sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Pesca, crescimento rápido e variabilidade climática podem aumentar o risco de colapso

Foto: www.cidasc.sc.gov.br

Já não é novidade que espécies de peixes de todo o mundo estão entrando em colapso, mas a pergunta que não quer calar é: por que algumas populações de peixes são mais vulneráveis que outras? Malin Pinsky, biólogo marinho da Universidade de Rutgers, EUA, resolveu estudar a variação destas populações e chegou numa resposta um tanto contra-intuitiva: espécies de peixes marinhos que crescem e se reproduzem rapidamente e com maior frequência, no caso de sardinhas e anchovas, são mais propensas as variações (ascensão e queda) do que espécies maiores e de crescimento mais lento, como no caso dos atuns.

A pesquisa deu origem ao artigo 'Fishing, fast growth and climate variability increase the risk of collapse', publicada na revista Proceedings of the Royal Society B. O estudo levou em consideração 154 populações de peixes marinhos dos últimos 60 anos, tomando por base dados de agências de gestão da pesca de todo o mundo, além de análises matemáticas desenvolvidas por pesquisadores da Universidade de Princeton. Algumas conclusões foram levantadas: o fator mais importante para explicar o colapso de algumas espécies está atrelada a magnitude do excesso de pesca, bem como a duração em que os estoques são explorados, resultando num esgotamento em longo prazo. No entanto, populações que vivem em ambientes variáveis e que tem crescimento rápido tornam-se mais sensíveis a sobrepesca, triplicando o risco de colapso quando comparadas as espécies de crescimento lento. 

A pesquisa encontrou pouca evidência de que, na ausência da sobrepesca, a variabilidade climática ou taxas de crescimento rápido podem levar ao colapso das populações ao longo das últimas seis décadas. É evidente que a sobrepesca é um problema em todo o mundo, incluindo peixes de crescimento lento, muitos dos quais estão em risco de extinção. Um bom exemplo pode ser visto nas sardinhas da costa sul da Califórnia, cujas populações têm flutuado naturalmente durante milhares de anos. Contudo, com a utilização de navios de pesca altamente tecnológicos e técnicas de pesca após a Segunda Guerra Mundial, o colapso populacional de peixes começou a ocorrer muito mais frequentemente em sardinhas e anchovas, cuja importância se estende a alimentação animal e o óleo de peixe. 

O que ocorre é que espécies de crescimento rápido estão três vezes mais susceptíveis ao colapso do que aquelas que crescem mais lentamente. Os fatos, quando combinados a variabilidade climática e aos altos níveis de pesca, aumentam consideravelmente o risco de sobreexploração.


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