terça-feira, 27 de outubro de 2015

Rótulos ecológicos no crescimento da aquicultura - o que eles significam?


Foto: thesitefish
Desde que o primeiro rótulo ecológico foi lançado na Alemanha, em 1978, chamado "The Blue Angel" (Der Blaue Engel), a utilização de certificação vem se tornando cada vez mais comum. Existem atualmente inúmeros rótulos destinados para a indústria da aquicultura, que incluem o "Aquaculture Sustainability Council (ASC)" - criado pela WWF e IDH (iniciativa Holandesa de Comércio Sustentável), com o objetivo de se tornar a "líder mundial de certificação em programa de rotulagem para pescado produzido em viveiro". Outros rótulos têm um enfoque mais específico, como é o caso do "Programa de Certificação de Qualidade do Salmão (CQS)", do Conselho da Pesca do Mar Irlandês ou a certificação orgânica da "Soil Association", sediada no Reino Unido. Alguns certificadores usam um regime de licenciamento de terceiros e outros são baseados em normas ISO. Independente da forma como é realizada a validação da certificação, os rótulos ecológicos tem o mesmo objetivo: impulsionar a venda de produtos aliada a ética ecológica e social.
A rotulagem ecológica da ASC só foi lançada em 2012, mas a pesquisa com 2.015 consumidores realizada na Alemanha, Holanda e Suíça, indicou que os entrevistados não estão apenas mais conscientes com a utilização de rótulos ecológicos, mas fazem associações positivas com a utilização deles. Compreender os programas de rotulagem ecológica pode ser um fator importante para influenciar as decisões de compra. 
Pesquisadores da "Universidade de Rhode Island" (EUA), por exemplo, demonstraram que quando compradores em um leilão japonês de salmão foram apresentados com informações sobre a certificação MSC e o estado das populações da espécie,  um prêmio de 20% foi pago ao Salmão MSC em relação ao Salmão não MSC. Em contrapartida, outros estudos têm levantado que, mesmo na presença de informações, os consumidores não necessariamente mudam seu comportamento. Conhecido como "value-action gap", uma série de estudos tem comprovado tal afirmação, mostrando que o conhecimento (e, na verdade a preocupação) não se traduz necessariamente em mudança de comportamento. 
Pesquisadores da Universidade de Idaho sugerem que fatores como preço e experiência pessoal podem influenciar nas decisões de compra, mesmo quando os consumidores são ambientalmente conscientes. Nos casos em que os consumidores se sentem enganados com um rótulo ecológico, eles tendem a estar menos dispostos a pagar mais por produtos ecologicamente sustentáveis. Um outro estudo da "Royal Agriculture University", realizou uma pesquisa com consumidores alemães em relação a rotulagem ecológica e descobriu que o envolvimento do governo durante a certificação, a reputação do rótulo ecológico e a clareza das informações apresentadas no rótulo são fatores fundamentais na construção da confiança na hora da compra. Outro ponto importante é a veracidade das informações nos rótulos ecológicos, ou seja, se realmente condiz com o que está sendo oferecido.

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