de 100 famílias que fazem parte da rede foram avaliadas pelo Sebrae nos quesitos comercialização, gestão e produção. Os premiados foram José da Silva Galvão, da Vila de Lauro Sodré, da associação Aquavila, de Curuçá; e Pedro Pereira Ferreira, da comunidade de Nova Olinda, em Augusto Corrêa; e Crispim Brito Amorim, também de Nova Olinda. Todos eles receberam certificados e um aparelho celular como premiação.

Talk show

Ainda dentro da programação do VI Encontro de Ostreicultura, um talk show com o tema “Bate-papo Pai d’égua – Logística de comercialização da ostra e potencialidades gastronômicas” reuniu cinco empresários do segmento de restaurantes que, sob a mediação do superintendente do Sebrae no Pará, Fabrizio Guaglianone, discutiu a inserção das ostras de cultivo no cardápio de restaurantes de renome em todo o estado, como forma de sensibilizar o consumidor paraense para o consumo do produto. “Não tenho dúvidas de que as ostras paraenses são as melhores do Brasil. Nosso Estado tem uma vocação natural para essa atividade. O que está faltando é abrirmos mais espaços de venda para esses produtos. E é por isso que estamos aqui”, anunciou Guaglianone.

Participaram do bate-papo o Proprietário do Restaurante Benquerença, de Bragança, Paulo Osterne, um dos pioneiros na inserção de pratos à base de ostras, em seu cardápio; bem como Carlos Malichesch, do Restaurante Verde Mar, de Salinópolis; Joanna Martins, proprietária do Restaurante Lá em Casa e presidente do Instituto Paulo Martins; o chef da alta gastronomia paraense Carmelo Procópio, que é proprietário dos restaurantes Marujos Grill, Farol Velho e Porto Marujos; e Satoshi Niitsuma, que é proprietário do restaurante Sushi Ro, no qual introduziu receitas à base de ostras.

Rede

A rede Nossa Pérola – Ostras da Amazônia foi fundada em 2009 pelo Sebrae no Pará e é formada por um total de 100 famílias. Esses produtores são acompanhados ao longo de todo o ano por técnicos e consultores do Sebrae, por meio de consultorias e treinamentos não apenas em seu processo de produção, como também nas áreas de gestão, mercado e organização social.

Em várias ações desenvolvidas pelo Sebrae ao longo do ano, os produtores da Rede Nossa Pérola vêm trabalhando no sentido de conscientizar os consumidores quanto aos benefícios de consumir ostras de cultivo no que se refere a qualidade, sustentabilidade e segurança alimentar do consumidor.

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